Experiência “Pré-Morte” Sanciona Imortalidade

Em 1998, durante uma regata, Lars Grael, iatista brasileiro, detentor de 2 medalhas olímpicas, teve 2 paradas cardíacas após sua perna direita ter sido decepada por uma lancha que o atropelou quando velejava em Vitória. Ao ser amputada a sua perna e perder muito sangue, Grael teve paradas cardíacas e conheceu uma experiência de quase-morte. Nas palavras do próprio Lars, “foi uma experiência muito difícil de descrever”. O médico José Carlos Ramos de Oliveira, outro sobrevivente de parada cardíaca, endossa a sensação de Lars: “só quem passou por isso sabe o que é uma “experiência de quase morte”. Outro caso foi a de Maria Aparecida Cavalcanti , radialista e professora universitária em São Paulo, que afirma ter passado por 3 “experiências de quase-morte”. O relato abaixo se refere à segunda dessas experiências, ocorrida depois de um desastre automobilístico em Santa Catarina, em 1994.
“No momento do acidente, eu me senti tragada por um ‘túnel de vento’. Fiquei flutuando no asfalto e vendo o carro capotar num barranco. Outro carro parou e 3 homens saíram dele. Um deles desceu o morro e disse: ‘Tem uma mulher morta ali’. Era eu. Não tive nenhum choque ao ver o corpo – apenas lamentei, em pensamento, o que tinha sofrido. Fora do corpo, conseguia enxergar em todas as direções ao mesmo tempo. Então eu avistei 2 pessoas flutuando acima do morro. Uma delas era uma mulher morena. A outra, a silhueta de um homem alto, me pareceu conhecida – apesar de ser transparente. A moça esticou o braço direito e disse, sem mexer a boca: ‘tenha calma; isso está na sua programação’. Essa frase funcionou para mim como uma senha. Era como se eu resgatasse toda a minha memória. Deslizei em direção à dupla, mas lembrei que meu único filho de 12 anos estava sozinho num chalé sem vizinhos e sem telefone. Alguém precisava resgatá-lo. Nesse mesmo instante, fui tragada de novo pelo túnel e voltei ao corpo. Daí senti uma dor horrível. Foi o único jeito de avisar a família sobre o acidente e resgatar meu filho.”[1]
O Dr. Raymond Moody popularizou o termo “experiência de quase-morte” em seu livro “Vida após a vida”, escrito em 1975. Posteriormente, em 1982, o pesquisador George Gallup Jr. e William Proctor publicaram a “Aventuras na imortalidade”, um livro que aborda a “experiência de quase-morte” baseado em duas pesquisas do Instituto Gallup, refletindo especificamente a quase morte e a crença na vida após a morte. Outro distinto estudioso Kenneth Ring, um dos mais prolíficos pesquisadores e autores de estudos sobre “experiência de quase-morte”, relata um grande número de indivíduos que adquiriram autoconfiança e se tornaram mais extrovertidos após a experiência. Kenneth também verificou que as pessoas que passam por “experiência de quase-morte” tendem a perceber um aumento no senso de sentimentos religiosos e crença em um mundo espiritual.
As teorias que explicam as “experiências de quase-morte” caem em duas categorias básicas: explicações científicas (incluindo médicas, fisiológicas e psicológicas) e explicações transcendentes (incluindo espirituais e religiosas). Obviamente, essas últimas não podem ser provadas nem negadas. A explicação metafísica mais comum é que alguém que passa por uma “experiência de quase-morte” está, na verdade, experimentando e lembrando de coisas que aconteceram com sua consciência não corpórea (espiritual).
É natural que a ciência clássica – cuja realidade só admite o que pode ser observado e medido – não corrobora a retórica mística, mas não oferece meios de resolver essa questão, os cientistas têm tão-somente comprovado que as drogas cetamina [2] e PCP (cloridrato de fenciclidina), por exemplo, podem criar sensações nos usuários que são quase idênticas a muitas “experiências de quase-morte”. Obviamente, isso apenas raspa a superfície das explicações possíveis para uma “experiência de quase-morte”.
Relatos sobre visões do que ocorre ‘do lado de lá’ são tão antigos quanto às pirâmides egípcias, às epopéias gregas e aos registros das civilizações indianas e chinesas. Na obra “República”, de Platão narra-se a história de um soldado morto pelo inimigo que viajou para a Terra dos Mortos, mas foi proibido de beber do Rio do Esquecimento porque tinha que retornar à vida. Relatos mais atuais de visões perto da morte foram feitos por Ernesto Bozzano em 1908, descreveu que muitas pessoas, em seu leito de morte, afirmavam ver pessoas conhecidas que já haviam morrido. Em 1927, o físico inglês sir William Barrett, membro da Royal Society, publicou o livro Deathbed Visions, no qual relata que essas pessoas não só viam parentes e amigos falecidos, mas contavam histórias de outros mundos. Na década de 1960, o parapsicólogo americano Karlis Osis fez um estudo-piloto sobre essas visões e encontrou algumas coincidências, como o fato de a maioria dos testemunhos se referir a conversas com pessoas já mortas.
Para alguns pesquisadores tais experiências sugerem a existência da mente, ou consciência, independentemente do cérebro, ou mesmo da existência e sobrevivência da “alma”. Obviamente que outros pesquisadores, os materialistas, têm convicção de que tais experiências são apenas o produto de um cérebro em estado fisiológico alterado. Naturalmente isso não invalida suas pesquisas , pois os Benfeitores do Além explicam que “assim como o Espírito atua sobre a matéria, também esta reage sobre ele, dentro de certos limites, e que pode acontecer impressionar-se o Espírito temporariamente com a alteração dos órgãos pelos quais se manifesta e recebe as impressões”. [3]
A Doutrina Espírita fornece elementos que permitem concluir que muitas das “experiências e quase morte” resultam do desligamento parcial do perispirito. Na questão 157 de O Livro dos Espíritos , Kardec indagou: No momento da morte, a alma sente, alguma vez, qualquer aspiração ou êxtase que lhe faça entrever o mundo aonde vai de novo entrar? Os Espíritos alumiaram o tema respondendo: “Muitas vezes a alma sente que se desfazem os laços que a prendem ao corpo. Já em parte desprendida da matéria, vê o futuro desdobrar-se diante de si e goza, por antecipação, do estado de Espírito.”[4]. Na questão 407 o Codificador perguntou: É necessário o sono completo para a emancipação do Espírito? Os Seres do Além responderam: “Não; basta que os sentidos entrem em torpor para que o Espírito recobre a sua liberdade. Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, tornando-se tanto mais livre, quanto mais fraco for o corpo.” [5] Além disso, na questão 424 o mestre lionês esquadrinhou de forma sutil: Por meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se desfazerem e restituir-se à vida um ser que definitivamente morreria se não fosse socorrido? A resposta dos Espíritos: “Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso.”[6]
A morte não é mais a mesma. Hoje um coração parado não significa que seu dono vá, necessariamente, passar para o “lado de lá”. Graças a uma série de procedimentos médicos e um aparelhinho chamado desfibrilador, uma parcela razoável de pacientes dados como mortos tem sido “ressuscitada” nas UTIs mundo afora. Várias dessas pessoas têm histórias para contar. São histórias que desconcertam a ciência com perguntas muito difíceis – e que só agora começam a ser respondidas. As “experiências de quase-morte” parecem oferecer alguma esperança de que a morte não é necessariamente algo a ser temido, nem é o fim da consciência. Mesmo a ciência tem dificuldades para lidar com a morte – a comunidade médica tem se debatido por décadas com definições específicas para morte clínica, morte orgânica e morte cerebral.
Jorge Hessen
Nota e referências bibliográficas:
[1] Disponível em < http://super.abril.com.br/ciencia/na-fronteira-da-morte > acesso no dia 21/05/2016
[2] É uma droga dissociativa usada para fins de anestesia, com efeito hipnótico e características analgésicas
[3] Kardec Allan. O Livro dos Espíritos, questão 374a, Rio de Janeiro: Ed. FEB 2001
[4] Idem questão 157
[5] Idem questão 407
[6] Idem questão 424


A Parábola do Semeador

Afluindo uma grande multidão e vindo ter com ele gente de todas as cidades, disse Jesus em parábola:
“Saiu o semeador para semear a sua semente. E quando semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do Céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque não tinha umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na. E outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um. Dizendo isto clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.
“Os seus discípulos perguntaram-lhe o que significava esta parábola. Respondeu-lhes Jesus: A vós é dado conhecer os mistérios do Reino de Deus, mas aos outros se lhes fala em parábolas, para que vendo não vejam: e ouvindo não entendam”.
“O sentido da parábola é este:
A semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são os que têm ouvido; então vem o diabo e tira a palavra dos seus corações, para que não suceda que, crendo, sejam salvos. Os que estão sobre a pedra são os que, depois de ouvirem, recebem a palavra com gozo; estes não têm raiz e crêem por algum tempo, mas na hora da provação voltam atrás. A parte que caiu entre os espinhos, estes são os que ouviram, e, indo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e deleites da vida e o seu fruto não amadurece. E a que caiu na boa terra, estes são os que, tendo ouvido a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão frutos com perseverança”.
(Mateus, XIII, 1-9 – Marcos, IV. 1-9 – Lucas, VIII, 4-15.)
 A Parábola do Semeador é a parábola das parábolas: sintetiza os caracteres predominantes em todas as almas, ao mesmo tempo que nos ensina a distingui-las pela boa ou má vontade com que recebem as novas espirituais.
Pelo enredo do discurso vemos aqueles que, em face da palavra de Deus, são “beiras do caminho” onde passam todas as idéias grandiosas como gentes nas estradas, sem gravarem nenhuma delas; são “pedras” impenetráveis às novas idéias, aos conhecimentos liberais; são “espinhos” que sufocam o crescimento de todas as verdades, como essas plantas espinhosas que estiolam e matam os vegetais que tentam crescer nas suas proximidades.
Mas se assim acontece para o comum dos homens, como para a grande parte terra improdutiva, que faz parte do nosso mundo, também se distingue, dentre todos, uma plêiade de espíritos de boa vontade, que ouvem a palavra de Deus, põe-na por obra, e dessa semente bendita resulta tão grande produção que se pode contar a “cento por uma”.
De maneira que a “semente” é a palavra de Deus, a lei do amor que abrange a Religião e a Ciência, a Filosofia e a Moral, inclusive os “profetas” e se resume no ditame cristão: “Adora a Deus e faze o bem até os teus próprios inimigos”.
A palavra de Deus, a “semente”, é uma só, quer dizer, é sempre a mesma que tem sido apregoada em toda parte, desde que o homem se achou em condições de recebê-la. E se ela não atua com a mesma eficácia em todos, deriva esse fato da variedade e da desigualdade de Espíritos que existem na Terra; uns mais adiantados, outros mais atrasados; uns propensos ao bem, à caridade, à liberalidade, à fraternidade; outros propensos ao mal, ao egoísmo, ao orgulho, apegados aos bens terrenos, às diversões passageiras.
A terra que recebe as sementes, representa o estado intelectual e moral de cada um: “beira do caminho, pedregal, espinhal e terra boa”.
Acresce ainda que nem todos os pregoeiros da palavra a apregoam tal como ela é, em sua simplicidade e despida de formas enganosas. Uns revestem-na de tantos mistérios, de tantos dogmas, de tanta retórica; ornam-na com tantas flores que, embora a “palavra permaneça”, fica obscurecida, enclausurada na forma, sem que lhe possa ver o fundo, o âmago, a essência!
Muitos a pregam por interesse, como o “mercenário que semeia”; outros por vanglória, e, grande parte, por egoísmo.
Nestes casos não dissipam as trevas, mas aumentam-nas; não abrandam corações, mas endurecem-nos; não anunciam a palavra, mas dela fazem um instrumento para receber ouro ou glórias.
Para pregar e ouvir a palavra, é preciso que não a rebaixemos, mas a coloquemos acima de nós mesmos; porque aquele que despreza a palavra, anunciando-a ou ouvindo-a, despreza o seu instituidor, e como disse ele: “Quem me despreza e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a palavra que falei, esta o julgará no último dia: Sermo, quem locutus sum, ille judicabit eum in novíssimo dia”. (João, XII, 48.).
