Umbanda e Espiritismo Cristão numa visão oportuna






Jorge Hessen - quinta-feira, 22 de outubro de 2015





Confrades solicitaram-me comentar novamente sobre a tendência umbandista nas instituições espíritas cristãs. Disseram-me que muitos centros “espíritas”, localizados no planalto central, possuem dirigentes, trabalhadores e frequentadores que ainda não se desataviaram dos ritos umbandizantes. São frequentadores, médiuns e doutrinadores que não conseguem se livrar das entidades de “terreiro”. Como se não bastasse, há os que elegem na instituição espírita cristã “mentores ou mentoras” de espíritos impregnados dos atavismos psicológicos de “vovós sicranas” ou “vovôs beltranos”, ou veneram “ex” “preto(as) velhos(as)” etc., como se tais “entidades” fossem campeãs da humildade. Nada mais inconsistente! E não se podem comparar tais “entes” com os sensatos espíritos que se apresentaram como “ex-padres” e “ex-freiras” na concepção da Codificação Espírita.
A rigor, os cognominados “vós fulanas”, “vôs fulanos”, “pretos(as) velhos(as)”, “índios”, “caboclos” e semelhados, quando desencarnados, não mais pertencem a quaisquer das distintas raças humanas terrenas. No além-túmulo, o espírito não é amarelo, nem vermelho, nem negro, nem branco, embora possa apresentar em seu perispírito distinções de alguma raça, idade, se ainda assim se sentir em face da limitação moral e intelectual e ou assim se conceber, como sucedeu numa das reuniões realizadas na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em que Allan Kardec dialogou com um Espírito de um “velhinho” (Pai César), episódio narrado na “Revista Espírita” de junho de 1859.
A entidade disse a Kardec que havia desencarnado em 8 de fevereiro de 1859, com 138 anos de idade. Tal fato [idade] chamou a atenção do Codificador, que logo se interessou em obter, da Espiritualidade, mais informações sobre o falecido. O “velhinho” disse que havia nascido na África e tinha sido levado para Louisiana [EUA] quando tinha apenas 15 anos. Desabafou, expondo a todos as mágoas guardadas em seu coração, fruto dos sofrimentos por que passara na Terra em função do preconceito da época. E tamanhas eram as feridas que trazia no peito que chegou a dizer a Kardec que não gostaria de voltar à Terra novamente como negro.
Será que um “vovô”, uma “vovó”, um(a) preto(a) velho(a), pode ser mentor(a) espiritual de uma casa espírita cristã? Em que pese considerar estranhíssima essa situação, talvez sim! Quem sabe possa uma dessas entidades, através de suas palavras e atos, mostrar que é digna desse título, se demonstrar conhecimentos doutrinários superiores aos nossos a fim de nos orientar e manifesto amor para nos exemplificar. Porém, não! se evidenciar insuficiente cultura, pouca evolução espiritual e muito apego ainda às sensações materiais (exigir os títulos de “vovô”, “vovó”, preto(a) velho(a), linguajar primário, argumentos infantis, raciocínio vagaroso, etc.
A maioria absoluta das comunicações de pretos-velhos como “mentores espirituais” de uma instituição genuinamente espirita cristã é resultado da insipiente sugestão mediúnica, do incabível animismo, ou dos ardis psicológicos e das teimosas mistificações. Pessoalmente não aprovo nem compreendo a manifestação de um “Bezerra de Menezes” travestido de velhinho caquético com voz de “defunto”. Creio que há animismo nesse “transe” ou vício psicológico do “intermediário”.
Não desconhecemos que houve, seguramente, espíritos bondosos que encarnaram entre os negros africanos para inspirar aquele povo sofrido, de modo sábio e amoroso, durante o seu cativeiro. Alguns deles, após a morte, certamente tenham podido regressar à retaguarda terrena, por amor ao próprio crescimento espiritual no serviço do bem. Mas não foram numerosos tais espíritos “bonzinhos”, “humildezinhos”; pela lógica, foram raros, porque quase a totalidade dos escravos eram como nós: espíritos de mediana ou pouquíssima evolução.
Há obsessores (e não são poucos) que fingem essa aparência e linguajar (de entes de “terreiros”) com o objetivo de iludir e manter sob hipnose os espíritas ignorantes. Diante desses perspicazes seres do além (às vezes tão-somente produto da mente do “médium”), procuramos adverti-los, alertá-los para a responsabilidade pelos seus atos. Se não acolherem nossas advertências apelamos ao expediente da austeridade verbal e da segurança moral para que se arredem do local, exorando, por nossa vez, o amparo dos diretores espirituais da sessão.
