Filhos existem no mundo que
reclamam compreensão mais profunda para que a existência se lhes torne
psicologicamente menos difícil.
Reportamo-nos aos filhos
adotivos que abordam o lar pelas vias da provação, sem deixarem de ser
criaturas que amamos enternecidamente.
Coloquemos-nos na situação
deles para mais claro entendimento do assunto.
Muitos de nós, nas estâncias
do pretérito, teremos pisoteado os corações afetuosos que nos acolheram em
casa, seja escravizando-os aos nossos caprichos ou apunhalando-lhes a alma a
golpes de ingratidão. Desacreditando-lhes os esforços e dilapidando-lhes as
energias, quase sempre lhes impusemos aflição por reconforto, a exigir-lhes
sacrifícios até que lhes ofertamos a morte em sofrimento pelo berço que nos
deram em flores de esperança.
Um dia, no entanto,
desembarcados no Mais Além, percebemos a extensão de nossos erros e, de
consciência desperta, lastimamos as próprias faltas.
Corre o tempo e, quando
aqueles mesmos espíritos queridos que nos serviram de pais retornam à Terra em
alegre comunhão afetiva, ansiamos retomar-lhes o calor da ternura mas, nesse
passo da experiência, os princípios da reencarnação, em muitas circunstâncias,
tão somente nos permitem desfrutar-lhes a convivência na posição de filhos
alheios, a fim de aprendermos a entesourar o amor verdadeiro nos alicerces da
humildade.
Reflitamos nisso. E se tens
na Terra filhos por adoção, habitua-te a dialogar com eles, tão cedo quando
possível, para que se desenvolvam no plano físico sob o conhecimento da
verdade. Auxilia-os a reconhecer desde cedo, que são agora seus filhos do
coração, buscando reajustamento afetivo no lar, a fim de que não sejam
traumatizados na idade adulta por revelações à base de violência, em que
frequentemente se lhes acordam no ser as labaredas da afeição possessiva de
outras épocas, em forma de ciúme e revolta, inveja e desesperação.
Efetivamente, amas aos filhos
adotivos com a mesma abnegação com que te empenhas a construir a felicidade dos
rebentos do próprio sangue. Entretanto, não lhes ocultes a realidade da própria
situação para que não te oponhas à Lei de Causa e Efeito que os trouxe de novo
ao teu convívio, a fim de olvidarem os desequilíbrios passionais que lhes
marcaram a conduta em outro tempo.
Para isso, recorda que, em
última instância, seja qual seja a nossa posição nas equipes familiares da
Terra, somos, acima de tudo, filhos de Deus.
Pelo Espírito Emmanuel (Do
livro “Astronautas do Além”, de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires -
Espíritos diversos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário