Fabiano de Castella
A natureza nos dá exemplos de equilíbrio em sua organização, exceto quando há interferência da vaidade humana, que a leva ao desequilíbrio. O corpo humano é possivelmente proporcional, no equilíbrio de formas, como desejou Leonardo da Vinci em seu Homem Vitruviano. Nota-se, entretanto, em todos os tempos, o desequilíbrio das criaturas pelas mais diversas causas: o uso inadequado do corpo, o desamor, a falta de fé, os maus pensamentos, o excesso de vaidade e tantas outras razões que poderíamos enumerar, contrariando a nossa natureza, que deve ser a do equilíbrio.
Buscar esse equilíbrio não tem sido tarefa fácil. Manter a mente sã e o corpo são requer de cada um de nós, a cada dia, força interior para suportar nossas provas e para não recrudescermos diante delas e de tal modo que as nossas perturbações espirituais possam influenciar a matéria.
O espiritismo, entretanto, nos orienta, no Evangelho Segundo o Espiritismo: as relações que existem entre o corpo e a alma, por se acharem em dependência mútua, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela. Desatender as necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que o vosso livre-arbítrio o induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo mal dirigido, pelos acidentes que causa.
O espírito Fabiano nos alerta: “O cristão verdadeiro vive do equilíbrio”. É necessário, portanto, que cuidemos do nosso corpo, ponderemos nossas ações, vigiemos nossos pensamentos, colocando-os na balança de nossa alma, para que encontremos o ponto de equilíbrio daquilo que somos e daquilo que desejamos ser, para que não soframos solidão ou desajuste, como nos ensinou um companheiro espiritual.
Jesus, no Sermão da Montanha, disse aos discípulos: “Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens.” Ouçamos a palavra do Cristo, porque nós somos também o sal da terra, e o sal, em equilíbrio, é importante agente na natureza. Nós também somos um agente de transformação do mundo e de nós mesmos.
Trabalhemos com equilíbrio, oremos com equilíbrio, sejamos humildes com o equilíbrio, orgulhosos com equilíbrio, como orienta Fabiano, em prece proferida na Colônia Espiritual Alvorada* ao companheiro desencarnado, que ocupava a Enfermaria XII, orientação esta que também cabe a nós, tão necessitados de equilíbrio e de ajustes, em tão conturbada esfera dentro de nós mesmos:
Querido irmão desta colônia
Muita Paz
Guarda-te do mal, contudo pratique o Bem.
Esconde-te das paixões, todavia desenvolve as possibilidades que já possues por menores que sejam.
Oculta -te dos maus pensamentos, porém não deixes de emitir pensamentos superiores em benefício de teu próximo e de ti mesmo.
Apaga-te diante dos grandes, mas não impeças que a verdade, mesmo com sacrifício de teus interesses, se espalhe no mundo.
Não te exaltes o bastante de modo que venham a zombar de ti, nem te humilhes tanto, de tal forma, que venham te desprezar.
O Cristão verdadeiro vive do equilíbrio e faz de uma vida fraterna e caridosa sua fortaleza.
Segue Jesus em tudo o que te for possível, até o fim de teus dias e viverás em planos mais altos da espiritualidade.
A esfera superior começa no mundo, dentro de ti mesmo.
Muita Paz.
*Nota: Segundo informações espirituais, trata-se de Colônia Espiritual plasmada, geograficamente, nas proximidades de Matão, cidade do interior de São Paulo. A Enfermaria XII trata-se de um dos leitos ocupado por irmão desencarnado, que aguarda recuperação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário