Mensagem de Emmanuel sobre Kardec



Lembrando o Codificador da Doutrina Espírita é imperioso estejamos alerta em nossos deveres fundamentais. Convençamo-nos de que é necessário:
Sentir Kardec;
Estudar Kardec;
Anotar Kardec;
Meditar Kardec;
Analisar Kardec;
Comentar Kardec;    
Interpretar Kardec;
Cultivar Kardec;
Ensinar Kardec e
Divulgar Kardec.
Que é preciso cristianizar a humanidade é afirmação que não padece dúvida; entretanto, cristianizar, na Doutrina Espírita, é raciocinar com a verdade e construir com o bem de todos, para que, em nome de Jesus, não venhamos a fazer sobre a Terra mais um sistema de fanatismo e de negação.


Emmanuel - Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Somos todos Médiuns?






Parabéns  Clóvis Nunes!
A grande maioria dos ditos Espíritas não estudam Allan Kardec, e se arvoram em conhecedores do Espiritismo.Sua entrevista ratifica o que promulgamos há muito tempo. 
 Dan 

Chacotas inconsequentes

Paulo escreveu aos Gálatas: “Não vos enganeis; Deus não se deixa zombar; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará”. [1] Alguns humoristas impiedosos, armados de repertórios controvertidos, costumam debochar das desgraças alheias (bêbados, homossexuais, analfabetos, jagunços, idosos, aleijados etc.), a fim de bancarem os seus estúpidos shows.
Há dois mil anos Jesus foi ridicularizado. Notemos: Nisso os soldados do governador levaram Jesus ao pretório, e reuniram em torno dele toda a coorte. E, despindo-o, vestiram-lhe um manto escarlate; e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e na mão direita uma cana, e ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus! E, cuspindo nele, tiraram-lhe a cana, e davam-lhe com ela na cabeça. Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto, puseram-lhe as suas vestes, e levaram-no para ser crucificado. [2]

Ridicularizar, segundo o dicionarista, é aquele que tira “onda” zomba; que vive caçoando, causando riso com a intenção de debochar de algo ou de alguém; fazendo chacota com palavras, expondo-a ao ridículo. Que trata alguém com escárnio. Que exprime, demonstra e utiliza sarcasmo. Procurar tornar ridículo por meio de gestos, atitudes ou palavras irônicas.

Os motivos podem ser muitos, dentre eles: Por diferenças raciais, doenças deformantes, forma de ser (personalidade), características regionais. Na verdade muitas pessoas são ridicularizadas pelo fato de não estarem enquadradas no atual perfil psicossocial, que parece eleger as pessoas “normais” e as “estranhas” que são alvos de zombarias cruéis.

Cientistas da Universidade de Leiden (Holanda) concluíram que rir dos problemas dos outros – um hábito muito comum entre os seres humanos – é sinal de baixa autoestima. Isso significa que, cada vez que alguém faz chacota ao ver alguma pessoa em desventura está mostrando que tem sérios problemas de auto aceitação.

Os estudos foram liderados pelo professor Wilco W van Djik e analisaram 70 pessoas. A grande maioria delas confessou ficar ditosa quando sabe que outra pessoa cometeu alguns deslizes ou se machucou. Van Djik afirmou para a revista LiveScience que “pessoas com menor autoestima se sentem melhor quando observam a desgraça alheia”. E esse sentimento (de gostar de ver os outros sofrendo) tem um nome: Schadenfreude. [3]

Raciocinando, dialogando ou trabalhando, “a força de nossas ideias, palavras e atos alcança, de momento, um potencial tantas vezes maior quantas sejam as pessoas encarnadas ou não que concordem conosco, potencial esse que tende a aumentar indefinidamente, impondo-nos, de retorno, as consequências de nossas próprias iniciativas”. [4

Nos anos 1940, Chico começava a ser conhecido nacionalmente, e também era processado pela família do jornalista Humberto de Campos , que exigia na justiça o pagamento dos direitos autorais pela venda dos livros psicografados. Nessa mesma época, desembarcou em Pedro Leopoldo, David Nasser[5] e Jean Manzon, respectivamente, repórter e fotógrafo da revista O Cruzeiro, a revista de maior circulação no Brasil nessa época. O objetivo era entrevistar e achincalhar Chico Xavier.

A dupla expôs ao extremo ridículo a vida de Chico, justamente no momento mais crítico de sua vida, faltavam apenas alguns dias para que o juiz proferisse a sentença no caso Humberto de Campos. Com o título de “Chico Xavier, detetive do além” e dez páginas, a reportagem foi publicada na revista no dia 12 de agosto de 1944. Em meio a elogios, David aproveitava também para colocar em contradição os dons mediúnicos de Chico, sua ingenuidade em alguns momentos e sua esperteza em outros.

Chico ficou indignado ao ler a reportagem. Ao ver sua vida e sua imagem (dentro de uma banheira) sendo manipulada daquela maneira, teve a certeza de que seria condenado. Chico chorava desesperadamente, não acreditava que havia sido enganado, e se perguntava porque Emmanuel não o alertou, se assim tivesse feito toda aquela humilhação não estaria acontecendo.

Em meio à crise de choro Emmanuel surgiu no quarto e perguntou:

– Por que você chora?

– Por quê? É muita humilhação, uma vergonha, um vexame.

