Espírito Amigo Fabiano de Castella

Fabiano por Fabiano. 

Muito tempo atrás, Fernán de Castella caminhava vagarosamente sob um sol escaldante, ultrapassando algumas pontes, finalmente chegou ao destino. Mísera aldeia. Gente que o espreitava, com olhar suplicante. Meus Deus que olhar!
Mas a tarefa  estava delineada, a peste havia-se alastrado tomando proporções gigantescas. 
A Península Ibérica por essa época fervilhava de negras e tenebrosas perspectivas.
Ao comando de ordem entrou em uma das cabanas e, com o lenço protegendo a respiração, percorreu com o olhar o cômodo. Ali, amontoados, mulheres e crianças vitimadas pela peste, entre gemidos, imploravam ajuda, pois já sabiam qual era sua empreitada.
Ao significativo sinal do capitão, percorreu mais algumas casas onde o quadro de sofrimento era o mesmo. Em uma delas deparou-se com um sacerdote, o qual desdobrava-se para suavizar tanta dor e tristeza.
Ao comando do capitão, empunhou a espada, no que o sacerdote disse-lhe: - Cumpra tuas ordens, faze logo o que vieste fazer, mas rogo-te, não me poupes, permita que fique entre eles, visto que estou aqui há tanto tempo, que sou um deles!
Fernán, como arauto da morte, passou a todos ao fio da espada e a cabeça do sacerdote desprendeu-se do pescoço.
A cena deixou Fernán horrorizado, e em desabalada carreira, montando seu animal, abandonou o destacamento.
Estacionou sua montaria, livrou-se de sua indumentária. Agora era foragido.
Encontrou finalmente, encravada nas montanhas, singela e acolhedora aldeia. Recebido, foi recolhido em uma cabana, onde o quadro de horror e sofrimento era o mesmo que já vira. A peste era implacável.
Adentrou, estupefato, via o sacerdote que havia abatido há meses, faina de auxiliar os doentes. Só ele via aquele ser que emitia  ofuscante luz. Desesperado, ia retirar-se, mas, por alguma razão irresistível, acercou-se do sacerdote e este, com a mão espalmada, falou-lhe: - Venha, esta pobre gente precisa de você, ajude-os.
O brilho que desprendia de seu olhar deixou Fernán sem forças, era impossível recusar àquele apelo. E assim, Fernán esteve noite adentro atenuando as seqüelas daqueles infelizes.
Passaram os anos, alguns doentes restabeleceram-se, outros partiram para a pátria espiritual.
Um dia, uma coluna de cavaleiros chegou à aldeia, Fernán tremeu. Sabia que vinham fazer.
Num rasgo de remorso, apresentou-se ao capitão e pediu: - Amigo, a peste esta praticamente controlada. A sua persecução terminou, é a mim que vocês querem, deixe-os viver.
Num golpe certeiro  a cabeça de Fernán caiu ao chão.
"Acordou" com o sacerdote a dizer-lhe: - Venha meu filho, venceste a primeira prova,   algum dia terás a ventura de ser chamado de  apóstolo anônimo de Jesus.

Um dia fui áspero sem tino
Senti a mão pesada e dura
Conheci mais a tristeza que a ventura
Andei errante e peregrino.

Em Jesus fiz meu louvor
No Evangelho rumo seguro
Compreendi na benção da dor
A luz a me tirar do escuro.  
      
Este lacônico relato de uma das minhas passagens reencarnatórias ainda vibra nas mais intimas fibras do meu ser, deixando-me prostrado em lágrimas, lágrimas de agradecimento a bondade divina pelas oportunidades de resgate e aprimoramento com que tenho sido agraciado. 

