Pensamento


Pensamento, reprovação,
matizam o templo;
A criança busca Jesus,
O pensamento:
- Temos que tomar alguma atitude.
A criança chora,
O pensamento a põem para fora,
tumultua a assembléia.
A criança chora,
A criança busca Jesus.
O pensamento se esfumaça,
A criança chora,
A criança busca Jesus
Sua esperança, grito, é o choro,
Que alimenta sua alma.
Que o pensamento,
Misturou à falta do
“Deixai vir a mim os pequeninos
A criança chora,
A criança incansável chora,
 busca Jesus...


Espírito José Grosso – Dan -13-09-17


PS

Espíritas Escravizados a símbolos, mitos e fantasias?




Muitas Instituições Espíritas mantêm práticas e/ou discussões estéreis em torno de assuntos como: “crianças índigos”, “Chico é ou não é Kardec?”, “ubandismos”, “ramatisismos”, “apometria”, “cromoterapias”, “militância na política partidária”, “desobsessão por corrente magnética (com direito a choques anímicos)" e tantos outros inusitados "ismos" e "pias". Alguns confrades creêm que a apometria vai revolucionar o universo da "cura espiritual". Pasmem! Ora, quem estuda com seriedade os livros de Kardec sabe que a cura das obsessões não se consegue com o toque de mágica apométrica.
Sabemos que foi descomunal o esforço de Allan Kardec para legar à humanidade uma doutrina imune a esses atavismos, vícios religiosos e dogmas de toda natureza. Todavia, como as pessoas são pouco entusiasmadas para o estudo metódico e sério, inventam e impõem práticas bizarras, evocam os “benzedeiros do além” para que venham completar esse vácuo causado pala ausência absoluta de bom senso.
Estamos fazendo, no Brasil, um Espiritismo à moda brasileira. Os centros espíritas praticam um “Espiritismo à moda da casa” (para todos os gostos). Há confrades que insistem em usar trajes especiais nas instituições. Porém, sabemos que o Espiritismo não adota indumentárias especiais, nem enfeites, amuletos, colares, vestes brancas (“significando o bem”) ou vestimentas pretas ou vermelhas (“significando o mal”). Os trabalhadores cônscios da realidade Espírita trajam roupas normais, de forma simples, até porque a discrição deve fazer parte dos que trabalham para o Cristo.
Há médiuns que se ajoelham diante de imagens “sagradas” e de determinadas pessoas; mantêm-se genuflexos e beijam a mão dos responsáveis pela Casa Espírita, como forma de reverenciá-los; benzem-se; fazem sinais cabalísticos; e outros, por incrível que pareça, proferem palavras esquisitas (mantras) para evocar os Espíritos. Isso é compreensível nos terreiros, mas jamais numa casa de orientação espírita.
O misticismo, a mistificação, a mitificação de entes do além e a introdução de práticas atávicas à doutrina têm se tornado comuns para muitos desavisados “espíritas” que, pela leitura de obras “mediúnicas” vazias de conteúdos dignificantes, perdem a capacidade de análise dos fatos e evocam o posicionamento dos “desencarnados” para todas as situações, deixando de ter uma opinião firme e lógica necessária, ou, como diria o mestre Lionês, uma fé raciocinada!
Como se não bastasse tudo isso, encontramos os idólatras, tais como os “divaldistas”, os “rauteixeiristas” e outros. As pessoas estão endeusando esses companheiros justamente por desconhecerem como é a programação espírita desde o século XIX. Alguns inclusive espelham-se de tal maneira nesses oradores que copiam até o timbre, a forma de falar e os trejeitos, sendo vergonhosamente materializados nas palestras públicas, cujos temas também são plagiados. Pois é! Há palestrantes que promovem, das tribunas, verdadeiros shows da própria imagem, mise-en-scène, esta também protagonizada pelos ilustres diretores de instituições doutrinárias que não abrem mão do uso do pomposo “Dr.” antes do nome.
A questão é: como evitar esses disparates? Como agir, com tolerância cristã, ante os Centros mal orientados, com dirigentes alienados, com médiuns obsidiados, com oradores “show-men”? Enfim, como agir, diante dos cegos que querem guiar outros cegos?
Para os espíritas light (mornos bonzinhos) é interessante a prática do "lavo as mãos" do "laissez faire", "laissez aller", "laissez passer". Porém, os Benfeitores espirituais são peremptórios e nos advertem que cabe a nós a obrigação intransferível de SALVAGUARDAR os ensinamentos de Allan Kardec, pelo exemplo diário do amor fraterno e pela coragem do diálogo elevado.
Os Centros que praticam as inócuas terapias ou rituais aqui descritos têm liberdade para fazê-lo, porém não deveriam utilizar o termo espírita nas suas diretrizes. O bom senso obriga que os seus estatutos sejam modificados. Há aqueles que vão inventando “guias” para servirem de embaixadores junto aos espíritos superiores para cuidarem dos seus interesses, assim na terra como no além. Será que as peregrinações para lugares “sagrados” como Uberaba, Salvador, Niterói, Paris etc, não se constituem, na essência, como romarias, trazidas dos atavismos de outros credos?
Os Códigos Evangélicos nos impõem a obrigatória fraternidade para com os confrades equivocados, o que não equivale a dizer que devamos nos omitir quanto à oportuna admoestação, para que a Casa Espírita não se transforme em usina de zumbis.
O que se percebe frente ao que está acontecendo é que muitos “espíritas” estão tão escravizados a símbolos, mitos e fantasias quanto os irmãos de outras crenças místicas. Faz-se necessário, então, que as instituições kardecianas busquem uma melhora qualitativa no âmbito da divulgação, assistência social e formação doutrinária, oferecendo tanto aos principiantes quanto aos demais trabalhadores da instituição uma informação segura, sustentada nas obras basilares sistematizadas por Allan Kardec, a fim de que a Doutrina dos Espíritos possa seguir incólume, livre de sincretismos e perigosíssimas promessas de cura, oferecendo placebos desobsessivos, sem o respaldo dos Bons Espíritos.

