A responsabilidade na escolha do dirigente espírita

Jornal Verdade e Vida - JUNHO/JULHO 2016
por: Francisco Rebouças

É inadmissível que em pleno século XXI, há exatos 159 anos após a codificação da consoladora e esclarecedora Doutrina dos Espíritos, que à frente dos destinos de qualquer de nossas  instituições, estejam dirigentes absolutamente despreparados para exercer tão importante função, que exige antes de qualquer outra coisa preparo e competência.
Para o desempenho de tão delicada missão, indispensável se torna que essa escolha se proceda levando em consideração critérios que justifiquem a escolha daqueles que realmente se mostrem mais preparados para os respectivos encargos tais como: Reconhecido conhecimento doutrinário sedimentado no intelecto e no coração, conduta reta, sensibilidade para lidar com pessoas e problemas, excelente relacionamento com os demais frequentadores da instituição e total desinteresse por evidência pessoal entre tantas outras indispensáveis posturas.
É desaconselhável a escolha de quem quer que seja, sem essas características indispensáveis para o bom exercício de tão espinhosa e trabalhosa função, simplesmente por ser nosso amigo particular, nosso parente, por ser bonito e bem sucedido na vida material, por ser falante, por ter prestígio, etc.
Torna-se indispensável antes de qualquer indicação de nossa parte, uma séria e sincera reflexão sobre os efeitos danosos que uma escolha irresponsável poderá produzir de negativo à causa maior que professamos e à casa que frequentamos.
Sabemos que as atividades executadas na seara espírita, são realizadas em sua grande maioria pelo trabalho voluntário, onde todos indistintamente, sentem-se chamados a prestar colaboração nos serviços de caridade, oferecidos pelas casas espíritas.
Indispensável por isso mesmo, que o dirigente seja alguém portador de qualidades positivas para por sua vez, ajudar na capacitação dos demais trabalhadores antes de encaixá-los sem qualquer tarefa, informando-lhes das responsabilidades que estão assumindo, para que esses trabalhadores não procedam como “turistas”; que agem sem regularidade ou assiduidade,
aparecendo para o trabalho quando desejam, procedendo como se estivessem fazendo um favor ao vir dar uma “mãozinha” no dia em que acham conveniente fazê-lo.
• “Ensina a caridade, dando aos outros algo de ti mesmo, em forma de trabalho e carinho e aqueles que te seguem os passos virão ao teu encontro oferecendo ao bem quanto possuem.
• Difunde a humildade, buscando a vontade Divina com esquecimento de teus caprichos humanos e os companheiros de ideal, fortalecidos por teu exemplo, olvidarão a si mesmos, calando as manifestações de vaidade e de orgulho.
• Propaga a fé, suportando os revezes de teu próprio caminho, com valor moral e fortaleza infatigável e quem te observar crescerá em otimismo e confiança.
• Semeia a paciência, tolerando construtivamente os que se fazem instrumentos de tua dor no mundo, auxiliando sem desânimo e aparando sem reclamar, e os irmãos que te buscam mobilizarão os impulsos de revolta que os fustigam, na luta de cada dia, transformando-a em serena compreensão.
• Planta a bondade, cultivando com todos a tolerância e a gentileza e os teus associados de ideal encontrarão contigo a necessária inspiração para o esforço de extinção da maldade.
• Estende as noções do serviço e da responsabilidade, agindo incessantemente na religião do dever cumprido e os amigos do teu círculo pessoal envergonhar-se-ão da ociosidade.
• As boas obras começam de nós mesmos.
• Educaremos, educando-nos.” ¹
A Doutrina Espírita nos solicita uma conduta operante, uma participação responsável, e uma assiduidade que tornará a tarefa passível de ser realizada com êxito, pois, ser espírita é também ter responsabilidade, pessoal, familiar, social, ser honesto nos propósitos de melhoria interior, procurando tirar proveito de mais esta bênção que a misericórdia divina nos está concedendo, de estudar, trabalhar e assumir tarefas, como forma de nos tornarmos úteis e de executar a parte que nos cabe na obra da criação.
Necessário se faz que o dirigente da casa espírita seja visto e respeitado pelos demais como aquele que tem a responsabilidade maior. E, por essa razão precisa estar atento aos possíveis desajustes que venham a ocorrer em qualquer atividade ou tarefa, sejam no âmbito administrativo ou religioso da Instituição, para a devida conscientização dos demais trabalhadores.
Para isso precisa ele ser portador e elevada moral sedimentada nos postulados da doutrina, conduta exemplar, presença constante nos trabalhos desenvolvidos pela instituição, empenho na resolução dos problemas que lhe sejam apresentados, tornando-se exemplo para os demais tarefeiros da casa. 
Urge entender que o posto de dirigente, não pode ser ocupado por quem não tenha a necessária estrutura que o cargo requisita, em termos de responsabilidade e competência, já não podem ser tolerados os despreparos das pessoas que envergam sobre si a responsabilidade de presidir, conduzir, decidir rumos e encontrarem soluções para os desafios da missão.
Assim sendo, na escolha dos nossos dirigentes, é preciso que tenhamos o devido cuidado de escolher com responsabilidade os companheiros de lide espírita para o exercício de comando das casas espíritas, para que não nos tornemos indiretamente responsáveis pelo mau  desempenho das atividades em nossas casas religiosas, e também não venhamos a nos arrepender tardiamente, de uma escolha impensada irrefletida, irresponsável, pois a tarefa espírita cristã não comporta improvisos.
Os dirigentes limitados e despreparados serão os primeiros entraves de que as instituições sérias terão de se ver livres.