Que belíssimo quadro apresenta-se às nossas vistas, quando, animados pelo sentimento do bem e da nossa própria instrução espiritual, lemos, com atenção, a Parábola do Semeador! À nossa frente desdobra-se vasto campo, onde aparece a extraordinária figura do excelso semeador, o maior exemplificador do amor de todas as idades, e aquele monumental sermão ressoa aos nossos ouvidos, convidando-nos à prática das virtudes ativas, para o gozo das bem-aventuranças eternas!
O Espiritismo, Filosofia, Ciência e Religião, independente de todo e qualquer sectarismo, é a doutrina que melhor nos põe a par de todos esses ditames, porque ao lado dos salutares ensinos, faz realçar a sobrevivência humana, base inamovível da crença real que aperfeiçoa, corrige e felicita!
Que os seus adeptos, compenetrados dos deveres que assumiram, semelhantes ao semeador, levem a todos os lares e plantem em todos os corações, a semente da fé que salva, erguendo bem alto essa luz do Evangelho, escondida sob o alqueire dos dogmas e dos falsos ensinos que tanto têm prejudicado a Humanidade!


Cairbar Schutel

Ajudem os pequeninos



         
Enquanto gorjeiam pássaros coloridos pelo espaço azul, há outros que, feridos, caídos dos ninhos, são dependentes da boa vontade de quem os encontra, ou contarão com o faro aguçado de outros animais que lhes oferecerão perigos.
Há tantas aves que chilreiam pelas campinas ou que revoam sobre os canteiros em flor, exibindo a beleza da sua plumagem e, gárrulas, dançam em plena corte.
Há, por outro modo, aquelas avezitas detidas, engaioladas, limitadas, cujos matizes não se exibem nos espaços, e que não têm a liberdade de beijar o Sol ou de desfrutar dos ventos que sopram sob os anilados céus.
Da mesma forma que encontramos aves livres e leves, bem como outras reclusas e limitadas, temos as crianças.
Existem tantos lares-gaiolas, lares-prisões, lares-opressão, em contraste com poucos lares-canteiros, lares-bosques exuberantes, lares-céus azuis. Os primeiros são os que reprimem, que enxergam somente o lado sombrio de tudo, que mutilam o caráter, que inibem a criatividade, que maculam a pureza ou que perturbam a alma infantil, pela imperícia ou má vontade dos adultos que os manejam, enquanto que os segundos são os lares como Deus deseja para os Seus filhos recém chegados às experiências corporais: lares que observam, que norteiam, que corrigem, que cooperam para o acerto, que incentivam o bem, que valorizam as conquistas felizes, que deixam crescer os pequenos, enfim.
Há crianças que esperam que algum amigo ou vizinho possa resgatá-las dos tentáculos dos seus próprios ninhos, que as devoram, aos poucos; há outras, porém, aflitas diante da perspectiva ou da atuação da violência, ansiosas, neurotizadas. Outras mais, deprimidas em face do abandono a que são relegadas, esperam, desesperançadas o que o amanhã lhes propiciará.
Pensemos nesses pequeninos, como pensamos em nossos pássaros, em nossas aves que correm risco de extinção, e tratemos de presenteá-los com a contribuição do acompanhamento maduro e afetuoso, da assistência escolar, da formação moral nobre e segura, das horas de ludicidade construtiva, a fim de que os auxiliemos a superar a infância difícil, a meninice em perigo, tal como costumam encontrar ao chegar à Terra.
Será muito importante evitar atulhar a mente infantil com os produtos da perturbação comum dos adultos, seja a torpeza do palavreado desvairado e obsceno, seja do noticiário criminoso e amedrontador. Que lhe poupemos do excesso de atividades que não lhe dêem chance de vivenciar a sua infância. Para a criança deverá haver hora para tudo, para a escola e para o brinquedo, para o alimento e para o sono, para a festa e a vivência dela consigo mesma, sem que uma atividade não comprometa a outra, e para que ela aprenda a coordenar seu tempo, a disciplinar-se, forjando os dias de harmonia e de maturidade para os caminhos futuros.
Com Jesus, a nossa criança estará amparada, instruída e aconchegada, se nos dispusermos a dar-lhe o ninho dos nossos próprios braços e dos nossos corações, aprumado nas ramagens da nossa lúcida inteligência, como faria o Divino Mestre, que rogou para que ninguém impedisse de chegar até Ele os pequeninos.

