Cada grão de areia que escoa pela ampulheta do tempo, é como um
diário de como vivemos, registrando felicidade, prazeres e perdas.
A felicidade ornada pelas virtudes da justiça, do amor fraterno,
da mansuetude, da compreensão, do respeito, da gratidão, da dignidade, da
solidariedade e, da fraternidade é a única felicidade que acompanha a alma no
ciclo do samsara.
Os prazeres são os grãos de areia, os quais escoam rapidamente na
ampulheta e compõe a maioria das paginas do diário do nosso nascimento e
vivência fugaz.
As perdas são os grãos de areia irregulares, como que esculpidos
pelas lágrimas e tristezas nas experiências que vivemos, e essas experiências; Nascer,
Viver, Morrer, Renascer; a “razão” nos torna oblatas.
Nenhum
sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça
sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande
silêncio.
Digam
aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em
anjo da agonia; uma esposa que se despede, procurando debalde mover os lábios
mudos; uma companheira cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas;
uma amiga que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante
materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da
extrema separação, através da última lágrima translúcida, onde reflete no
silencio da alma liberta:
[1] “A
morte não é nada.
Eu somente passei
Para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
eu continuarei sendo.
que vocês sempre me deram,
falem comigo
como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo
no mundo das criaturas,
eu estou vivendo
no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene
ou triste, continuem a rir
daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi,
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.
A vida significa tudo
o que ela sempre significou,
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora
de suas vistas?”
Eu não estou longe,
apenas estou
do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.”
A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos, e você nada perdeu.
Querida
Tia Lola (Maria Dolores Hurtado): A vida necessita de pausas.
Até Breve!
Quando
a areia da ampulheta da vida escoar, mude a âmbula.
“Quem tem ouvidos de ouvir, ouça”
Tia Lola, minha eterna gratidão pelo seu carinho e amizade; do
seu amigo e irmão menor reconhecido Dic.
19/01/2019
[1] Santo Agostinho
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