Nas sessões mediúnicas que dirijo há 4 décadas, se ocasionalmente há manifestação de tais espíritos (“vós”, “vôs”, “pretos(as) velhos(as)”, caboclos e correlatos), se for permitida pela espiritualidade diretora da sessão, tais espíritos são orientados adequadamente. Não permitimos qualquer intolerância ou preconceito contra eles. Entretanto, analisamos atentamente sua natureza e o conteúdo de suas comunicações, como fazemos com qualquer espírito que se manifeste no grupo. Tais espíritos, para se comunicarem mediunicamente, não precisam e nem estimulamos o uso de linguajar bizarro, incompreensível aos médiuns e aos participantes da reunião.
O bom senso recomenda que se um desses desencarnados insistir na aparência ou linguajar momentaneamente de suas personagens do passado e deseja evidenciar sua identidade, a manifestação será admissível, se houver quem o possa identificar. Caso contrário será uma comunicação improdutiva. Se tais entidades se apresentam com atavismos da última encarnação (ex-escravos “velhos ou novos”, índios etc.) buscamos orientá-los, a fim de se libertarem desse atavismo. Assim, buscamos esclarecê-los quanto à sua real natureza de espíritos em evolução. Na doutrinação nos esforçamos para advertir-lhes que já reencarnaram diversas vezes em diferentes condições e, portanto, têm patrimônio espiritual mais vasto que um simples “velho” ou correlato de uma raça sofrida.
Deste modo, procuramos revelar-lhes que não precisam se fixar no psiquismo da existência que concluíram, e que na vida espiritual podem continuar progredindo em todos os aspectos, até mesmo no modo de se vestir e falar. Há os que usam sutis subterfúgios, dizendo que se apresentam assim porque tal ou qual encarnação lhes foi muito grata por lhes haver permitido adquirir “virtudes”, especialmente a “humildade” e daí seu desejo em exemplificar. Óbvio que esse argumento é astucioso, pois quem conquistou a virtude da humildade não precisa trombetear e ou ostentar trejeitos de falsas modéstias. Por essa razão orientamos tais “velhinhos” que a humildade não consiste em expressões verbais e aparências exteriores nem em atitudes subservientes.
Muitas pessoas supõem que pretos-velhos, índios e caboclos sejam serviçais para lhes atenderem aos pedidos. Outras acreditam que eles tenham poderes misteriosos, capazes de resolver de modo mágico os problemas dos consulentes. Parecem também julgá-los subornáveis, já que aceitariam agir em troca de algum “pagamento” ou compensação. Em verdade, uma evocação por rituais específicos convidam e condicionam certos espíritos a se apresentarem como preto-velhos, índios ou caboclos. E alguns espíritos, às vezes até os bonzinhos, adotam essa aparência para que assim as pessoas do meio em que se vão manifestar (“terreiro”) acolherão mais espontaneamente a sua apresentação e recomendações.
Enfatizamos porém, que se não estimularmos esse condicionamento, muitos espíritos deixarão de se apresentar como vermelhos, pretos, brancos, velhos, novos etc. etc. etc., passando a se comunicar em seu modo próprio e natural. Muitos entendem que os “vovôs”, “vovós”, “caboclos” e “pretos-velhos” são mais eficazes. Creem que as proteções que os Espíritos normais não obtêm os tais mágicos “velhinhos” e “índios” conseguem. Nada mais bisonho!
Sobre o linguajar de tais entes, observamos que a fala de “pretos velhos” não costuma corresponder aos legítimos dialetos africanos ou aportuguesamento deles de épocas remotas. É mais uma tagarelice, uma enrolação, uma confusão de vozes sem significado ou ligação com o que os africanos falavam. A isso classifico de mistificação. Sobre os tais caboclos, é óbvio que índios brasileiros não poderiam jamais se denominarem por exemplo “caboclos 7 flechas” (não tinham noção de número), não se autodenominariam “flecha ligeira”, “nuvem branca” etc., como o fazem os índios norte-americanos, os quais as academias de hollywood popularizaram nos filme de “bang bang”.
Em suma, somos espíritas cristãos, e como tais devemos nos comportar e agir no dia a dia, especialmente nas sessões mediúnicas. Em boa lógica, quem não acolha ou não se encaixe nos conceitos e práticas espiritas cristãs precisa procurar diferentes recintos afins, até porque nenhuma pessoa é constrangida a ser espírita cristã.