E Emmanuel respondeu:

– Chico você tem que agradecer. Jesus foi para a cruz, você foi só para “O Cruzeiro”. [6]

Toda a brecha de sombra em nossa personalidade retrata a sombra maior. Qual o pequenino foco infeccioso que, abandonado a si mesmo, pode converter-se dentro de algumas horas no bolo pestífero de imensas proporções, o deboche, a zombaria, “a maledicência pode precipitar-nos no vício, tanto quanto a cólera sistemática nos arrasta, muita vez, aos labirintos da loucura ou às trevas do crime”. [7]

Em suma, se zombarem de nós, sigamos o sábio conselho de Emmanuel – façamos do limão uma limonada e prossigamos em paz

 Jorge Hessen 


Referências bibliográficas:

[1]Gálatas 6:7

[2] Mateus, 27: 27-31

[3] A palavra deriva do alemão Schaden “dano, prejuízo” e Freude “alegria, prazer”.é um empréstimo linguístico da língua alemã também usado em outras línguas do Ocidente para designar o sentimento de alegria ou satisfação perante o dano ou infortúnio de um terceiro.

[4] Xavier, Francisco Cândido. Pensamento e Vida, cap. 8, ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 1977

[5] Na década de 1970, David Nasser, em uma reportagem publicada no jornal carioca O Dia, se mostrou arrependido ao definir Chico Xavier como “o maior remorso da minha vida”.

[6] http://www.acaminhodaluz.net.br/v2/momentos-com-chico-xavier/103-chico-na-revista-o-cruzeiro.html


[7] Idem

53 anos do Irmão Lauro!

Em 2016, o Grupo da Fraternidade Irmão Lauro completou 53 anos de vida. Foi uma confraternização memorável, digna da importância que o Irmão Lauro tem na vida de cada um de nós.
Para visualização de todas as fotos do evento, clicar no link "Fotos".








GB

Por quê ANDRÉ LUIZ ficou 8 ANOS no UMBRAL ?

Em Nosso Lar é narrada a passagem de André Luiz pelo umbral. Ele ficou oito anos no umbral e foi chamado, por outros espíritos, de suicida.
Depreende-se do livro que ele era considerado suicida inconsciente, pois, mesmo sem o propósito de tirar a própria vida, teve a vida encurtada pela falta de cuidado com a saúde. O livro deixa perceber que ele era dado aos prazeres.
A partir disso, alguns acham que ele bebia muito, ou que fumava e bebia, ou que bebia e comia muito, ou que, além dessas coisas, era chegado ao meretrício. Talvez de tudo um pouco, pois tudo isso era plenamente aceitável para os padrões sociais da época.
Seja como for, ao longo da série é possível perceber que André Luiz era mais do que um simples homem do seu tempo, e se não demonstrou isso quando encarnado, sua vida deve ter sido frustrante.
Fica claro, pra mim, que André Luiz ficou oito anos no umbral principalmente pelo vazio em que transformou a sua passagem pela matéria, desperdiçando as oportunidades recebidas. Nascido num lar de classe média, tendo recebido boa educação e bons estudos, fez da sua vida uma vidinha comum, sem emoções ou sobressaltos, sem nada de realmente construtivo e útil.
A julgar pela sua inteligência e boa vontade demonstrados nas suas narrações, teria muito o que oferecer aos que conviveram com ele.
É isso o que a maioria de nós faz. Quase todos recebemos boas oportunidades. Mesmo as dificuldades enfrentadas são às vezes grandes vantagens, por nos proporcionar ver as coisas por ângulos diferentes, por forjar o nosso caráter e por nos proteger de facilidades que nos enfraqueceriam o aspecto moral.
E o que fazemos das oportunidades recebidas? O que oferecemos de nós mesmos aos outros? Mal cuidamos da família, às vezes nem da família, ou nem de nós mesmos… E temos as velhas desculpas da incompreensão, ou da pobreza, ou da falta de apoio, ou da falta de condições ideais.
Não é pra isso que reencarnamos. Não é pra nos arrastarmos cheios de queixumes e revoltas que recebemos a dádiva preciosa da reencarnação. Não é pra passar contando os dias para que o domingo chegue pra desmaiar em frente à televisão que nós ganhamos a oportunidade de um novo corpo físico.
Temos muito o que fazer, temos muito a oferecer, a contribuir, a dar de nós mesmos. E a aprender, e a ensinar, e a amar e perdoar. E compreender, e crescer e ajudar a crescer. É possível. Tudo isso é possível. E não é tão difícil quanto possa parecer a quem nunca tentou. Nascemos bebês, moles e frágeis, e um dia temos que tentar nos equilibrar sobre as pernas, e dar um passinho à frente do outro. É um grande desafio, que nós só conseguimos porque tentamos.
Não sei o que André Luiz fez ou deixou de fazer com o seu corpo. Eu acho, particularmente, que devemos ter o máximo cuidado com o corpo, que é o nosso veículo de manifestação na matéria. Mas tenho certeza de que se ele tivesse tido uma vida mais plena e construtiva e útil, sua passagem pelo umbral teria sido bem mais curta.
Enfim, você decide o tempo de sua estadia...


Grupo Lauro

A morte não é nada...











A morte não é nada.
Eu somente passei 
para o outro lado do Caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês, 
eu continuarei sendo.



Me dêem o nome 
que vocês sempre me deram, 
falem comigo 
como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo 
no mundo das criaturas, 
eu estou vivendo 
no mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene 
ou triste, continuem a rir 
daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.

Que meu nome seja pronunciado
como sempre foi, 
sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
ou tristeza.

A vida significa tudo 
o que ela sempre significou, 
o fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora 
de seus pensamentos,
agora que estou apenas fora 
de suas vistas?

Eu não estou longe, 
apenas estou 
do outro lado do Caminho...

Você que aí ficou, siga em frente,
a vida continua, linda e bela
como sempre foi.

Santo Agostinho

Primavera

Crônica de Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.
Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.
Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.
Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.
Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.
Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.
Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.