Ditado pelo Espírito Fabiano

Grupo Lauro

A vida é breve


Frequentemente esquecemos: a vida é breve.
Palavras de amor, gestos de fraternidade, manifestação de afeto...nada disso pode esperar, pois a vida é breve. Não deixemos para depois aquilo que pode desaparecer de repente.
Todos os dias entrelaçamos um pedaço da trama da vida como se ela fosse eterna, pois, não sabemos quando a vida corpórea vai se desfazer.
A vida não termina; a respiração é interrompida. Não existe  um enredo predeterminado para cada um de nós, com começo, meio e fim.
Um dia, paramos inopinadamente no meio de um gesto, um passo, um abraço, um sorriso, um insulto, um rancor ou uma ingratidão como uma cena que é congelada. Para sempre. A morte física  sendo a coisa mais banal deste mundo, sempre nos surpreende. Já? Arrebatando,  a criança, o jovem e o velho, e ninguém é tão velho que não possa viver mais um dia, e tão jovem que não possa partir agora.
Por isso, não economize seus gestos de amor, não deixe de demonstrar o afeto, não silencie a palavra amiga, distribua o abraço que conforta, o elogio que encoraja e faz renascer a esperança. 
Não espere uma data especifica, uma ocasião especial. Todo dia é vida, e há sempre alguém a espera. A vida corpórea é efêmera e a vida do espírito é perene. Quando livres do corpo em uma nova concepção de vida,  lamentaremos o tempo  desperdiçado, e rogaremos a Divina Providência, uma nova vida corpórea, para distribuirmos gestos de amor, de afeto e fraternidade, até que, finalmente, nosso espírito seja um tesouro de luz. 

Grupo Lauro - Dan 06/11/2011

A pessoa, O humano e o Espiritual




A vida surge pelas forças da natureza: pela procriação, incuba-se, eclode, chora indefeso e resguardado, torna-se pessoa. Como pessoa debuta nos esboços de conduta estabelecidos em sua natureza e normas que irão regular sua vivência em sociedade. O instinto latente o desperta para a alimentação, vestuário, saúde, morte e aprendizado dos ensinos estabelecidos para tais conquistas no trabalho e no avanço de suas faculdades. E nessa moldagem a pessoa negligência de sua ascensão ao humano. Na ascensão ao humano sua inteligência e raciocínio reconhece seu teor divino, e aflora-se a bondade, a piedade, a compreensão, e a indulgência; E assim, desponta o indício do avivamento de seu ser espiritual, sua essência além da pessoa e do humano.
Essa essência desvenda a nobreza para além do respirar, e avidamente busca o Espiritual. O espiritual véu, que sempre esteve na pessoa, e no humano, pois, ambos são efêmeros e o espiritual é incorpóreo e atemporal.
Pessoa e humano são repetições incontáveis para a evolução espiritual, e nesse ciclo formar uma pessoa melhor, um humano bom e um espírito em união com Deus.
Neste epítome reside a essência da Vida. A pessoa torna-se humano e o humano na sua origem espiritual; O espiritual é o início de uma transformação sem fim.
Neste tempo de meditação verifique se ainda estás na pessoa, no humano ou no caminho da transformação do espiritual.

Espírito Huber

(recebido na quarta-feira dia 27/06/2020 ás 21h30min por ocasião da reunião do Evangelho-irradiação súplica ao mundo. Neste momento muitos irmãos do Grupo Lauro estavam reunidos em seus lares no mesmo objetivo).


PS

Mais















Mais
Coesão de pensamentos:
Mais perdão
Mais aprendizado
Mais simplicidade
Mais autocrítica
Mais bondade
Mais tolerância
Mais paciência
Mais fé
Mais caridade
Mais atitudes
Mais silêncio
Mais trabalho desinteressado ao semelhante
Mais alegria
Mais compreensão
Mais esperança
Mais responsabilidade
Mais desvelo com a obrigação
Mais zelo com o problema dos outros
Mais afeto na conversa
Mais generosidade sem afetação
Para que a criatura seja fraternista  à frente dos Benfeitores da Fraternidade, é preciso apresentar mais, na própria renovação interior.  

