Espírito Amigo Fabiano de Castella

Fabiano por Fabiano. 

Muito tempo atrás, Fernán de Castella caminhava vagarosamente sob um sol escaldante, ultrapassando algumas pontes, finalmente chegou ao destino. Mísera aldeia. Gente que o espreitava, com olhar suplicante. Meus Deus que olhar!
Mas a tarefa  estava delineada, a peste havia-se alastrado tomando proporções gigantescas. 
A Península Ibérica por essa época fervilhava de negras e tenebrosas perspectivas.
Ao comando de ordem entrou em uma das cabanas e, com o lenço protegendo a respiração, percorreu com o olhar o cômodo. Ali, amontoados, mulheres e crianças vitimadas pela peste, entre gemidos, imploravam ajuda, pois já sabiam qual era sua empreitada.
Ao significativo sinal do capitão, percorreu mais algumas casas onde o quadro de sofrimento era o mesmo. Em uma delas deparou-se com um sacerdote, o qual desdobrava-se para suavizar tanta dor e tristeza.
Ao comando do capitão, empunhou a espada, no que o sacerdote disse-lhe: - Cumpra tuas ordens, faze logo o que vieste fazer, mas rogo-te, não me poupes, permita que fique entre eles, visto que estou aqui há tanto tempo, que sou um deles!
Fernán, como arauto da morte, passou a todos ao fio da espada e a cabeça do sacerdote desprendeu-se do pescoço.
A cena deixou Fernán horrorizado, e em desabalada carreira, montando seu animal, abandonou o destacamento.
Estacionou sua montaria, livrou-se de sua indumentária. Agora era foragido.
Encontrou finalmente, encravada nas montanhas, singela e acolhedora aldeia. Recebido, foi recolhido em uma cabana, onde o quadro de horror e sofrimento era o mesmo que já vira. A peste era implacável.
Adentrou, estupefato, via o sacerdote que havia abatido há meses, faina de auxiliar os doentes. Só ele via aquele ser que emitia  ofuscante luz. Desesperado, ia retirar-se, mas, por alguma razão irresistível, acercou-se do sacerdote e este, com a mão espalmada, falou-lhe: - Venha, esta pobre gente precisa de você, ajude-os.
O brilho que desprendia de seu olhar deixou Fernán sem forças, era impossível recusar àquele apelo. E assim, Fernán esteve noite adentro atenuando as seqüelas daqueles infelizes.
Passaram os anos, alguns doentes restabeleceram-se, outros partiram para a pátria espiritual.
Um dia, uma coluna de cavaleiros chegou à aldeia, Fernán tremeu. Sabia que vinham fazer.
Num rasgo de remorso, apresentou-se ao capitão e pediu: - Amigo, a peste esta praticamente controlada. A sua persecução terminou, é a mim que vocês querem, deixe-os viver.
Num golpe certeiro  a cabeça de Fernán caiu ao chão.
"Acordou" com o sacerdote a dizer-lhe: - Venha meu filho, venceste a primeira prova,   algum dia terás a ventura de ser chamado de  apóstolo anônimo de Jesus.

Um dia fui áspero sem tino
Senti a mão pesada e dura
Conheci mais a tristeza que a ventura
Andei errante e peregrino.

Em Jesus fiz meu louvor
No Evangelho rumo seguro
Compreendi na benção da dor
A luz a me tirar do escuro.  
      
Este lacônico relato de uma das minhas passagens reencarnatórias ainda vibra nas mais intimas fibras do meu ser, deixando-me prostrado em lágrimas, lágrimas de agradecimento a bondade divina pelas oportunidades de resgate e aprimoramento com que tenho sido agraciado. 

Ditado pelo Espírito Fabiano

Grupo Lauro

Um comentário:

  1. Nosso querido Fabiano sempre tão presente em nossas vidas ! Sempre nos auxiliando e amparando. Minha gratidão a esse espírito tão amigo.
    Muita Paz.

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