Jorge Hessen

Doutrinação de Espíritos




Por Sergio Biagi Gregório                                                            





1. INTRODUÇÃO
O que é a doutrinação? Há necessidade de os encarnados doutrinarem os desencarnados? Por que os Espíritos não doutrinam os próprios Espíritos? Há regras para conversar com os Espíritos? Como Allan Kardec tratou deste assunto?

2. CONCEITO  
Doutrinação. É uma terapia de amor em que o doutrinador procura esclarecer os Espíritos maus e sofredores a trilharem o caminho do bem, da evolução espiritual.

3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS  
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, diz-nos que há diferentes ordens de Espíritos. Na escala apresentada, que não é absoluta, exalta as qualidades que já adquiriram e as imperfeições de que ainda não se livraram.
Espíritos há que já desencarnaram e não o sabem. Por isso, acabam influenciando os seus entes queridos e amigos mais próximos.
É preciso ter cuidado com os Espíritos mistificadores, embusteiros que nada mais fazem do que perturbar os que estão encarnados.
Em muitos casos, a afinidade é bastante intensa. Daí, os diversos tipos de obsessão.
O trabalho de doutrinação não se resume às poucas horas que o doutrinador conversa com os Espíritos incorporados aos médiuns, mas prolonga-se ao longo do tempo.

4. DOUTRINADOR E DOUTRINA ESPÍRITA

4.1. O DOUTRINADOR
É a pessoa que se incumbe de dialogar com os Espíritos desencarnados, necessitados de ajuda e esclarecimento. Há um médium que serve de intermediário aos Espíritos sofredores e o dirigente-esclarecedor. Além disso, deve-se zelar pelo preparo de ambiente e dos médiuns, a fim de que haja um bom trabalho de doutrinação.

4.2. OBJETIVOS DA DOUTRINAÇÃO
Esclarecer os Espíritos ignorantes, estimular os Espíritos fracos e confortar os Espíritos sofredores. Há que se ter em mente que os Espíritos não se tornam santos simplesmente porque deixaram a vestimenta física. Continuam a agir da mesma forma só que sem o corpo físico. Ao dirigente-esclarecedor cabe dialogar com esses Espíritos de uma forma respeitosa no sentido de abrir-lhes a mente para o futuro que os aguarda.

4.3. CONHECIMENTO DOUTRINÁRIO
Uma das principais características do doutrinador espírita é ter sólida formação doutrinária, familiaridade com o Evangelho de Jesus e autoridade moral.
Necessita, assim, de debruçar-se sobre as obras básicas e complementares. Para tanto, não deve medir esforços de estar sempre se aperfeiçoando porque, no fundo, é a sua condição moral elevada que realmente convence um Espírito ainda absorto no mal.

