Sob
a perspectiva da ciência
O
aborto espontâneo (IIG) é o termo usado para uma gravidez que termina por si
só, independente de qualquer manobra local ou geral voluntária, geralmente
ocorre dentro das primeiras 20 semanas de gestação.
Pode
ser um fenômeno: - Isolado. - Habitual ou de repetição (dificuldade
de diagnóstico, prognóstico ou tratamento.)
O
aborto espontâneo desenvolve-se em duas fases:
a)
Ameaça de aborto.
É
importante o diagnóstico, pois o tratamento precoce pode por vezes salvar a
gravidez, se houver vida embrionária.
Clinicamente
é caracterizado por:
1º-
Pequenas metrorragias. (hemorragias)
2º-
Queixas de cólicas discretas aos quadrantes inferiores. (cólicas na região
pélvica)
b)
– Aborto propriamente dito.
É
anunciada pelo aumento das perdas sanguíneas, pelo aparecimento de dores ou o
seu aumento.*
Na
sua evolução o aborto espontâneo é:
-
Natural e em geral completo e pode efetuar-se:
a)
Num só tempo (embrião ou feto + placenta – durante o 1º e 2º mês)
b)
Em dois tempos: 1º – embrião ou feto
2º – placenta
-
durante o 3º e 4º mês.
(Após
o aborto: 1) A involução (útero volta ao normal), é rápida; 2)
Pode haver lugar ao aparecimento do leite materno dependendo esta situação do
tempo de gravidez que havia; 3) A menstruação aparece entre 30-90 dias
(média 45 dias) após o aborto se ter consumado.
Etiologia (=causa)
Em
cerca de 50% dos casos, a etiologia precisa do aborto não se diagnostica, mas
noutros 50%, são revelados após técnicas auxiliares de diagnóstico, por ex:
ecografia, histerosalpingografia, etc…
1-
Causas ovulares; 2 – Causas uterinas; 3 – Causas de ordem geral; 4 – Déficits
hormonais; 5 – O traumatismo ou os microtraumatismos repetidos; 6 –
Algumas infecções; 7- Anomalias cromossômicas: *
O
que nos diz a Doutrina Espírita sobre o aborto espontâneo:
Considerações sobre o Aborto Espontâneo
Consciência,
perispírito e enfermidade.
Há no homem alguma outra coisa além da alma e
do corpo? E qual é a sua natureza?
“Semimaterial,
isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja
assim para que os dois se possam comunicar um com o outro. Por meio desse laço
é que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.” O homem é, portanto,
formado de três partes essenciais:
1º
– o corpo ou ser material, análogo ao dos animais e animado pelo mesmo
princípio vital;
2º
– a alma, Espírito encarnado que tem no corpo a sua habitação;
3º
– o princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial que serve
de primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao corpo. Tal, num fruto, o
gérmen, o perisperma e a casca.
Como
pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de
depurar-se?
Na
questão 344 de “0 Livro dos Espíritos”, encontramos a seguinte orientação:
-
no momento da concepção, o Espírito se une em definitivo ao corpo, por laços
ainda frágeis, podendo haver mortes prematuras, tanto pela imperfeição da
matéria, quanto, principalmente, por tratar-se de prova, tanto para ele quanto
para os pais.
André
Luiz elucida-nos a esse respeito: “Na Espiritualidade, os servidores da
Medicina penetram, com mais segurança, na história do enfermo para estudar, com
o êxito possível, os mecanismos da doença que lhe são particulares. Aí, os
exames nos tecidos psicossomáticos com aparelhos de precisão, correspondendo às
inspeções instrumentais e laboratoriais em voga na Terra, podem ser
enriquecidos com a ficha cármica do paciente, a qual determina quanto à
reversibilidade ou irreversibilidade da moléstia, antes de nova reencarnação,
motivo por que numerosos doentes são tratáveis, mas somente curáveis mediante
longas ou curtas internações no campo físico, a fim de que as causas profundas
do mal sejam extirpadas da mente pelo contacto direto com as lutas em que se
configuraram.”
XAVIER,
F.C./ Espírito André Luiz; “Evolução em Dois Mundos ” – 14ª ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB,
1995. Segunda parte, cap, 19.
Quando o Reencarnante desiste da
prova.
Nalguns
casos o aborto considerado espontâneo é, realizado pelo próprio espírito em
processo reencarnatório. “(…) como os laços que ao corpo o prendem são ainda
muito fracos, facilmente se rompem e podem romper-se por vontade do Espírito,
se este recua diante da prova que escolheu. Em tal caso, porém, a criança não
vinga.” Todavia, não há como outro Espírito passar a ocupar o corpo destinado
ao Espírito que desistiu de reencarnar. Kardec, Allan; O Livro dos Espíritos;
p.345
A influência da mente da mãe
Há
outros casos de abortos aparentemente espontâneos, que são na verdade provocados
mentalmente pela mãe. XAVIER, Francisco Cândido/Espírito André Luiz; Evolução em Dois Mundos , 10ª ed.,
Cap. XIII, pág. 195.