Espírito Menescal - Dan -01/11/2015

Crônica: A volta do menino do beco














Os dias longos acinzentados na morbidade, pelo incomum e inclemente viajante dos ventos; Os dias emudecidos, até parecia que das alturas Deus gesticulou: - Psiu! Silêncio! Nessa lassidão, minha alma entrou em digressão: O panorama era de alegria, a paisagem saturava-se de multicores, no céu, radioso sol brilhava como o mais puro ouro.
A algazarra, risos, a felicidade pairava na minha visão e sentidos. De onde vieram tantas crianças? O curioso é que pareciam vaga-lumes, com suas luzes intermitentes. Suas luzes infundiam-me de paz e comoção. Nesse instante, gritei meu Deus! Afigurou-se na minha frente o menino do beco, sorriso aberto e com voz calma disse: Lembra-se de mim? Como poderia esquecer-me de você? Bateu na minha mão, na característica das crianças. Entre minha atonia e paralisia me abraçou e nesse abraço senti o amor mais puro do mundo.
O menino do beco sentou-se ao meu lado, e falou dos cuidados que tem com mãe, o irmão que lhe causa preocupação, da ajuda que tem dispensado ao padrasto inconsequente. E como num passe de “mágica” depositou ao meu lado gracioso vasinho de amor perfeito.
Levantou-se e apontando ao longe a silhueta de luminosa senhora, disse: -  Preciso ir. - Voltarei logo, logo, ainda tenho que cuidar da minha mãe. E desapareceu deixando um rastro luminoso.
Enxugando minhas lágrimas, soluçando balbuciei: - O menino do beco voltou!
Voltei da digressão e os dias continuavam acinzentados...  Mas feliz, por que além do céu, radioso sol brilha como o mais puro ouro. O ouro da vida incessante. Deus te acompanhe Menino do beco.

Alex - Dan 22/05/2020 ás 03:30min horas
In Memoriam ao menino da Evangelização 
Em 18/07/2017, postei a Crônica: O menino do beco 



A Prece Sincera




Saudações aos que se encontram nas lides da boa vontade.
Reverenciemos a caridade da prece. Poderosa força ao alcance de todas as criaturas. A prece é o meio de se encontrar o alimento espiritual que necessitamos. E Deus, que tudo sabe e tudo vê, te enviará as luzes das leis do entendimento que governam o mundo. É o “Pedi e obtereis”, Jesus necessitou orar, e o fez: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. 
O mundo espiritual não está alheio às preces sinceras, existem incontáveis Espíritos elevados aderindo as nossas preces. O evangelho é o roteiro da oração verdadeira. Toda casa precisa de Oração e por ela atuarão os Espíritos elevados, capazes de saciar a alma da alegria e da esperança. Jesus, como uma luz poderosa se fará presente e dissipará todas as trevas, onde elas existirem.
Meus filhos, a prece ilumina nossa casa e ilumina o mundo. O mundo é célula da família universal.
As sombrias trevas que açoitam o mundo serão enfraquecidas pelo anestésico da Oração. A oração não é uma teologia, ela é o filamento condutor de nossa alma com o Criador.     

Espírito Irmã Samoa

(recebido na quarta-feira dia 20/05/2020 ás 21h10min por ocasião da reunião do Evangelho-irradiação súplica ao mundo. Neste momento muitos irmãos do Grupo Lauro estavam reunidos em seus lares no mesmo objetivo).

PS

Inércia

A inércia opera a coagulação das forças mentais, nos planos inferiores da vida. O serviço é uma benção, afastando o lado sombrio da ociosidade.
Quando tuas forças mentais estão em serviço, novas oportunidades surgirão, fazendo com o que desejas se realize.
É tempo de transição no mundo, e quando ele chegue, é imperativo encontrar-te com tuas forças mentais em sintonia de otimismo e serviço. 