5. DIALOGANDO COM OS ESPÍRITOS
No diálogo com os Espíritos, há algumas perguntas iniciais: Você sabe onde se encontra? Conhece o seu estado? Já ouviu falar de Jesus? Conhece a justiça de Deus?
Como dissemos anteriormente, os Espíritos encontram-se em diversos graus de evolução. Eis alguns exemplos, extraídos do livro Diálogo com as Sombras, de Hermínio C. Miranda:

5.1. ESPÍRITOS SOFREDORES
Quando o doutrinador se deparar com os Espíritos sofredores obsessores, pois, há sofredores, que não são obsessores deve procurar convencê-los de que os sintomas apresentados são reflexos do corpo físico. Em alguns casos, é útil revelar-lhes a sua real condição, mesmo que entre em contradição consigo mesmo. O importante é despertá-lo para a vida espiritual.

5.2. ESPÍRITOS MALDOSOS
Os Espíritos maldosos se comprazem na prática do mal. Quando são encaminhados para um trabalho mediúnico no Centro Espírita, o doutrinador deve mostrar-lhes as recompensas pela prática do bem, alertando-os para se afastarem do mal. Sempre que possível tentar restabelecer a sua fé e a confiança em Deus.

5.3. ESPÍRITOS RECALCITRANTES
Os Espíritos recalcitrantes, como o próprio nome diz,  são aqueles que estão repetidamente praticando o mal e atrapalhando a vida dos encarnados. Em qualquer situação, deve-se respeitar o livre-arbítrio do Espírito manifestante. Caso não se obtenha o êxito esperado, convidá-lo para voltar outro dia.

6. NOTAS DA REVISTA ESPÍRITA

6.1. GRAVIDADE E BENEVOLÊNCIA
Allan Kardec dá algumas instruções no trato com os Espíritos. Ele diz que tanto com Espíritos benevolentes como com Espíritos sofredores ou maus, é preciso gravidade, posto que temperada de benevolência. "É o melhor meio de lhes impor e os manter à distância, obrigando-os ao respeito. Se descerdes até a familiaridade com os que vos são inferiores, do ponto de vista moral e intelectual, não tardareis a dar entrada à sua influência perversa. Ficar de guarda. Variar vossa linguagem conforme a dos Espíritos que se comunicam". (Revista Espírita, 1865, p. 153)

6.2. ESCUTAR OS SEUS IGUAIS
Qual a utilidade do médium e do doutrinador encarnado? Por que os Espíritos desencarnados não escutam os conselhos de seus iguais do espaço e esperam os ensinamentos dos homens?
"Porque é necessário que os dois mundos visível e invisível, reajam um sobre o outro e que a ação dos humanos seja útil aos que viveram, como a ação da maior parte destes é benéfica aos que vivem entre vós. É uma dupla corrente, uma dupla ação, igualmente satisfatória para esses dois mundos, que estão unidos por tantos laços". (Revista Espírita, 1865, p. 207)

6.3. O CASO GERMAINE
“É uma das obsessões das mais graves, cujo caráter mudará muitas vezes de fisionomia. Agi friamente, com calma; observai, estudai e chameis Germaine”.
É uma dissertação longa. Um dos aspectos que nos chamou a atenção foi a de que antes de os médiuns intervirem, deixaram a família esgotar todos os meios disponíveis. "Só quando a impotência da ciência e da Igreja foi constatada é que induzimos o pai desesperado a vir assistir à nossa reunião para saber a verdadeira causa do mal de sua filha, e o remédio moral a ministrar-lhe". (Revista Espírita, 1865, p. 006)

7. CONCLUSÃO
Os Espíritos menos felizes pululam ao redor dos seres humanos. Muitos deles nem suspeitam do mal que fazem aos encarnados. Nesse caso, a tarefa do doutrinador é sumamente nobre, pois tem a oportunidade de alertá-los e convidá-los para uma tomada de consciência à luz da moral do Cristo.

8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Kardec, Allan. Revista Espírita de 1865.
MIRANDA, H. C. Diálogo com as Sombras (Teoria e Prática da Doutrinação). 3. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1982.


PS

Doutrina Espírita não lhe negues fidelidade



Toda crença é respeitável.
No entanto, se buscaste a Doutrina Espírita, não lhe negues fidelidade.

Toda religião é sublime.
No entanto, só a Doutrina Espírita consegue explicar-te os fenômenos mediúnicos em que toda religião se baseia.

Toda religião é santa nas intenções.
No entanto, só a Doutrina Espírita pode guiar-te na solução dos problemas do destino e da dor.