O
aborto espontâneo e o suicídio em vidas pregressas.
~PEREIRA,
Y.A./Espírito Camilo Cândido Botelho; “Memórias de um Suicida”. 22ª ed. Rio de
Janeiro, RJ: FEB, 2000. Segunda parte, cap- I.
“–
Como compreenderemos os casos de gestação frustrada quando não há Espírito
reencarnante para arquitetar as formas do feto? FCX/Espírito André Luiz;
Evolução em dois mundos. Cap. XIII, pag. 195
“(…)
nas questões 136- a) e 136 – b) 356 – a) de “O Livro dos Espíritos”, consta que
podem existir corpos sem alma, sendo apenas uma massa de carne sem
inteligência;
-
Há casos em que jamais houve um espírito, destinado aos corpos, nada devendo se
cumprir neles.
Há
também espíritos que, pela recusa sistematicamente determinada em reencarnar,
para fugir de determinadas situações, romperam os liames que os unia ao embrião.
Estes terão seus débitos cármicos agravados e muitas vezes encontrarão
posteriores dificuldades em reencarnar, sendo atraídos a gestações inviáveis e
a pais necessitados de vivenciar a valorização da vida.
Os
abortos espontâneos podem ser resultado do compromisso dos pais, antes de
reencarnar, de passarem pela prova da infertilidade, por terem adquiridos
débitos com a lei universal na área do renascimento.
Podem
também ser experiência para aqueles que, por não compreenderem a profundidade
do valor da vida, renascem com essa limitação como forma de aprendizado. Em
alguns casos, o espírito programado para nascer foi cúmplice do processo que
envolvia todos os personagens.
“O
aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente
seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se
repetir o delito de lesa maternidade, mergulhando as mulheres que o perpetram
em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhes
façam as gratificações e os obséquios dos Espíritos Amigos e Benfeitores que
lhes recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em
si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém
indebitamente admitido num festim brilhante, carregando uma chaga que a todo
instante se denuncia.
Destarte,
ressurgem na vida física, externando gradativamente, na tessitura celular de
que se revestem, a disfunção que podemos nomear como sendo a miopraxia
(paralesia) do centro genésico atonizado (sem tônus), padecendo, logo que
reconduzidas
ao curso da maternidade terrestre, as toxemias da gestação. Dilapidado o
equilíbrio do centro referido, as células ciliadas, mucíparas e intercalares
não dispõem da força precisa na mucosa tubária para a condução do óvulo na trajetória
endossalpingeana (trajetória que o óvulo faz através das trompas de Falópio),
nem para alimentá-lo no impulso da migração por deficiência hormonal do ovário,
determinando não apenas os fenômenos da prenhes ectópica ou localização heterotópica
do ovo, mas também certas síndromes hemorrágicas de suma importância,
decorrentes da nidação do ovo fora do endométrio ortotópico, ainda mesmo quando
já esteja acomodado na concha uterina, trazendo habitualmente os embaraços da
placentação baixa ou a placenta prévia hemorragípara (que provoca hemorragias)
que constituem, na parturição, verdadeiro suplício para as mulheres portadoras
do órgão germinal em desajuste.”
XAVIER,
Francisco Cândido (André Luiz), Evolução em Dois Mundos , 10ª ed.,
Cap. XIV, pág. 198-9.
Consideração Final
Tudo
é supervisionado por Deus através de seus filhos já evoluídos, como o é Jesus,
Governador da Terra.Gravidez com final feliz, ou a terminar em aborto
espontâneo, se pautado sob uma estreita perspectiva de uma só vida, mostra-se
totalmente diferente ao entendermos haver a sabedoria de Deus em tudo, num planejamento
de longo prazo, de muitos milênios, tendo em vista a nossa evolução moral e
intelectual. Demonstra-se, de forma clara, o quanto nossos Espíritos protetores
trabalham por nós, com tanto tempo de antecedência, e o quanto temos a
agradecer a Deus pela sua ajuda incondicional. Cabe à candidata a mãe
procurar agir da melhor maneira, educando os seus pensamentos e as suas ações,
evitando dessa forma intoxicar a vida que começa a desenvolver-se no seu
interior, buscando, pela prece, e pelo amor, alimentar espiritualmente esse
pequeno ser, dando-lhe força para vencer medos e inseguranças.
As
mães/gestantes conscientes da sua grande missão irão procurar a inspiração dos
bons Espíritos, de forma a contribuir para o bom êxito do planejamento
reencarnatório. Em todas as situações, temos que Deus está presente.
Acaso, não existe! “KUHL, Eurípedes, Genética e Espiritismo, 1ª ed., pág.
115-16.
Tema
apresentado por Gina Ferreira
Fraternidade
Espírita Cristã
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