Espírito Diógenes Pacheco
Grupo Lauro recebido por Dan 28/09/2011

Crônica - O mundo de máscaras




Faz quatro meses, entre rixas e leviandades usurpadoras, o mundo repleto de homens ímpios, deliciam-se e arquitetavam o sucesso pessoal pelo caos.
:- Usem máscaras homologadas elas protegem! As máscaras faltaram num arroubo de insensatez revogaram a ordem: – Façam máscaras de tecidos a proteção será menor, porém, você estará de máscara. E surgiram as máscaras coloridas, em várias estampas e o mundo adotou a moda da máscara, cuja proteção nem os donos do mundo acreditam. Milhares de pessoas passaram a confeccionar as tais máscaras. Com a enganosa propaganda gratuita, a profilaxia que devia ser solidária tornou-se um negocio rendoso e escuso. E, assim, o clamor por máscaras homologadas cessou, e os homens ímpios respiraram confortavelmente.
O serviço assistencial seguia difícil, quando enfurecidos mandantes da leviandade e da impotência a qual eles próprios desconhecem, e assim a insensatez da atitude vertical ou horizontal tornam-se disputas egocêntricas.
As comunicações, verdadeiros redatores de obituários e infectados como numa nova condição de lavagem cerebral omitem os que se recuperaram. Ávidos pelos que ficaram na horizontal, e emudecem os que ficaram na vertical.
E a multidão infeliz caminha com os homens ímpios. Disponibilizam covas, hospitais de campanha, carros frigoríficos, caixões, fecham ali, fecham acolá, como os porteiros do achismo.
Milhares morrerão; Milhares de infectados; Milhares de recuperados e os homens ímpios usam a dor, a incerteza e insegurança das pessoas e se apregoaram como novos santos. Almas pequenas, de ambições de poder e prestigio buscando o gozo entre os que sofrem e os que derramam lágrimas a espera do socorro divino.
Oh!  Mundo de máscaras. Chegará o dia em podermos caminhar com nossa única e original “máscara”.
Os homens ímpios sempre continuarão a caminhar com a máscara real que sempre tiveram: A máscara do Ego.  A vida no mundo não usa mascará descartável. Mirem-se no espelho e vejam qual tipo de máscara cobre a face. Pois, sempre a confissão de incapacidade moral e acadêmica, é mais louvável do que apregoar “autoridade”.
Responda se não sentires desonra, pela incúria das altas responsabilidades assumidas em favor do próximo.
A Fraternidade, legalista fechou às portas, em obediência as recomendações dos homens ímpios. QUARENTENA!
Fraternistas, dedicados, semanalmente em seus lares oram a Jesus, em favor do mundo, pelos homens ímpios, pelos que partiram pelos que ficaram e pelos desvalidos. 
Qual a máscara usada nesses encontros semanais? Talvez a máscara da indiferença? Ou da comodidade? E aquelas mães e crianças, que andam sem máscara? Mães que enfrentam dilema atroz: Máscaras ou Fome.
Porque se a fraternidade é o amor em ação, façamos do “Amai-vos uns aos Outros” assim como faríamos por nós mesmos. Façamos uma ação agradável a Deus e com a ajuda Dele, com nosso pequeno esforço, com nosso trabalho e suor, não confeccionemos máscaras somente para o nós; E na alegria da caridade legitima as distribuamos, minimizando o dilema atroz delas?
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como bronze que soa, ou como o címbalo que retine”.
O mundo de máscaras somente se modificará quando os homens modificarem suas próprias máscaras.

Kael Salvo – Maio de 2020


Pequenas Grandes Coisas






Não era meu desejo, ainda não perdi totalmente minha esperteza do mundo, mas, convencido pelo meu Orientador, que muito prezo, aconselhou-me a confidencia da minha consciência para ser exemplo útil. Vou confessar, usando o meu modo de falar:

Minha vidinha era boa, a coisa que me deixava pebado, era aquela fila de fedidos, o nariz escorrendo catota e cheirando mal. Vinham para vender o que recolhiam nos lixos das ruas, minha balança era batizada, falando a verdade eram os pesos e os pratos pequenos, faria pesagem em varias vezes, e ai meu lucro era maior, sempre pagava menos. Os sujos mal sabiam ler muito menos entender a balança de pesos.
Minha vidinha foi melhorando, dinheirinho entrando no meu bolso. Casei, comprei uma casinha, vieram as crianças. Todas arrumadinhas, ninguém diria que eram os filhos do sucateiro.
Cada vez mais dinheirinho entrava, resolvi comprar uma empilhadeira usada, não queria minhas mãos naquela imundice. Os fedidos aumentavam e meus lucros também. Até um dia eu dirigia a empilhadeira subi com um fardo prensado, e o braço da empilhadeira caiu em cima da minha cabeça e não vi mais nada.
Acordei com meu Orientador falando sua esperteza acabou. Nem responder eu podia tava como encachado. Tinha dores em todo corpo e o pior um monte fedidos me chamando de ladrão.
Andei sem rumo, nem minha casinha achei, meus bolsos vazios não tinha nada. Acho que desmaiei acordei chorando e ninguém veio me pergunta por que tava chorando.
Ainda chorando vi meu Orientador e perguntei qual o motivo de tanto sofrimento. Ele com a cara fechada me respondeu: pelas pequenas grandes coisas que você fez aos outros.
Comecei a pensar e continuei a chorar, tomei agora, uma sabacu de arrependimento.