Espírito Clélia Rocha
Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira.
                                                                                                      

Somos Responsáveis por nós






"Os conselhos ajudam, não há dúvida ...
Mas não se esqueça de que a solução de nossos problemas
está dentro de nós mesmos, na voz silenciosa da nossa consciência,
que é a voz de DEUS dentro de nós.
Não se deixe enganar, só você será o responsável
pelo caminho que escolher.
Ninguém poderá prestar contas por você.
Procure, portanto, viver acertadamente,
de acordo com a sua consciência."


Torres Pastorinho

"Palavrão" - Expressão do Empobrecimento Moral

Filólogos divergem quanto à classificação das palavras de baixo calão e de suas acepções entre ofensivas ou populares. Uma palavra de baixo calão (palavrão) é uma expressão que diz respeito ao grupo de gíria e, dentro desta, apresenta reles, impróprio, afrontoso, grosseiro, obsceno, agressivo ou depravado sob o ponto de vista de alguns conceitos religiosos ou estilos de vida.
Uma simples palavra, quando proferida nas ocasiões “certas”, seja ela de estímulo ou de desestímulo, provoca indícios, em quem ouve, de que pode reagir, positivamente, e modificar a sua maneira de pensar sobre determinada circunstância da vida. Por outro lado, a mera palavra pronunciada em momento “inadequado” pode ser motivo de grandes dores morais.
A recente publicidade das “escutas” telefônicas pela justiça brasileira tornou público múltiplos conteúdos constrangedores de algumas autoridades. O que nos prendeu a atenção foram os diálogos mantidos através de um festival de palavrões totalmente inaceitáveis nos vocábulos de quaisquer representantes do povo (prefeitos, governadores, ministros). Tais personagens que xingam (com palavrões) ignoram que estão transgredindo o artigo 140 do Código Penal.
O costume do “palavrão” carrega a sua influência, complexidade e contra-senso. Como expressão do empobrecimento moral a palavra depravada (palavrão) é interdita em todas as instâncias ajuizadas, mas em vez de evitá-las, como recomenda a elegância social, são usadas repetidamente. As palavras de baixo calão são associadas à exaltação ou frustração e por vários outros pretextos nas diferentes circunstâncias de relação social. O uso do palavrão, ao invés de resolver crises emocionais, pode remeter às barras da justiça e ainda trucida a saúde espiritual do seu autor. Qualquer palavra de baixo calão é um despautério verbal e é crime. Xingar denota descompostura nas interações pessoais e sanciona a restrição ética de quem xinga.
Muitas pessoas creem que o xingar é, “apenas”, uma resposta instintiva para algo doloroso e imprevisto como, por exemplo, bater a cabeça na quina do armário, uma topada inesperada em algum obstáculo ou ainda, quando nos vemos diante de alguma frustração ou aborrecimento. Esses são os momentos mais comuns de as pessoas apelarem para as expressões de baixo calão, e muitos pesquisadores acreditam que eles “ajudam” a aliviar o estresse e a dissipar energia, da mesma forma que o choro para as crianças. Obviamente não aprovamos tal argumento que por si só é astucioso.

Que de nossa boca sejam, apenas, emitidas palavras voltadas ao bem, à harmonia e à paz. Para esse imperativo, devemos intensificar a disciplina e o treinamento verbal constante, pois que na vida social estamos viciados a lidar com a expressão verbal muito levianamente. Lembremos, porém, que sempre seremos responsáveis pelas consequências, diretas e indiretas, das palavras que proferimos a esmo.
Pessoas sóbrias no trato com o próximo não se expressam de forma vulgar, pois fazem uso, unicamente, do verbo elevado. Portanto, extinguir o lixo mental é importante decisão para prosperarmos na ciência da boa conversação. As palavras são os reflexos dos pensamentos; quando pensamos com bondade e compreensão, é isso que nossas palavras refletirão.