Bibliografia
1 – Xavier, Francisco Cândido –

PS

Fotos - Almoço Beneficente

Terceiro almoço beneficente do ano do Grupo da Fraternidade Irmão Lauro. Agradecemos todos que compareceram e os trabalhadores que se envolveram de corpo e alma para realização e sucesso desse caloroso evento.












PS

Você já dormiu ou bocejou durante uma palestra ou estudo espírita?

                     




Qual a origem da sonolência ou bocejo durante uma palestra?

Com certa freqüência, observamos alguns irmãos envolvidos pelo torpor enquanto assistem a uma palestra. Vários são os motivos que podem nos induzir ao sono nestas ocasiões. Com a finalidade de colaboramos para que a palestra atinja o seu objetivo de maneira ampla e proveitosa, destacamos abaixo alguns destes motivos, que julgamos ser útil a sua identificação e correção, obviamente dentro das possibilidades:

·  Alimentação excessiva ou "pesada" antes da reunião
·  Cansaço físico ou mental após um dia de trabalho
·  Desinteresse pelo tema abordado
· Influência espiritual para impedir o esclarecimento do encarnado – (Hipnose Espiritual Interna, segundo tese do Espírito Manoel Philomeno de Miranda)              
· Desdobramento do encarnado (Onde são realizados trabalhos ou estudos em outros planos, raríssimos casos, os quais ocorrem com médiuns, por exemplo).
·  Palestra extensa, onde a exposição ultrapassa o tempo determinado
·  Falta de coerência e objetividade
·  Monotonia do orador

Neste último item, destacamos o uso de uma linguagem entediante; o volume baixo demais da voz; dicção sem muita clareza; utilização de discurso decorado ou com leitura muito prolongada; divagações com fuga do tema central e finalmente, falta de domínio sobre o assunto.

É fundamental que se realize um esforço para corrigir estas situações que colocam em risco a seriedade do trabalho que é produto do estudo e dedicação do palestrante. Aos ouvintes, é necessário manterem-se alertas nestas ocasiões procurando evitar as condições que favoreçam o sono durante o aprendizado da doutrina. Ainda que o assunto a ser explanado seja do nosso total conhecimento, aproveitemos a oportunidade de expandir - através de outros enfoques e idéias doutrinárias de organização diferente da que temos - o desenvolvimento intelectual e aprimoramento espiritual.

Fonte: Jornal Correio Espírita

PS



O tumulo *












O tumulo é o berço da vida, 
que se arroja das sombras para a luz.
 Caso a morte te amedronte,
 tenha receio da vida,
pois assim, como a viveis,
despertarás do berço tumulo em radiante alegria
ou em lágrimas amargas de arrependimento.

Pense nisso e viva sempre!

Aqui ou acolá a vida eclode no amor.

Fabiano

Psicografia recebida 02/11/2017- Dan - reunião do Grupo da Fraternidade Irmão Lauro.

*Tumulo vem do verbo tumular. O mesmo que: encovo, enterro, inumo, sepulto.


PS

Os Espíritos no dia de finados



Os Espíritos acodem nesse dia de finados ao chamado dos que da Terra lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem noutro dia qualquer (LE, 321).

De acordo com alguns historiadores, o dia consagrado aos mortos originou-se dos antigos povos da Gália (atual França), os quais, então conhecedores da indestrutibilidade do ser, honravam os Espíritos e não os cadáveres, como, infelizmente, se faz na atualidade.

Esse dia, popularmente chamado de “finados”, é uma tradição mundial, cuja origem se perde na noite dos tempos, e que revela a intuição do homem sobre a imortalidade da alma. Finado é o particípio passado do verbo “finar”, que significa o indivíduo que morreu, findou, faleceu.

