Parábola do Evangelizador

Evangelizador, o semeador de Jesus
O evangelizado, hoje, é o semeador do Consolador prometido por Jesus ontem..
Naquele mesmo dia, Jesus tendo saído de casa, sentou-se perto do mar; e se reuniu ao seu redor uma grande multidão de gente; por isso Ele subiu num barco, onde sentou-se com todo povo estando a margem; e lhes disse muitas coisas por parábolas, falando-lhes desta maneira:
Aquele que evangeliza saiu a evangelizar e, enquanto evangelizava, uma parte de seu esforço perdeu-se pelo caminho, pois muitos obstáculos surgiram: incompreensão, falta de apoio, pais desorientados, lares atormentados, crianças esfaimadas de carinho, sedentas de amor.
Outra parte de seu esforço perdeu-se em corações endurecidos, onde não havia muita ternura, mas logo surgiu uma esperança, veio o entusiasmo, a empolgação, mas o sol das dificuldades levantou-se a seguir e transformou em cinza a breve esperança.
Outra parte dos esforços do evangelizador caiu entre os espinhos da materialidade, e assim que principiou a dar frutos, os chamados do prazer material cresceram e sufocaram os frutos.
Outra parte, enfim, caiu em coraçõezinhos repletos de ternura, e deu frutos, alguns grãos rendendo cento por um, outros sessenta e outros trinta.
Que ouça aquele que tem ouvidos para ouvir:
Escutai vós a parábola do Evangelizador.
Todo evangelizador que conhece o evangelho e não se esforça por perseverar nessa afanosa tarefa, os obstáculos e dificuldades surgem e lhe tiram a alegria de evangelizar.
Esse se assemelha ao evangelizador que recebeu a tarefa de evangelizar e fica pelo caminho.
Aquele que semeia o Evangelho se depara com alguns corações endurecidos; pode se entusiasmar, se empolgar, mas se as raízes do sentimento espírita cristão e seus luminosos postulados não estiveram ínsitos na própria alma do evangelizador, o sol das dificuldades transformará em cinzas a boa vontade e a empolgação.
E sobrevindo os revezes da vida e a perseguição do orgulho e da vaidade do próprio evangelizador, já que a evangelização não oferece papel de destaque no mundo, tira ele daí motivo de escândalo e queda.
Aquele que evangeliza entre os espinheiros da materialidade, e se mantém preso a esses mesmos cuidados de maneira excessiva, acaba por perder-se e sua palavra é abafada, tornando-se infrutífera.
Aquele, porém, que persevera, se esforça, se dedica, tem o coração enternecido pela faina evangelizadora, esse irá encontrar coraçõezinhos ávidos por sua ternura e saberá reconhecê-los em meio às urzes do caminho.
A semente da evangelização estará presente em suas palavras, em seus exemplos.
Sua prática evangelizadora irá dar frutos suculentos para os Espíritos imortais, chegando a produzir cem, ou sessenta e trinta por um.     
Grupo Lauro
             Adaptado do Reformador         

Senão versus razão

Certo dia, lemos um texto em que o autor dizia que a cada início de ano fazia um balanço em sua vida. Conta-nos Cortella, o autor a que nos referimos, que estabelece duas colunas: a "do apesar de" e a do "por causa de"*, para avaliar o quanto deve ou não continuar realizando certas atividades, certos costumes. Segundo ele, se a coluna do "por causa de" for maior que a do "apesar de", ótimo, estamos no caminho certo. Agora, se a coluna do "apesar de" for maior que a do "por causa de", então é hora de refletir e mudar.
Achamos a idéia muito interessante e pensamos que se trata do livre-arbítrio. Tudo que fazemos ou vivenciamos depende do senão e da razão. Se continuamos casados, solteiros ou com o mesmo namorado depende dos senões e das razões; se continuamos ou mudamos de emprego, se continuamos morando no mesmo bairro, entre outras questões, dependerá dos senões e das razões. Atuar na casa espírita não poderia ser diferente. A decisão de atuarmos mediunicamente, de nos dedicarmos à tarefa de evangelização, à visita, aos passes, assumir um cargo de direção, entre tantas outras tarefas que podemos realizar, depende de senões e de razões.
Quando nos propomos a realizar uma tarefa, parece-nos que só há razões, entretanto virão, certamente, os senões. É nesse momento exato que nos perguntamos se  permanecemos ou não na tarefa, permaneceremos ou não na casa. É o nosso conflito entre senão versus razão.        
Na casa espírita é inevitável que vacilemos em nossa caminhada. Se até Pedro e Tiago vacilaram na Casa do Caminho, conosco não seria diferente. Mas se conseguirmos ponderar a nossa coluna da razão e do senão, tanto melhor definiremos com que qualidade realizaremos a nossa tarefa na casa que escolhemos nos dedicar.
Como se aproxima o aniversário do Grupo Lauro, não pudemos deixar de pensar em nossa tarefa e nos senões e nas razões. Aos 48 anos do Grupo Lauro, a sua existência só teve razões, jamais senões, e assim deverá continuar: nas razões de fraternidade e de amor ao próximo. Haverá, entretanto, seareiros que, a exemplo de Tiago, titubearão na tarefa, talvez porque não saibam compreender a dimensão de um compromisso assumido na casa espírita.  
Em 23 de novembro comemora-se o dia em que o Grupo Lauro materializou-se na Terra. Aproveitemos a oportunidade para exercitar a nossa coluna de senão e de razão e quem sabe possamos dar ao aniversariante talvez o único presente que espera de cada um de nós: conhecer as verdadeiras razões pelas quais escolhemos estar ali.

Jesus em Nós,
Grupo Lauro  

*Nota do Grupo Lauro: comentamos inicialmente que o autor dividia a coluna em razão e senão, porém retificamos o texto, tal como menciona o autor, que usa "apesar de" e "por causa de", embora use também como sinônimo senão e razão.