Toda religião auxilia.
No entanto, só a Doutrina Espírita é capaz de exonerar-te do pavor ilusório do inferno, que apenas subsiste na consciência culpada.

Toda religião é conforto na morte.
No entanto, só a Doutrina Espírita é suscetível de descerrar a continuidade da vida, além do sepulcro.

Toda religião apregoa o bem como preço do paraíso aos seus profitentes.
No entanto, só a Doutrina Espírita estabelece a caridade incondicional como simples dever.

Toda religião exorciza os Espíritos infelizes.
No entanto, só a Doutrina Espírita se dispõe a abraçá-los, como a doentes, neles reconhecendo as próprias criaturas humanas desencarnadas, em outras faixas de evolução.

Toda religião educa sempre.
No entanto, só a Doutrina Espírita é aquela em que se permite o livre exame, com o sentimento livre de compressões dogmáticas, para que a fé contemple a razão, face a face.

Toda religião fala de penas e recompensas.
No entanto, só a Doutrina Espírita elucida que todos colheremos conforme a plantação que tenhamos lançado à vida, sem qualquer privilégio na Justiça Divina.

Toda religião erguida em princípios nobres, mesmo as que vigem nos outros continentes, embora nos pareçam estranhas, guardam a essência cristã.
No entanto, só a Doutrina Espírita nos oferece a chave precisa para a verdadeira interpretação do Evangelho.

Porque a Doutrina Espírita é, em si, a liberalidade e o entendimento, há quem julgue seja ela obrigada a misturar-se com todas as aventuras marginais e com todos os exotismos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula.

Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.

“Espírita” deve ser o teu caráter, ainda mesmo te sintas em reajuste, depois da queda.

“Espírita” deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências.

“Espírita” deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates contigo mesmo.

“Espírita” deve ser o claro adjetivo de tua instituição, ainda mesmo que, por isso, te faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres.

Doutrina Espírita quer dizer Doutrina do Cristo. E a Doutrina do Cristo é a doutrina do aperfeiçoamento moral em todos os mundos.
Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua responsabilidade mais alta, porque dia virá em que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas.

Religião dos Espíritos-Emmanuel-psicografia Chico Xavier
Reunião Pública de 13/11/1.959

                                                                


Allan Kardec
Hippolyte Léon Denizard Rivail, conhecido pelo pseudônimo Allan Kardec, nasceu em 3 de outubro de 1804, em Lyon, França - Codificador da Doutrina Espírita

18 de Abril de 1.857 - 159 anos do lançamento do Livro dos Espíritos!
Dan


Eu não sou mais espírita! “Ex-espírita” será imaginável?