Trata-se de uma cultura adotada por todos os povos e quase todas as religiões. Esteve inicialmente muito ligada, na Antiguidade, aos cultos agrários ou da fertilidade. Acreditava-se que os mortos, como as sementes, eram enterrados com vistas à ressurreição. Em vista disso, o primitivo dia de finados era festejado com banquetes e orgias perto dos túmulos, costume disseminado em várias civilizações do passado.

Após a morte do tirano Mausolo, rei de Cária, antiga região da Ásia Menor (377 a 353 a.C.), sua esposa Artemísia determinou a construção de um enorme edifício, ricamente enfeitado, para abrigar o corpo do soberano. Esta construção ou monumento funerário é considerado uma das maravilhas do mundo antigo, dentre as quais despontam as Pirâmides do Egito, que até hoje constituem morada dos restos mortais dos antigos faraós.

Daí surgiu a palavra mausoléu para identificar os sepulcros de grandes proporções.

Entretanto, somente no final do século X é que foi oficializado pela Igreja de Roma o “culto aos mortos”, com o nome de “finados”, destinado precisamente aos Espíritos que estariam no “purgatório”.

Para o Espiritismo, este é um dia como qualquer outro, uma vez que a ida ao cemitério é a representação exterior de um fato íntimo. As pessoas que visitam um túmulo manifestam, por esse costume, que pensam no Espírito ausente, embora muitas o façam apenas para se desincumbir de mais uma “obrigação social” no calendário humano.

Para homenagear o ente querido que partiu antes de nós, não é preciso, necessariamente, ir a cemitérios, via de regra repleto de túmulos caiados, tétricos e poídos, porque lá repousa apenas o envoltório do Espírito (corpo físico).

O que sensibiliza o Espírito não é propriamente a visita à sepultura, mas a lembrança fraterna e a prece sincera daquele que ficou na Terra, o que pode ser feito a qualquer momento e em qualquer lugar. Por isso, o dia de finados não é mais importante, para os desencarnados, do que outros dias. A diferença entre o dia de finados e os demais dias é que, naquele, mais pessoas chamam os Espíritos pelos pensamentos.

O costume de as famílias sepultarem os restos mortais de seus membros em um mesmo lugar é útil do ponto de vista material, entretanto, para as Leis Divinas, essa cultura nenhum valor tem, do ponto de vista moral, a não ser tornar mais concentradas as recordações dos parentes.

O Espírito que atingiu um determinado grau de perfeição, despojado que se encontra das vaidades terrenas, compreende a inutilidade dos funerais pomposos, que servem mais aos que ficam do que aos que partiram.

Muitas vezes, o Espírito assiste ao seu próprio velório, não sendo raro as decepções que experimenta, ao se defrontar com alguns visitantes falando mal do “extinto”, contando piadas ou em conversas sobre negócios regadas a bebida alcoólica, sem qualquer respeito pela memória do recém-desencarnado. Mais decepcionado este fica, ainda, quando assiste às reuniões dos herdeiros, disputando, em brigas acirradas, a divisão dos bens do espólio.

As imagens e evocações das palestras dos presentes incidem sobre a mente do recém-desencarnado, o qual, na maioria das vezes, por ausência de preparo espiritual e desconhecimento das Leis Naturais, embora morto biologicamente, ainda não se desligou, mentalmente, dos despojos, o que lhe traz muito sofrimento, inclusive sensações desagradáveis, perturbações e pesadelos, dificultando ainda mais o seu desenlace (ver, no it. 7.4.7, a diferença entre desencarnação e morte biológica). O fato é que a menção do nome do próprio falecido e de outros mortos transforma-se em verdadeira invocação, atraindo-os ao ambiente em que nos encontramos (consultar cap. 14, da obra Obreiros da vida eterna, do autor espiritual
André Luiz, psicografado por Francisco Cândido Xavier, um caso prático de evocação inconsciente ocorrido num velório).

Qual, então, deve ser a nossa conduta, nessas ocasiões? A mesma postura de respeito que devemos ter para com qualquer pessoa encarnada. Uma prece sincera, um pensamento simples, mas bondoso, endereçado aos entes que partiram, valem mais do que mil coroas de flores e solenidades fúnebres.

Todavia, não nos esqueçamos de que mais importante não é o comportamento nosso na hora da desencarnação de um ente querido, ou no momento de nossa própria morte física, mas sobretudo a conduta que devemos ter durante toda a nossa existência física, pois que, sendo Espíritos imortais, nossa vida é uma constante preparação para a morte, razão pela qual é preciso viver bem para morrer bem.

 Christiano Torchi


PS