Em 08 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Dispensaria falarmos das razões pelas quais a data foi criada, o fato é de conhecimento público. Chama-nos a atenção o fato de a mulher, em toda a história, ser posta em sua condição de inferioridade, tanto que na Revista Espírita de 1866 há um artigo “As mulheres têm alma?". Se tal questionamento foi feito, era fato que havia dúvidas em relação à condição feminina. A resposta dada por Kardec deixa clara a igualdade dos sexos, além da aparente explicação sobre o homossexualismo. A questão da igualdade entre homem e mulher será tratada também nas questões 817/822 do “Livro dos Espíritos”.
Comprova-se
no texto de Kardec que as mulheres tinham alma, sim, muitas das quais dedicaram
seu amor e sua dor à humanidade. Entre elas, vem à nossa memória Maria Madalena
(do hebraico, Miryam, de Magdala), que, por questões de tradução, ficou
conhecida durante séculos como a adúltera, a meretriz, a endemoniada, salva por
Jesus, fato comprovado, mais tarde, que se tratava de mulheres diferentes,
e não de Madalena.
Com
a publicação dos Evangelhos Apócrifos, a condição de Maria de Magdala começa a
ser revista, tornando-a a discípula mais importante de Jesus, o que
parecia , segundo os evangelhos, causar certo conflito entre os discípulos,
como se nota na fala de Levi, dirigindo-se a Pedro: (...) Certamente o
Salvador a conhece bem. Daí a ter amado mais do que a nós.
Madalena
amou Jesus, senão como homem, amou-o pelas suas palavras, pelo seu espírito,
pelas suas ações. Afinal, foi Ele quem disse, em relação à mulher adúltera:
“Aquele que não tiver pecado atire a primeira pedra.” O amor de Madalena pode
ter sido tão grande que Dele foi discípula, o acompanhou em suas pregações,
presenciou milagres, seguiu-o ao Monte das Caveiras, chorou na crucificação.
Foi a ela que Ele apareceu no terceiro dia. Haveria, para isso, outra razão
senão o amor?
Há
historiadores que defendem a ideia de que Jesus e Maria de Magdala eram casados
e que, após a crucificação, Maria tenha fugido para França, com alguns
discípulos, levando em seu ventre a filha do Salvador, fato que nos
parece não ter comprovação e indícios nos Evangelhos Canônicos.
Há, porém, nos evangelhos apócrifos: E companheira do
Salvador é Maria Madalena. Cristo ama-a mais do que a todos os discípulos e
costumava beijá-la com freqüência na boca. O resto dos discípulos ofendia-se
com isso e expressava sua desaprovação. Diziam a ele: Porque tu a amas mais do
que a nós todos?
As
passagens da vida de Madalena são confusas e carecem de comprovação,
mas exceto Maria, Marta, Ana e Lia, que pertenciam à família de
Jesus, Madalena é a mulher que de Jesus, segundo a história, mais se aproximou.
A
todas as mulheres que dedicam a sua alma e seu amor ao próximo: sejamos como
Maria de Magdala, que viu Jesus padecer no Calvário e ainda assim não desistiu
de pregar o que havia lhe ensinado o Salvador.
Jesus
em nós!
Bibliografia:
Kardec,
A. Livro dos Espíritos.
Kardec,
A. Revista Espírita. Jornal de Estudos Psicológicos.
George,
M. Maria Madalena - a mulher que amou Jesus.
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