Eu sou a criança.
Ando pelo mundo,
bastante incompreendida e também muito pouco compreendendo do que se passa em
meu derredor.
Muitos pais
rejeitaram-me obstinadamente sob os mais variados pretextos. Evitam-me qual se
eu lhes fosse um flagelo sobre a Terra.
Chegam a temer-me
ansiosamente.
Outros, privados
da minha presença, lamentam-se e deploram a minha falta, qual a flor buliçosa
ausente do jardim.
Muitos exploram a
minha inocência, abusam de minha fragilidade e dilaceram as minhas esperanças.
Outros me
abandonam, quando mais necessito de carinho e de apoio.
Há, felizmente, os
nobres corações que se preocupam comigo.
Que choram com o
meu desamparo e choram a minha fome, estendendo-me os braços fraternais através
da bolsa generosa.
Jesus, eu Te peço,
Senhor: Multiplicai esses corações que pulsam junto a mim, essas mãos que me afagam,
essas mentes que me educam e retificam.
Eu sou a criança.
Falo a voz de
todas as línguas e de todos os quadrantes do mundo.
Choro o pranto dos
órfãos, choro a tristeza dos viciados e suplico a misericórdia dos justos e a bondade
dos felizes.
Eu sou a criança.
Minha voz fala em
silêncio, dirigindo-se a todos os corações que já possam compreender.
Meimei
Livro Escultores de Almas - Psicografia Chico Xavier em 1.987
Livro Escultores de Almas - Psicografia Chico Xavier em 1.987
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