O século XX agoniza, chamando para o túmulo
as formas culturais de uma civilização que se desintegra para dar lugar ao
mundo novo. Atendendo os mecanismos de evolução da Humanidade, costumes se
desfazem ao sopro de novas brisas. Convicções se destroem superadas por outros
conceitos de vida. Estruturas esboroam sem que o homem possa levantar escoras
para sustentar o velho edifício que desaba.
A máquina da civilização roda As engrenagens ciclópicas,
moendo e remoendo os ingredientes da massa social, na expectativa fatal das
novas conquistas que despertam novos horizontes da transformação social.
Os padrões e valores antigos cedem seu posto
para a edificação de outras expressões da cultura humana.
Gravita, então, o homem entre a impiedade
existencial ante a ausência do “audiômetro” da alma, levando-o ao isolamento
interior.
O problema mais importante ao homem é
o de sua existência neste mundo, o estudo de sua própria natureza deve ocupar o
primeiro lugar na ordem das indagações tendentes á solução de tal problema.
Para bem se inteirar com efeito, quer dos
motivos por que esta entre essas degenerações, quer das suas relações com os
demais seres e das leis a que deve seus atos se subordinar, necessita, ele,
antes de tudo saber quem realmente é.
Com razão tem sido o homem considerado um
microcosmo, isto é, um resumo em miniatura do universo de que faz parte, nele
devendo, portanto, se encontrar os mesmos elementos, senão idênticos, análogos
pelo menos de que se compõe o grande todo.
E, é por isso, porque o conhecimento dos elementos,
que constituem o ser humano, quer em si mesmo, que na íntima conexão entre si
mantém. Representa a chave do bem viver, que, há cerca de vinte quaro séculos,
não cessava de recomendar o grande filósofo de Atenas, o qual observando
Arquelau, que observou Anaxágoras caminhando um dia no Templo de Apolo, em
Delfos, leu incrustado nas montanhas da Hélade, onde havia um oráculo em seu frontispício dizia: “Conhece-te a ti mesmo”.
Desde que aprendamos o que somos, sentiremos
mais confiança em nossas forças, compreenderemos a razão a razão de certas
desigualdades que marcam a existência humana.
Quem não se conhece, oprime a sua própria
consciência, e julga consciência do próximo.
Tudo que está acontecendo no mundo é consequência
da semeadura das sementes utilizadas por nós mesmos, à ferocidade interior expandiu-se
a partir do século dezenove da Idade Média. As fogueiras crepitando no interior
do homem alimentada pelas achas do egoísmo. Nada sucede acidentalmente.
Por isto, a Humanidade que deseja paz
continua aflita e sofrente, pois, não será possível ter paz duradoura enquanto
cada criatura não cultivar dentro si mesmo o seu quinhão do “Conhece-te a ti
mesmo”, como síntese da necessidade de sua autoeducação, sem esta o homem não
conhecerá dias felizes.
Ainda atual o filho de Sofronisco e Fenarata,
permanece concitando a nossa reflexão: “Por toda parte eu vou persuadindo a
todos a não se preocuparem com riquezas e com o corpo como se deve preocupar-se
com a alma”.
Desde que o “audiômetro” da alma, auxiliando-nos a superar as próprias deficiências e a ignorância que a aflige,
aperfeiçoando-se de momento a momento, dia a dia, numa luta constante e incansável.
Desde que cada qual faça com sinceridade sua
parte, evitando reincidir hoje no mesmo erro de ontem, estará prestando a si
mesmo e a Humanidade grande e inigualável serviço.
Colocar-se nesse serviço afim de não se
assemelhar-se aos “Mileto, Ânito, e Lico” do século XXI.
Conhecendo-se a si mesmo com sinceridade
conhecerás o mundo que desejas. Conhecendo a si mesmo com leviandade conhecerás
o mundo em que vives.
Esta é a imensa e grandiosa pedagogia humana
a ser alcançada até pelos corifeus do socialismo.
Que possamos ser amparados pelos "Espíritos
sábios e benevolentes, mensageiros de Deus, cuja missão é assistir aos homens e
conduzi-los pelo bom caminho, amparai-me nas provas desta vida; dai-me a força
de sofrê-las sem lamentações; desviai de mim os maus pensamentos, e fazei que eu
não dê acesso a nenhum dos maus Espíritos que tentariam induzir-me ao mal.
Esclarecei a minha consciência sobre os meus próprios defeitos, e tirai-me dos
olhos o véu do orgulho, que poderia impedir-me de percebê-los e de confessá-los
a mim mesmo. Vós, sobretudo, meu Anjo Guardião, que velais mais particularmente
por mim, e vós todos, Espíritos Protetores, que vos interessais por mim, fazei
que eu me torne digno da vossa benevolência. Vós conheceis as minhas
necessidades; que elas sejam satisfeitas segundo a vontade de Deus.
Meu Deus, permiti que os Bons Espíritos que
me assistem possam ajudar-me, quando me achar em dificuldades, e amparar-me nas
minhas vacilações. Senhor, que eles me inspirem a fé, a esperança e a caridade,
que sejam para mim um apoio, uma esperança e uma prova da Vossa misericórdia.
Fazei, enfim, que eu neles encontre a força que me faltar nas provas da vida, e
para resistir às sugestões do mal, a fé que salva e o amor que consola.
Espíritos amados, Anjos Guardiães, vós a quem
Deus, na sua infinita misericórdia, permite velarem, pelos homens, sede o nosso
amparo nas provas desta vida terrena. Dai-nos a força, a coragem e a
resignação; inspirai-nos na senda do bem, detendo-nos no declive do mal; que
vossa doce influência impregne as nossas almas; fazei que sintamos a presença,
ao nosso lado, de um amigo devotado, que assista os nossos sofrimentos e
participe das nossas alegrias. E vós, meu Anjo Bom, nunca me abandoneis.
Necessito de toda a vossa proteção, para suportar com fé e amor as provas que
Deus quiser enviar-me".
Dan
. Doutrina Espírita – Allan Kardec
. Sócrates