Jorge Hessen

Caridade Discreta

"Se, em vez do que vindes tentando improficuamente, procurásseis meios de vos tornardes agentes da lídima FRATERNIDADE, exercida com tanta eficiência pelo Divino Modelo do amor, já vos encontraríeis vitoriosos, espalmando alegrias que longe estariam de vos manter a alma assim torva e encapelada.
A CARIDADE, meus amigos - permita-me que vo-lo recorde -, é a generosa redentora daqueles que se desviaram da rota delineada pela Providência! Por isso mesmo, o sábio Rabi da Galiléia ofereceu-a como ensinamento supremo à Humanidade, que Ele sabia divorciada da Luz, por mais fácil e mais rápido caminho para a regeneração!
É tempo já de pensardes com desprendimento na Divina Mensagem trazida por Jesus e de saturardes os arcanos do ser com algumas gotas das suas essências imortais e incomparáveis!
Avultam nas camadas sociais terrenas, como nas invisíveis, problemas dolorosos a serem solucionados, desvarios a serem moderados, infinitas modalidades de desgraças, desventuras acérrimas a afligirem a Humanidade, requisitando concurso fraterno de cada coração generoso a fim de serem ressarcidas, consoladas!
Nos hospitais, nas prisões, nas residências humildes como na opulência dos palácios, por toda a parte encontram-se mentes enoitadas pela incompreensão e pelo desespero, corações precipitados pelo ritmo violento de provações e de problemas insolúveis neste século!
Em qualquer recanto onde se haja ocultado a descrença, onde a paixão se instale e a desventura e o infortúnio se mesclem de revolta ou desânimo; onde a honra, a moral, o respeito próprio e alheio não forem consultados para a prática das ações, e onde, enfim, a vida tenha se convertido em fonte de animalidade e egoísmo, lavra a possibilidade de uma queda nos abismos de trevas onde vos agitastes entre raivosas convulsões!
Diligenciar por encontrar tais recantos: estão por aí, a cada passo! ... Aconselhai o pecador a deter-se, em nome da vossa experiência!... e apontai-lhe, como bálsamo para as amarguras, aquele mesmo que desdenhastes quando homem e hoje reconheceis como o único refrigério, a única força capaz de soerguer a criatura da desgraça para enobrecê-la à mirífica luz da conformidade nos prélios dignificantes de onde sairá vitoriosa, quaisquer que sejam as decepções que a açoitem: o AMOR DE DEUS! A submissão ao Irrevogável! Tornai-vos consoladores, exercitando agenciar a Beneficência, segredando sugestões animadoras e reconfortativas ao coração das mães aflitas, dos jovens desesperados pelas desilusões prematuras, das desgraçadas mulheres atiradas ao lodo, cujos infortúnios raramente encontram compassividade alheia, as quais sofrem insuladas entre os espinhos das próprias inconseqüências, desencorajadas de reclamarem, para si também, a ternura paternal de DEUS, a que, como as demais criaturas têm sacrossantos direitos! São, todos estes, seres que estão a requisitar alento protetor dos corações sensíveis, bem-intencionados, quando mais não seja com a dádiva luminosa de uma prece ! Pois dai-lho, uma vez que também o recebestes de almas serviçais e ternas, quando vos encontráveis a bracejar entre bramidos de dor, nas trevas que vos surpreenderam após a tragédia em que vos deixastes enredar!
Preferi, portanto, as manobras santificantes da CARIDADE DISCRETA e obscura, preferi!... e bem cedo reconhecereis, através das trilhas que haveis de palmilhar, as florescências de muito doces alegrias..."

Espírito Camilo Castelo Branco - Psicografiado por Yvonne Pereira

Rosas

Reencarnação de Alarico II -8 chefe dos visigodos
Oh! Par de rosas formosas
 Que eu vejo perto de mim;
 Quem vos fez assim cheirosas,
 Fez muitas flores assim.

  A natureza enfeitando,
 Sois úteis trabalhadoras,
 Pois conservais meditando 
As almas mais sonhadoras.

  A vossa vida ligeira
 De ostentação resumida,
 É uma lição verdadeira,
 Do que há no mundo e na vida.

 Na sua forma exterior,
 Tudo no mundo é fugaz,
 Tudo tem vida de flor
 Que o tempo vem e desfaz.

 Da vossa curta experiência,
 Do curto brilho em que estais,
 Floresce a mais pura essência,
 Que não se extingue jamais.

 É Vosso aroma e perfume,
 Qual delicado troféu,
 Que vossas vidas resumem
 Em outras flores do céu.

 Assim as coisas do mundo,
 Não são o luxo, a vaidade;
 Sim o que vive profundo,
 Na vida da eternidade.

 Também na grande passagem,
 Da vida humana agitada,
 Não há apenas miragem
 Temendo a sombra e o nada.

 Dentro do humano palpita,
 Um outro humano mais puro.
 Ser que bate e se agita,
 Para escapar do monturo.

 Oh! Rosas, rosas de amores,
 Senhoras dos versos meus,
 No fundo tudo são flores,
 A caminhar para Deus.

Jésus Gonçalves

(após escrever essa poesia deitou e desencarnou)

