Por Jorge Hessen
Recorda Kardec que a prece é
recomendada por todos os Espíritos. Renunciar a ela é ignorar a bondade de
Deus; é rejeitar para si mesmo a sua assistência; e para os outros, o bem que
se poderia fazer. [1] O Cristo instruiu: “por isso vos digo: todas as coisas
que vós pedirdes orando, crede que as haveis de ter, e que assim vos
sucederão.” [2]
A prece se reveste de características
especiais, pois a par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o
magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos
revela outra força poderosa na mediunidade curativa e a influência da oração. O
Codificador, ao emitir seus comentários na questão 662 de O Livro dos
Espíritos, afirma que “o pensamento e a vontade representam em nós um poder de
ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal. A rigor, a
eletricidade é energia dinâmica; o magnetismo é energia estática; o pensamento
é força eletromagnética.” [3]
A imprensa tem noticiado que médicos e
instituições hospitalares do mundo contemporâneo já incluem nas suas rotinas,
de maneira sistemática e definitiva, a prática de estimular os pacientes quanto
a fortalecer a esperança, o otimismo, o bom humor e a espiritualidade
(religiosidade), os pensamentos como recursos imprescindíveis no combate às
doenças. Esses procedimentos funcionam como remédios para a alma, obviamente,
com repercussões benéficas para o corpo físico. Isso tem sido observado,
sobretudo, em centros de tratamento de doenças graves, como câncer e patologias
que exigem do enfermo uma força sobre-humana.
Em 2012, o The Huffington Post informou
que Andrew Newberg, diretor de pesquisa no Hospital de Thomas Jefferson e
Medical College, na Pensilvânia, realizou um estudo em que scanners de cérebro
de ressonância magnética confirmou as formas em que a oração e meditação afetam
o cérebro humano. Sua pesquisa mostrou que quando uma pessoa é dedicada à
oração, há um aumento da atividade nos lobos frontais e a área da linguagem do
cérebro, conhecida para se tornar ativo durante a conversa. [4] Segundo Newberg
a cura física pode ocorrer como resultado do poder da oração.
O estudo foi realizado participantes
contendo corante radioativo inofensivo injetado enquanto eles estavam em
profunda oração ou meditação. Corante emigrou para diferentes partes do cérebro
em que o fluxo de sangue era o mais forte. Newberg chegou à conclusão de que,
independentemente da religião, a oração cria uma experiência neurológica entre
pessoas. [5] Eis aqui uma questão interessante para o tema ou seja a prece
coletiva.
Será que a oração coletiva é mais poderosa?
Sim! Se todos os que a fazem se associam de coração num mesmo pensamento e têm
a mesma finalidade, porque então é como se muitos clamassem juntos e em
uníssono. “Mas que importaria estarem reunidos em grande número, se cada qual
agisse isoladamente e por sua própria conta? Cem pessoas reunidas podem orar
como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma aspiração comum, orarão
como verdadeiros irmãos em Deus, e sua prece terá mais força do que a daquelas
cem.” [6]
O pensamento é dínamo condutor da vida
física para a vida espiritual, pois nos permite estabelecer um relacionamento
positivo com os espíritos que participam das atividades curadoras. Por outro
lado, o pensamento também estabelece ligação a espíritos cuja presença pode ser
prejudicial à nossa cura. Toda moeda tem dois lados e as leis da natureza são
estradas de mão dupla. A mente é fonte de energia curativa ou de energia
destruidora.
A prece sincera é, sem dúvida, um dos
meios pelos quais a cura de um mal pode ser alcançada. Destarte, cremos que o
assunto sobre a oração deveria ser tema de constante reflexão nos centros
espíritas. Através dos estudos sérios são afastadas as considerações
fantasiosas, puramente místicas, que impedem alcançar a sua essência e
importância.
É comum surgirem aqueles que contestam
a eficácia da prece, alegando que, pelo fato de Deus conhecer as necessidades
humanas, torna-se dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo regido por
leis sábias e eternas, as súplicas jamais poderão alterar os desígnios do
Criador. Sim, mas é através de um processo de modificação comportamental que o
doente ganha forças para neutralizar a doença.
O Espiritismo busca convencer o enfermo
a reorientar seu comportamento mental pela fé raciocinada, sugerindo a oração
que se potencializa na ética das atitudes de caridade, da qual deve resultar um
modo particular de motivação para uma vida saudável e engrandecida muito acima
dos dissabores e seduções do mundo material.
Oremos, pois e sempre!
Referências
bibliográficas:
[1]
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1990,
cap 27
[2]
Mc, XI: 24)
[3]
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994, questão
662
[4]
Disponível, em
http://healthylivingathome.club/2016/06/30/ciencia-revela-que-a-oracao-tem-efeitos-curativos-contra-doencas/
Acessado
em 25/08/2016
[5]
Disponível, em http://healthylivingathome.club/2016/06/30/ciencia-revela-que-a-oracao-tem-efeitos-curativos-contra-doencas/
[6]
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1990,
cap 27
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