O pesquisador materialista afirma que
a consciência humana (ou o espírito) é resultante exclusivo das funções
cerebrais e está confinada no crânio. Para ele, quando o corpo morre a
consciência (ou o espírito) desaparece. A rigor, não existem proposições
científicas que apoiem a sobrevivência da alma após a morte, e muito menos a
comunicação dos mortos.
Contudo, diante do acúmulo de fatos, a exemplo da sensibilidade
extrafísica de Chico Xavier, que não foram explicados pelas leis da natureza ou
foram analisados algumas vezes como fraude, um grupo de cientistas metafísicos
resolveu interrogar a ciência – e não os médiuns. A conclusão desses cientistas
está contida no livro Irreducible Mind. A obra parte da lógica de que fenômenos
como a mediunidade, a telepatia e experiências de quase-morte são indícios de
que o velho modelo teórico vigente nos meios academistas é incompleto. [1]
Para o psiquiatra da Universidade da Virgínia (EUA) Edward Kelly, a
ciência vem ignorando um princípio científico básico, o da “falseabilidade ou
refutabilidade”, ou seja, todo cientista sério deveria estar sempre procurando
um vácuo na sua tese – e não o contrário. Para Kelly, a mediunidade pode ser um
desses vácuos, por isso é plausível desvendar o mistério da consciência, que
instiga filósofos e cientistas há milênios. [2]
Os pesquisadores clássicos acreditam que parte do problema está em
considerar mente e cérebro uma coisa só. Porém, Edward Kelly propõe que o
cérebro seja encarado como um aparelho de TV. A consciência seriam seus
programas. Um defeito na TV (cérebro) pode alterar a qualidade da imagem, mas
não o conteúdo dos programas (consciência). Ou seja, sem a TV, não podemos
enxergar nosso seriado favorito, mas o seriado existe mesmo assim. Só não pode
ser assistido. Funcionaria de um jeito parecido com a consciência: dependemos
do cérebro para percebê-la, mas ela não está, segundo a proposta, encarcerada
dentro do aparelho (cérebro). [3]
Essa realidade garantiria sobrevida da consciência além do corpo,
abrindo a possibilidade de explicar a ideia de que a consciência segue vagando
por aí após a morte e pode se comunicar com outras consciências, vivas,
encarnadas ou não. [4] Kelly propõe que os cientistas tradicionais questionem
suas convicções e prestem mais atenção em fenômenos hoje ignorados, como a
mediunidade.
Por quanto tempo filósofos, cientistas e religiosos têm ponderado o que
acontece após a morte? Existe vida após a morte, ou nós simplesmente
desaparecemos no grande desconhecido? Embora corpos individuais estejam
destinados à autodestruição, o sentimento vivo, a consciência, o “quem sou eu?”
– É uma fonte de baixa voltagem de energia operando no cérebro. Mas essa
energia não desaparece com a morte. Um dos mais seguros axiomas da ciência é
que a energia nunca morre; ela pode ser criada mas não destruída”. [5]
Não existiríamos sem a consciência. Aliás, nada poderia existir sem
consciência. Pesquisadores recordam que a morte não existe em um mundo sem
espaço atemporal. Não há distinção entre passado, presente e futuro. É apenas
uma ilusão teimosamente persistente. A imortalidade não significa uma
existência perpétua no tempo sem fim, mas reside fora de tempo completamente.
[6]
Articulam alguns acadêmicos que a consciência é um produto da atividade
cerebral, que surge para dar coerência às nossas ações no mundo. O cérebro toma
a decisão por conta própria e ainda convence seu “titular” que o responsável
foi ele. Assim sendo, somos um só: o que é cérebro também é mente. A sensação
de que existe um eu que habita e controla o corpo é apenas o resultado da
atividade cerebral que nos ilude. Então não há nenhum “espírito” na máquina
cerebral.
Será mesmo? É óbvio que as muitas deduções dos múltiplos experimentos da
neurociência reducionista são ardis da ficção. “A mente tem a dinâmica de um
mosaico de luzes que se projetam pela consciência, que se contrai ou expande
diante do que nos emociona.” [7] Desse Universo abstrato “emanam as correntes
da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências
da paisagem externa, ou atendendo às sugestões das zonas interiores.” [8]
Há estudos consistentes que comprovam a total impossibilidade de se
medir com precisão o tempo entre o estímulo cerebral e o ato em si, o que,
aliás, já derruba todas as precipitadas teses materialistas. A consciência e a
inteligência não são um curto-circuito nem o subproduto casual do intercâmbio
de quaisquer neurônios. Enquanto a ciência demorar-se abraçada à matéria e não
alcançar a dimensão do que não pode palpar, ver e ouvir, ficará ainda
extremamente distante de tanger as imediações da verdade que investiga.
O atributo essencial do ser humano é sem dúvida a inteligência, mas a
causa da inteligência não reside no cérebro humano, mas sim no ser espiritual
que sobrevive ao corpo físico e pode se comunicar com o homem encarnado. Graças
ao Espiritismo, no seu aspecto filosófico e experimental, está sendo possível
construir a sólida ponte sobre o abismo que separa matéria e espírito. Os
mortos podem ser ouvidos. Todo brado de coroados “nobeis” de ciência alça a sua
voz para nos expressar a morte da matéria.
Já é tempo de nos instruir ante os ensinos da ciência pós-mecanicista
dos séculos passados e de nos livrarmos da camisa de força que o materialismo
do século XIX infligiu aos nossos julgamentos filosóficos. Neurocientistas,
“químicos e físicos, geômetras e matemáticos, erguidos à condição de
investigadores da verdade, são hoje, sem o desejarem, sacerdotes do Espírito,
porque, como consequência de seus porfiados estudos, o materialismo e o ateísmo
serão compelidos a desaparecer, por falta de matéria, a base que lhes
assegurava as especulações negativistas.”. [9]
Jorge Hessen Brasília/DF
Referências
bibliográficas:
[1] Disponível em http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/afinal-e-possivel-ouvir-os-mortos
acessado em 10/07/2016
[2] Idem
[3] Idem
[4] Idem
[5] Disponível em http://interligadonoticias.blogspot.com.br/2016/05/cientista-faz-revelacao-fantastica.html?m=1
acessado em 10/07/2016
[6] Idem
[7] Facure Nubor Orlando. Operações Mentais e como o Cérebro Aprende, disponível no
Site www.geocities.com/Nubor_Facure acesso
em 22/03/2013
[8] Xavier, Francisco Cândido. No Mundo Maior, Ditado pelo Espirito André Luiz, RJ:
Ed.. FEB, 1997, cap. 4
[9] Xavier, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade, Ditado pelo Espírito
André Luiz, “prefácio” do Espírito Emmanuel, Rio
de Janeiro: Ed FEB, 1999.
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