Fatal Encontro Com a Luz

A maioria da humanidade terrena jaz distraída, jornadeando pelos labirintos sombrios da vida material. Vive, em realidade, postergando o encontro fatal com uma fé religiosa racional, lúcida, convincente. Enquanto isso, vai preferindo as ilusões factíveis que são do agrado momentâneo somente do mundo físico e dos que a ele se mantêm enjaulados. 
Acordar espiritualmente, para essa maioria dos humanos, é caminhar sobre calhaus onde espinhos lhes espetam a consciência, mesmo assim sem lograr que seus olhos vejam o que se faz necessário e urgente, 
pejados que estão pelo bafio das ilusões transitórias que satisfazem por momentos. 
Não querem esses religiosos tristes e pessimistas, que apenas vivem com a sua própria dor e a dos seus seguidores, empregar esforços no sentido de se apropriarem, através de uma visão atualizada, de princípios religiosos racionais embasados que se acham em estudos metódicos e persistentes, os quais abrangem tudo quanto lhes falta em matéria de solidificação e de maturidade do real senso religioso. Tomada tal iniciativa, melhor poderão, iluminando-se a si mesmos, esclarecer os seus seguidores. 
Esse religiosos "acomodados acomodadores" na visão de Joanna de Ângelis,  costumam mostrar-se diante dos que lhes seguem os passos com promessas falaciosas onde sobressai o simplismo na "crença em Jesus" para que o ser humano possa "salvar-se", pois que Ele carrega todas as faltas e problemas dos que nEle acreditam e O aceitam. É a propagação da lei do menor esforço. "Se Jesus pode assumir os meus problemas, por que iria eu carregá-los?" - deve ser o pensamento inicial dos baldos da verdadeira fé, aquela que é estruturada na razão. Desta forma, os "religiosos" pouco ou quase nada vão exigindo dos seus seguidores em matéria de transformação dos princípios educativos norteadores, não incentivam o amor pelo próximo, o prazer que é trabalhar no e pelo Bem dos demais irmãos em humanidade, indiscriminadamente. 
Convivem assim com a punição do céu para os "pecadores" e a "morte" imposta por um impiedoso Deus, Aquele da época de Abraão e de Moisés. 
Estivessem em suas épocas, até que se poderia dar-lhes uma certa razão, mas estamos no 3º milênio, em pleno século XXI, quando estão sendo atingidos os corações e as mentes pelas ternas e sublimes palavras de Jesus, sempre nos convidando à vivência do amor recíproco, entre todos. 
Mostrou Jesus um Pai, não algo ou alguém que, para ser amado, tivesse, antes de ser temido pela Sua capacidade de punir severamente aquele que não Lhe fizesse a vontade. 
Não obstante tantas informações enganosas distribuídas às pessoas naquela época recuada, havia o conforto da difusão da imortalidade da alma, pregava-se através da "ressurreição", desfraldando assim a bandeira da esperança aos que ainda se encontravam nos alicerces dos ventres generosos do amor. Hoje, no entanto, abomina-se a idéia da reencarnação e, com isso, as mentes se desarvoram em busca de soluções cabíveis para os seus problemas, suas lutas, suas dores físicas e/ou morais. 
Uma verdade precisa ser repetida: ninguém ficará totalmente e para sempre divorciado da estrutura da vida do espírito porque temos um compromisso com a Consciência Espiritual, e e Ela somente chegaremos através do conhecimento encontrado na literatura religiosa espírita. 
Fatos inevitáveis estão ocorrendo na vida da criatura, cuja finalidade é despertar-lhe a realidade espiritual, por mais ela teime em se mostrar distraída. Ela é forçada à necessidade da fé religiosa como suporte de segurança, sem a qual as suas aflições se tornam acerbas e insuportáveis. 
É a dor que passa a fazer o que o amor não conseguiu. 
Algumas pessoas, nesses instantes, ainda buscam uma saída para não encontrar a Luz. costumando fugir pelos mecanismos depressivos ou alucinantes das drogas, simplesmente por teimosia. É, em verdade, uma relutância que leva o ser a se submeter aos impositivos transformadores de conduta e modo de viver, que uma nova vida solicita. 
Toda alegria derivada dos sentidos se mostra breve, enquanto as que são decorrentes dos hábitos saudáveis e das ações enobrecidas têm sabor de perenidade. Estas, destaquemos, só podem ser detonadas pela pessoa caso ela baseie seus pensamentos e idéias no Evangelho de Jesus e Sua vivência. 
Ignoram os indivíduos adormecidos que as mais doridas aflições derivam do arrependimento quanto ao tempo perdido na malversação das horas, nos abusos vividos de forma desregrada e nos compromissos não cumpridos. 
Possuidores que são do conhecimento, os Nobres Espíritos, mostraram, ao trazerem à Terra a Luz Imarcescível do Espiritismo, que Ela haveria de nos iluminar, não abruptamente, porque encegueceria ou fanatizaria, mas sim de forma gradual, tocando-nos suavemente a fim de que nos adaptássemos ao seu fulgor. 
Não seria pedagógico, como igualmente não o seria caso a Luz rasgasse as trevas íntimas do homem, fazendo-o sofrer em vez de torná-lo feliz, pois a quase totalidade vive atormentada pela consciência de culpa de seus erros transatos. 
"O bem aturde o mal qual ocorre com a labareda que aquece e também queima", adverte Joanna de Ângelis, mostrando o estado espiritual infantil em que estagia a humanidade e os infantis religiosos. Inevitável o enfrentamento dos frívolos e distraídos com a Luz, abrindo espaço para que se instale em seu interior a convicção da vida imortal e como a ela chegar pelos caminhos não mais da dor, mas do amor. 

Por Adésio Alves Machado

A Palavra

O Cristo e os seus discípulos procuraram a sombra de uma figueira para fugir do sol que os castigava na empoeirada estrada da Betânia. Os apóstolos olhavam os arredores em silêncio, como esmagados pela intensidade da luz do astro-rei.
         - Mestre, - disse João, levantando a cabeça cismadora – qual é a ação que mais nos leva ao mal?
         Jesus traçou com o bordão alguns caracteres na areia, e, com sua voz pura e harmoniosa, respondeu:
         - A Palavra!
         Os discípulos voltaram-se para o Rabi com interesse, que, depois de alguns instantes de silêncio, continuou:
         - É com a palavra mansa e sutil que os sedutores atraem suas vítimas; é com discursos inflamados e cheios de promessas que os demagogos enganam as massas; é em nome da justiça que os tiranos pregam a chacina; é em nome do meu Pai que são desencadeadas as perseguições religiosas; é ciciando nos cantos escusos que os caluniadores tecem a trama do seu ódio, e é, em geral, tendo a praga blasfêmia nas suas bocas imundas, que os mais perversos se chafurdam no charco do crime.
          O silêncio voltou à sombra da figueira. O Mestre, retomando o bordão, recomeçou a desenhar símbolos na areia.
         - Mestre, - tornou João, curioso – e qual é a ação que mais nos leva ao bem?
         Jesus, vagando o olhar pela paisagem inóspita, disse incisivo:
         - Ainda é a palavra. É pela palavra que se consolam os aflitos; é pela palavra que é mostrada a estrada do bem; é pela palavra que se transmitem os conhecimentos; é pela palavra que se obtém o retorno dos tranviados; é pela palavra que se perdoa e é pela palavra que falamos com o Pai Supremo através da prece.
Fez-se silêncio novamente, e, como a luz começasse a declinar e o caminho se perdia no além, o Rabi da Galiléia tomou o bordão e se foi com os discípulos para fazer uso da palavra, da palavra que educa, que enobrece, que eleva, que esclarece: a palavra do Evangelho!

Grupo Lauro

A mediunidade nas Crianças


Certa ocasião fui visitar um centro em Belo Horizonte. O grupo mediúnico era formado por alguns médiuns, todos sentados. Os assistidos vinham aproximavam-se um por um próximo aos médiuns. Em seguida o espírito que estava perturbando aquela pessoa incorporava-se num dos médiuns e ali era doutrinado.
Havia entre os médiuns um menino de apenas 11 anos, cujas incorporações me pareceram absolutamente autênticas. O dirigente informou-nos que aquele garoto tinha sofrido muito desde pequeno, por causa de uma mediunidade totalmente aflorada e por isso fora encaminhado para o trabalho de intercâmbio. Condicionado às ideias vigentes nos meios espíritas, julgava lamentável a atitude daquele dirigente. Isto se deu até eu ir a Belém-PA conhecer o Centro Espírita do Nazareno, dirigido pelo respeitado escritor espírita, dramaturgo, membro da Academia Paraense de Letras, *Nazareno Tourinho. 
Ali, tive oportunidade de assistir a um trabalho de desobsessão com a participação de um garoto de 12 anos. Pareceu-me um pré-adolescente tranquilo, com ar alegre de quem está de bem com a vida, apesar do respeito e do senso de responsabilidade que demonstrava para com as coisas espirituais. Perguntei ao Nazareno por que permitia ali tal procedimento, considerado incorreto nos meios espíritas.
Contou-me, então, alguns casos de crianças que ali chegaram após anos de sofrimentos seus e de seus familiares, por causa de uma mediunidade aflorada, e que encontraram em seu exercício o remédio que a medicina não pudera oferecer. Sugeriu-me reler um trecho de O Livro dos Médiuns, no Cap. XVII item 221, alíneas 7 e 8, quando, em seguimento a um alerta sobre a inconveniência de se desenvolver a mediunidade em crianças, encontramos o seguinte: “Mas há crianças que são médiuns naturais, seja de efeitos físicos, de escrita ou de visões. Haveria nesses casos o mesmo inconveniente? Não. Quando a faculdade se manifesta espontânea numa criança, é que pertence à sua própria natureza e que a sua constituição é adequada. Não se dá o mesmo quando a mediunidade é provocada e excitada.
Observe-se que a criança que tem visões geralmente pouco se impressiona com isso. As visões lhe parecem muito naturais, de maneira que ela lhes dá pouca atenção e quase sempre as esquece. Mais tarde a lembrança lhe volta à memória e é facilmente explicada, se ela conhecer o Espiritismo.”
“Qual a idade em que se pode, sem inconveniente, praticar a mediunidade? Não há limite preciso na idade. Depende inteiramente do desenvolvimento físico e mais particularmente do desenvolvimento psíquico. Há crianças de doze anos que seriam menos impressionadas que algumas pessoas já formadas.”
Diante de tais fatos e explicações, percebemos o quanto é importante procurarmos ser sempre mais flexíveis e nunca achar que somos os detentores da verdade, porque a própria verdade também sofre modificações no bojo da evolução.

Grupo  Lauro -JCE
*Nota: O amigo Nazareno Tourinho visitou o Grupo Lauro e nos brindou com seu saber..  


Que perguntas fazer aos Espíritos

No capítulo XXVI, segunda parte de “O Livro dos Médiuns”, Kardec aborda o assunto, perguntando quais as perguntas que se poderiam dirigir aos Espíritos.  Infelizmente, muitas pessoas avessas ao estudo e à leitura, ainda vêm no Espiritismo uma espécie de “buena-dicha”, ou simplesmente um meio de adivinhação.  É o Espiritismo luz para nortear o caminho da Humanidade.
É claro que os Espíritos podem responder às perguntas que lhes são formuladas, sempre que têm por objetivo o bem e os meios que podem resultar em avanço para as pessoas.  Entretanto, o mais comum é vermos pessoas querendo saber alguma coisa sobre o seu futuro, sobre a saúde, sobre questões financeiras e emotivas.  Esquecem-se, ou não sabem, que nossas provas foram escolhidas por nós mesmos, visando o próprio progresso.  Assim, os acontecimentos que estão dentro do plano pré-estabelecido não podem ser modificados, sob a pena de maiores dificuldades no futuro.
Aqueles que vêm nas comunicações espíritas apenas uma distração ou um passatempo agradam muito aos espíritos inferiores que, como eles, querem apenas se divertir, pouco se importando em enganar sua credulidade.
“Uma das coisas que compreendi de imediato, e que me evitou muitos aborrecimentos – diz Kardec – foi saber que os Espíritos não sabem tudo, e que o seu saber está relacionado com o grau de sua evolução”.  O desconhecimento desta verdade faz com que muitas pessoas abandonem os Centros, frustradas, atribuindo à própria doutrina os erros que, na verdade, foram causadas por elas mesmas, quando aceitaram sem maior análise as informações recebidas dos espíritos.
É preciso não esquecer que, entre os Espíritos, como entre os homens, há falsos sábios e semissábios, orgulhosos, presunçosos e sistemáticos.  Como não é dado, senão aos Espíritos perfeitos, tudo conhecer, há para os outros, como para nós, mistérios que explicam à sua maneira, segundo suas ideias, e sobre as quais podem dar opiniões mais ou menos justas que, por amor-próprio, fazem prevalecer, e que gostam de reproduzir em suas comunicações (Ver “O Livro dos Médiuns”, Cap.XXVII).
Ao homem não é dado conhecer o futuro, para não negligenciar o presente.  Desconfie sempre das previsões que não tenham por objetivo o bem geral.

