A
subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz
agir a seu mau grado. Numa palavra: o paciente fica sob um verdadeiro jugo.
(O Livro dos Médiuns, 2.a parte, cap. XXIII, item 240, § 1.o)
Sem desconsiderarmos os casos de patologias que agem sobre os centros da motricidade de certos indivíduos, fazendo-os ancilosados, mencionamos um gênero de perturbação obsessiva, que vem, sem dúvida, dominando companheiros desavisados ou desassisados que, gradualmente, se aprofundam em miasmas infelizes, sem que disso se apercebam.
Referimo-nos ao que poderíamos chamar
de obsessão anestesiante.
É válida a consideração pelos
anestésicos, quando eles representam conquistas abençoadas do progresso do
mundo, objetivando o impedimento das dores torturantes. Entretanto,
identificamos outros tipos de substâncias, trabalhadas por
psiquismos cruéis e infelicitadores que, quando assimiladas pela alma, têm o
poder de detê-las na caminhada para a frente.
Variados têm sido os que se deixam
conduzir pelas influências narcóticas de muitas mentes atreladas ao mal ou ao
marasmo, do Mundo Invisível, naturalmente desleixados com relação à vigilância
íntima, realizando seus afazeres, quando os realizam, como quem se desincumbe de
um fardo pesado e difícil, mas não como quem participa do alevantamento
espiritual da Humanidade.
Encontram-se elementos que se
acostumaram a deixar tudo para que seja feito amanhã, quando o dia de hoje pede
disposição e não adiamento.
Ninguém pode, em sanidade de
consciência, afirmar que estará no corpo somático no dia seguinte. Temos aí,
então, maior razão para que não retardemos os labores que têm regime de
urgência em nossa pauta de tarefas.
Diversos irmãos da Terra, portadores de
enorme quota de má vontade ou deixando as próprias mentes mergulhadas na
displicência, são envolvidos nos vapores letárgicos, paralisantes, que impedem
a continuidade dinâmica da obra sob seus cuidados.
Há sempre uma providência que se pode
procrastinar.
Surgem problemas a solucionar na esfera
de renovação do Espírito, sempre postergados, sem que os companheiros se deem
conta de que poderão estar sendo minados por fluidos anestesiantes da vontade.
Uma vez que não puderam impedir que
muitas criaturas aceitassem e desejassem servir na Seara do Cristo, Entidades
do Além, inimigas do progresso e da luz, que não se dão por vencidas com a
primeira perda, fazem com que esses mesmos indivíduos não se movimentem no bem,
que tem caráter de premência e que depende tão somente da boa vontade dos
lidadores. Estão no movimento do bem, mas não atuam com o bem, o que é sempre
lastimável.
Não fazemos apologia das neuroses da
pressa. Não estamos aconselhando desequilíbrios e irreflexão, seriamente
comprometedores. Estamos, isto sim, conclamando aos que costumam meditar nas
questões da alma, para que não se permitam o amolentamento, a preguiça, a
pachorra, em pleno labor de Jesus, quando da Terra inteira se erguem gritos de
imensa necessidade de equilíbrio e de paz.
* * *
É importante cuidar do corpo, repousar,
quando os trabalhos imponham desgastes. É da Lei Divina.
Se o problema é de enfermidade física
ou estafa orgânica ou mental, é justo se providencie o devido tratamento.
O que não nos cabe fomentar ou aplaudir
é a postura dos que estão sempre esgotados, por pouco ou nada que façam,
exigindo largos períodos de estacionamento, e, quando se decidem por algo
fazer, demoram sem rendimento positivo, complicam a atividade geral,
francamente embriagados por energias anestesiantes que, ameaçadoramente, têm
tomado em seu bojo a muitos seareiros irrefletidos, preparando-lhes grandes
tormentos de remorsos e angústias para logo mais, quando a hora propícia e
ideal para o trabalho do bem já houver passado.
Quando sintas que, não obstante o
repouso, não tens ânimo para as leituras e quefazeres edificantes, ou quando a
sonolência tornar-se presença comum em suas horas de estudo ou de necessária
atenção aos chamados do Infinito, ergue a tua oração e roga dos Benfeitores
Celestes o socorro, a assistência de que careças, a fim de te desviares desses
dardos morbíficos que se destinam a retardar a ação do bem na Terra, produzindo
narcose nos combatentes invigilantes, exatamente porque esse bem, em última
análise, é a atuação de Jesus Cristo reafirmando o Seu amor a todos nós,
ovelhas desgarradas do Seu rebanho, da esperança e da ação.
Camilo.
Psicografia de J. Raul Teixeira. Em 05.07.2010.
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