Há poucos dias, um reconhecido divulgador do Espiritismo, utilizou-se das redes sociais para confessar que “não era mais espírita”. Ouvimos suas razões pelo “you tube” e percebemos a sua ingenuidade, motivo pelo qual deliberamos comentar seu ato.  Todavia, antes de explanar sobre a deserção do propagandista insurgente e “ex-espírita”, asseguramos que não existe no dicionário kardequiano o termo “ex-espírita”. Até porque, uma vez ESPÍRITA, jamais serão desintegrados os ensinos revelados pelos Espíritos aos que foram racionalmente abrangidos. Portanto, os que se assumem “ex-espíritas” jamais foram ESPÍRITAS.
Em Obras Póstumas encontramos o artigo “Desertores”, nele aprendemos que “entre os ESPÍRITAS convictos, não há deserções, na lídima acepção do termo, visto como aquele que desertasse por motivo de interesse ou qualquer outro, nunca teria sido sinceramente ESPÍRITA; pode, entretanto, haver desânimos. Pode dar-se que a coragem e a perseverança fraqueiem diante de uma decepção, de uma ambição frustrada, de uma preeminência não alcançada, de uma ferida no amor-próprio, de uma prova difícil.” [1]
Se alguns “ex-espíritas” desertaram, aniquilando o ideal, admitindo extinguir a chama da Doutrina dos Espíritos sob qualquer pretexto, segundo as contingências históricas, podemos afiançar-lhes que o Espiritismo permanecerá despontando sucessivamente por meio de diversos instrumentos de desenvolvimento e expansão. Isto quer dizer que o Espiritismo prosseguirá sempre, conquanto alguns, às vezes, abandonem a luta ou retrocedam, devido às conveniências particularíssimas.
Digam o que disserem, ou façam o que fizerem ninguém será capaz de privar o Espiritismo do seu caráter revelador, da sua filosofia racional e lógica, da sua moral consoladora e regeneradora. Qualquer oposição é impotente contra a evidência, que inevitavelmente triunfa pela força mesma das coisas.
Muitos antagonistas de Kardec acreditavam que o Espiritismo se extinguiria por causa dos “espíritas” que se envolviam em desordem, arrogância ou deserção, onde centros espíritas se esvaziavam ou até fechavam as suas portas, entretanto os Espíritos não ficaram imóveis ou ociosos, ao contrário, solucionaram de maneira objetiva, provocando novos fenômenos e fatos transcendentes, a fim de manterem desperta as mentes humanas sob a pujante luz do Consolador Prometido.
É óbvio que alguém que verdadeiramente estuda e busca o aperfeiçoamento moral dentro dos ensinamentos do Espiritismo jamais (nunca mesmo!) será mental, intelectual e sentimentalmente   a mesma pessoa. O Espiritismo não impõe nada, pelo contrário, expõe!  Se é certo que todas as grandes ideias contam apóstolos fervorosos e dedicados, não menos certo é que mesmo as melhores dentre as ideias têm seus desertores. O Espiritismo não podia escapar aos efeitos da fraqueza humana.
Alguns “ex-espíritas” por algum tempo pregaram a união, semeando a separação; habilmente levantaram questões importunas e ferinas; despertaram o despeito da preponderância entre os diferentes grupos. Em verdade,  todas as doutrinas têm tido seu Judas; o Espiritismo não poderia deixar de ter os seus e eles ainda não lhe faltaram. Kardec chamava-os de “espíritas de contrabando”, mas que também foram de alguma utilidade: ensinaram ao verdadeiro ESPÍRITA a ser prudente circunspeto e a não se fiar nas aparências. Sem dúvida, podem os tais “ex-espíritas” terem sido crentes, mas, sem contestação, foram crentes egoístas, nos quais a fé racional não ateou o fogo sagrado do devotamento e da abnegação.
Aos que lutam com coragem e perseverança cujo devotamento é sincero e sem ideias preconcebidas os Bons Espíritos protegem manifestamente. É verdade! Os Bons Espíritos ajudam-nos a vencer os obstáculos e suavizam as provas que não possamos evitar-lhes, ao passo que, não menos manifestamente, abandonam os que desertam e sacrificam a causa da verdade às suas ambições pessoais e mesquinhas.
Quem sabe possamos também chamar de desertores os que pregam virtudes religiosas e sociais, acolhendo-se em trincheiras de usura, os que levantam casas de socorro, desviando recursos que deveriam ser aplicados para sanar as dores do próximo, as mães que, sem motivo, emudecem as trompas da vida no santuário do próprio corpo, embriagando-se de prazeres que vão estuar na loucura, os que passam as horas censurando atitudes de outrem, olvidando os deveres que lhes competem os que condenam e amaldiçoam, ao invés de compreender e abençoar, os que perderam a simplicidade e precisam de uma torre de marfim para viver.
Quando perpetramos a deserção voluntária dos nossos deveres, diante das leis que nos governam, decerto que imprimimos determinadas deformidades no corpo espiritual. Benfeitores da Vida Maior são unânimes em declarar que, em todas as ocasiões nas quais sejamos impulsionados a desertar das experiências a que Deus nos destinou na vida terrestre, devemos recorrer à oração, ao trabalho, aos métodos de autodefesa e a todos os meios possíveis da reta consciência, em auxílio de nossa fortaleza e tranquilidade, de modo a fugirmos do profundo poço da irrealização pessoal.
Jorge Hessen

PS


Quarto Enfermaria












Quarto  enfermaria. Doentes, preces sinceras.
Esses quartos já presenciaram adeuses e ósculos, mais sinceros do que um barco a zarpar.
É nesse quarto que você vê um homofóbico ser salvo por um médico gay.
A médica de classe social elevada salvando a vida de um mendigo.
Na UTI o judeu cuida do racista; Agente policial e recluso no mesmo quarto recebendo cuidados iguais.
O abastado na fila de transplante, o doador é pobre.
São nesses momentos que o “quarto enfermaria” toca a alma.
Vidas que se cruzam em propósito divino, e nesse compartilhamento da existência, nos dão conta que sozinhos não somos ninguém.
A fragilidade da alma humana, na maioria das vezes, só aparece na dor ou ameaça de perda.
Quando o mundo entenderá que somos todos iguais - Almas numa experiência humana.      

Espírito Anônimo – 25/08/2017 + ou – as 02h10min




PS