Severino da Silva, o sucateiro
13/05/2020 ás 20h55min    


PS 

TU






Tu vieste das estrelas que vivem no Céu. Deixaste o céu para habitar a esfera terrestre.
Tu sentiras muitas vezes a falta do céu, e essa lembrança te trará a sensação de inumado das estrelas.
Tu não compreendes bem, a romagem na terra. 
Tu sofres a incompreensão, e os reveses dessa estadia.
Tu esqueceste que a deslocação do céu para a esfera terrestre e da esfera terrestre para as estrelas é estágio. Nesse estágio percorreras inúmeras experiências na qual descortinaras o sentido da tua vida.
Teus pés avançarão nas direções de aprendizado da conquista sem armas. Para venceres terás que vencer pela arma, a qual ainda te escapa os sentidos - O amor.
Tuas mãos colherão os frutos na tua estrada sem fim, é a estrada da tua vida. Nessa estrada haverá trechos sem colheita e sofreras escassez de frutos; de joelhos, em prantos, arrependido de não teres semeado. Haverá curvas que te confundirão a direção e andaras sem rumo conduzindo-te a abismos de espinheiros; são trechos que te exigirão coragem e desassombro. Em outro lance na estrada da vida te sentiras abandonado. E a estrada sem fim continua, caminhe nela vencendo as dificuldades inerentes a ti mesmo, e por fim te depararas nessa estrada, com flores, frutos e uma paisagem inebriante. E os teus sentidos distinguirão no horizonte, o céu a te chamar: Venha estrela minha - venha brilhar na constelação de Jesus!