Grupo Lauro

Forças psíquicas no passe

"À medida que se vulgarizam e recebem aceitação as terapias alternativas, objetivando a saúde real, a técnica do amor ganha prestígio, por constatar-se que o fulcro de irradiação do pensamento mantém estreito intercâmbio com a emoção. 
Quanto mais expressiva a   quota de amor, irradiando-se em forma   de energia positiva, mais favoráveis se fazem os resultados terapêuticos nos tentames de auxílio ao próximo.
O amor lúcido carreia forças plenificadoras que robustecem as áreas psíquica, emocional e física daquele a quem é dirigido.
Sendo a chave simbólica para a solução do mais intrincados problemas, ele exterioriza simpatia em sucessivas ondas de renovação que penetram o paciente, revigorando-o para o prosseguimento dos compromissos assumidos.
A canalização do amor é decorrência do pensamento que se sensibiliza pela emoção, exteriorizando força psíquica complementadora, que se dirige no mesmo rumo da afetividade.
Toda vez que Jesus foi convocado a curar, procurou despertar o suplicante para a responsabilidade da saúde, para o compromisso com a vida. Invariavelmente, interrogava-o, se queria realmente curar-se, após cuja anuência, mediante o toque o amor, Ele recuperava os órgãos afetados, restabelecendo a harmonia no ser, cuja preservação, a partir daí, dependia do mesmo.
Tocando o doente, suavemente, sem complexidades no gesto, desejando e emitindo o pensamento curador, alongando-se, psiquicamente até o necessitado onde estivesse, o seu amor reabilitava, recompunha, liberava, sarava, enfim.
A incontestável força da mente ora demonstrada em inúmeras experiências de laboratório, decorre da sua educação e da canalização que se lhe oferece, favorecendo alcançar o alvo ao qual se dirige.
O sentimento de amor que o comanda é complemento essencial para o logro da finalidade a que se destina.
Não obstante, na terapia através dos passes, além da energia mental e do sentimento de afetividade, são inestimáveis outros recursos que lhe formam e definem a qualidade superior.
Referimo-nos às aspirações íntimas, aos anseios emocionais que devem viger em todo aquele que se candidata ao labor da transfusão da bioenergia curadora.
O pensamento exterioriza o somatório das vibrações do psiquismo e, como é natural, torna-se indispensável que essas sejam constituídas de recursos positivos e saudáveis, sem as pesadas cargas deletérias dos vícios e dependências perturbadoras.
Cada qual é o que cultiva; exterioriza aquilo que elabora.
Não há milagre transformador de caráter vicioso, num momento produzindo energias salutares, que não existem naquele que pretende improvisá-las.
Todo recurso é resultado do esforço e a força psíquica se deriva dos conteúdos das ações realizadas.
Quem, portanto, deseje contribuir na terapia socorrista mediante os passes, despreocupe-se das fórmulas e das aparências, perfeitamente dispensáveis, para cuidar dos recursos morais, espirituais que devem ser desenvolvidos em si mesmo.
Tabaco, alcoólicos, drogas aditivas são grandemente perniciosos aos pacientes que lhes recebem as cargas de natureza tóxica. Igualmente, as emanações do desregramento sexual, dos distúrbios de comportamento emocional, da intriga, da maledicência, do orgulho, do ódio e seus famanazes, tornam-se de caráter destrutivo, que irão agravar o quadro daqueles que se lhes submetem.
Na terapia pelos passes, torna-se imprescindível a sintonia do doador com o passivo, a receptividade do paciente em relação ao agente, sem o que, os resultados se tornam iníquos, quando não decepcionantes.
A pedra que não tem poros, após milênios mergulhada no oceano, ao ser partida, apresenta-se seca no seu interior.
Ame-se e cure-se, quem deseje participar da solidariedade humana, no ministério do socorro aos enfermos, a fim de melhor ajudar.
Exteriorize o amor e anele firmemente pela saúde do próximo, deixando-se penetrar pela energia divina de que se fará instrumento e, exteriorizando-a com a sua própria vibração, atenda os irmãos enfraquecidos na luta, caídos na jornada, desorganizados nas paisagens do equilíbrio.
A terapia pelos passes é doação de amor e de saúde pessoal, dispensando quejandos e aparatos mecânicos de sugestão exterior".


Manoel Philomeno de Miranda (espírito)
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, em 11/11/92, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador - BA.