Espírito Garcez

Recebido por Dan dia 10/05/2020






Divina mãe










Quando Jesus ressurgiu do túmulo, a negação e a dúvida imperavam no círculo dos companheiros.
Voltaria Ele? perguntavam, perplexos. Quase impossível. Seria Senhor da Vida Eterna quem se entregara na cruz, expirando entre malfeitores?
Maria Madalena, porém, a renovada, vai ao sepulcro de manhãzinha. E, maravilhosamente surpreendida, vê o Mestre, ajoelhando-se-lhe aos pés. Ouve-lhe a voz repassada de ternura, fixa-lhe o olhar sereno e magnânimo. Entretanto, para que a visão se lhe fizesse mais nítida, foi necessário organizar o quadro exterior. O jardim reacendia perfumes para a sua sensibilidade feminina, a sepultura estava aberta, compelindo-a a, raciocinar.
Para que a gravação das imagens se tornasse bem clara, levando-lhe todas as dúvidas da imaginação, Maria julgou a princípio que via o jardineiro. Antes da certeza, a perquirição da mente precedendo a consolidação da fé. Embriagada de júbilo, a convertida de Magdala transmite a boa-nova aos discípulos confundidos. Os olhos sombrios de quase todos se enchem de novo brilho.·.
Outras mulheres, como Joana de Khouza e Maria, mãe de Tiago, dirigem-se, ansiosas, para, o mesmo local, conduzindo perfumes e preces gratulatórias. Não enxergam o Messias, mas entidades resplandecentes lhes falam do Mestre que partiu.
Pedro e João acorrem, pressurosos, e ainda vêem a pedra removida, o sepulcro vazio e apalpam os lençóis abandonados.
No colégio dos seguidores, travam-se polêmicas discretas.
Seria? não seria?
Contudo, Jesus, o Amigo Fiel, mostra-se aos aprendizes no caminho de Emaús, que lhe reconhecem a presença ao partir do pão e, depois, aparece aos onze cooperadores, num salão de Jerusalém. As portas permanecem fechadas e, no entanto, o Senhor demora-se, junto deles, plenamente materializado. Os discípulos estão deslumbrados, mas o olhar do Messias é melancólico. Diz-nos João Marcos que o Mestre lançou-lhes em rosto a incredulidade e a dureza de coração. Exorta-os a que o vejam, que o apalpem. Tomé chega a consultar-lhe as chagas para adquirir a certeza do que observa. O Celeste Mensageiro faz-se ouvir para todos. E, mais tarde, para que se convençam os companheiros de sua presença e da continuidade de seu amor, segue-os, em espírito, no labor da pesca. Simão Pedro regista-lhe carinhosas recomendações, ao lançar as redes, e encontra-o nas preces solitárias da noite.
Em seguida, para que os velhos amigos se certifiquem da ressurreição, materializa-se num monte, aparecendo a quinhentas pessoas da Galiléia.
No Pentecostes, a fim de que os homens lhe recebam o Evangelho do Reino, organiza fenômenos luminosos e lingüísticos, valendo-se da colaboração dos companheiros, ante judeus e romanos, partos e medas, gregos e elamitas, cretenses e árabes. Maravilha-se o povo Habitantes da Panfília e da Líbia, do Egito e da Capadócia ouvem a Boa-Nova no idioma que lhes é familiar.
Decorrido algum tempo, Jesus resolve modificar o ambiente farisaico e busca Saulo de Tarso para o seu ministério; entretanto, para isso, é compelido a materializar-se no caminho de Damasco, à plena luz do dia. O perseguidor implacável, para convencer-se, precisa experimentar a cegueira temporária, após a claridade sublime; e para que Ananias, o servo leal, dissipe o temor e vá socorrer o ex-verdugo, é imprescindível que Jesus o visite, em pessoa, lembrando-lhe o obséquio fraternal.
Todos os companheiros, aprendizes seguidores e beneficiários solicitaram a cooperação dos sentidos físicos para sentir a presença do Divino Ressuscitado. Utilizaram-se dos olhos mortais, manejaram o tato, aguçaram os olvidos...
Houve, contudo, alguém que dispensou todos os toques e associações mentais, vozes e visões. Foi Maria, sua Divina Mãe. O Filho Bem-Amado vivia eternamente, no infinito mundo de seu coração. Seu olhar contemplava-o, através de todas as estrêla do Céu e encontrava-lhe o hálito perfumado em todas as flores da Terra. A voz d’Êle vibrava em sua alma e para compreender lhe a sobrevivência bastava penetrar o iluminado santuário de si mesma, Seu Filho – seu amor e sua vida – poderia, acaso, morrer? E embora a saudade angustiosa, consagrou-se à fé no reencontro espiritual, no plano divino, sem lágrimas, sem sombras e sem morte!...
Homens e mulheres do mundo, que haveis de afrontar, um dia, a esfinge do sepulcro, é possível que estejais esquecidos plenamente, no dia imediato ao de vossa partida, a caminho do Mais Além. Familiares e amigos, chamados ao imediatismo da luta humana, passarão a desconhecer-vos, talvez, por completo. Mas, se tiverdes um coração de mãe pulsando na Terra, regozijar-vos-eis, além,  da escura fronteira de cinzas, porque aí vivereis amados e felizes para sempre!

Espírito Irmão X – Chico Xavier

 O Grupo da Fraternidade Irmão Lauro homenageia todas as Mães.
A Diretoria


Crês tu isto?




A tarde se aproximava dolente, o séquito cabisbaixo, o suor nos rostos pelo esforço da caminhada rumo ao monte.
O brando consolador, trôpego, ofegante, apoiado pelos soldados, elevou a fronte, sua vista turva vislumbrou a cruz da dor que o esperava.
Ele pregou o amor e os homens o condenaram pelo ódio.
Perseguido ao espalhar luz, a escuridão da rudeza humana.
Desamparado pelos que lhe juraram fidelidade.
Acompanhado lado a lado de ladrões.
De arauto da vida eterna á condenado a cruz.
Reduziu-se na altura para que o homem se eleve e brilhe até o fim dos tempos.
Ressurgiu dos mortos, como sublime lição da vida eterna.
Em lágrimas de agonia orou:- Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.
Expirou seu corpo, e como divina lição ressurgiu em todo seu esplendor de Espírito Imortal – Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá - E todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?   
Espírito Divino claridade dos Céus, na acústica do mundo suas palavras ainda são ouvidas:- Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem, são meus irmãos envoltos em meu amor. Mesmo que não creiam em mim estarei com eles para sempre - Crês tu isto?

Queridos irmãos, muita paz.
Espírito Fabiano

(recebido na quarta-feira dia 06/05/2020 ás 20h50min por ocasião da reunião do Evangelho-irradiação súplica ao mundo. Neste momento muitos irmãos do Grupo Lauro estavam reunidos em seus lares no mesmo objetivo).

PS