Por. Jorge Hessen


Como enfrentar as “culpas” e desculpas?


A percepção da “culpa” tem sido objeto de investigações e influências no amplo debate temático da Doutrina dos Espíritos e das ciências psíquicas. Sabe-se que são intermináveis e graves as consequências da conservação da “culpa” em nossa vida, podendo alcançar indescritíveis destroços emocionais, psicológicos, comportamentais e morais.


A famosa “culpa” se consubstancia numa sensação de angústia adquirida após reavaliação de um ato tido como reprovável por nós mesmos, ou seja, quando transgredimos as normas da nossa consciência moral.
Sob o ponto de vista religioso, a “culpa” advém na transgressão de algo “proibido” ou de uma norma de fé. A sanção religiosa tange para a reprimenda e condenações punitivas. A sinistra “culpa” religiosa significa um estado psicológico, existencial e subjetivo, que indica a busca de expiação de faltas ante o “sagrado” como parte da própria autoiluminação como experiência sectária. Frequentemente a religião trata a “culpa” como um sentimento imprescindível à contrição e a melhoria pessoal do infrator, pois o mesmo alcança a mudança apenas se reconhecer como “pecaminoso”o ato cometido.
Essa interpretação religiosa não se compatibiliza com as propostas espíritas, até porque a “culpa” é uma das percepções psíquicas que não se deve nutrir, por ser uma espécie de mal-estar estéril, uma inútil insatisfação íntima. Em verdade, quando nos culpamos tolhemos todo o potencial de nos manifestar com segurança perante a vida.
A “culpa” tem perigosas matrizes nas exigências de auto-perfeição que nos constrange a curvar-nos diante de alguns atos equivocados. Tal estado psicoemocional provoca em nossa consciência alguns sentimentos prejudiciais tais como o autojulgamento, a autocondenação e a autopunição. Importa libertar-nos das lamentações, dos processos psicológicos de transferência da “culpa”, da autocomiseração, das condutas autopunitivas e assumirmos com calma a responsabilidade pelos nossos próprios atos.
É verdade! O comportamento autopunitivo causa gravíssimas doenças emocionais, notadamente a depressão. Atualmente a depressão é um colossal drama humano. “Eu não mereço ser feliz”, “eu não nasci para ser amado”, “ninguém gosta de mim” etc. Aqui se manifesta um comportamento autopunitivo de complicado tratamento psicológico e espiritual. Neste caso a “culpa” está punindo e aprisionando. O culpado está acomodado na queixa e na lamentação (pela “culpa”). Mais amadurecido psicologicamente poderia avançar pelo caminho do auto perdão e capacitaria abrir mais o coração para a vida.
Nas patologias depressivas, muitas vezes há muito ódio guardado no coração. Muitas vezes oscilamos entre atos que geram a artimanha do “desculpismo” e ações que determinam a “culpa”. Dependendo de como lidamos com tais desafios, a “culpa” permanece mais forte, produzindo situações que embaraçam o estado psíquico e emocional, razão pela qual não nos podemos exigir perfeição, inobstante, devemos fazer esforços contínuos de auto-aperfeiçoamento, afastando do “desculpismo” que nada mais é do que uma porta de escape para a fuga das próprias obrigações.
Sim! É preciso que nos perdoemos. O auto perdão ilumina a consciência, predispondo-nos à reparação necessária a fim de realizarmos o bem àqueles a quem fizemos o mal; praticarmos a bondade em compensação ao mal praticado, isto é, tornando-nos humildes se temos sido orgulhosos, amáveis se temos sido austeros, caridosos se temos sido egoístas, benignos se se temos sido perversos, laboriosos se temos sido ociosos, úteis se temos sido inúteis.
Pensemos o seguinte: nós erramos porque somos humanos ou somos humanos porque erramos? Na verdade, todos acertamos e erramos, não há pessoas perfeitas na Terra. Se fizermos as coisas certas nos regozijemos por isso, porém se erramos sigamos em frente e aprendamos com o erro, pois quando aprendemos com os erros eles se tornam o grande caminho da lição e do crescimento interior. Desta forma fica ilustrado que, se errar é humano, diluir os erros e ter resignação são as alavancas para impulsionar a vida, para prosseguir a marcha nas trilhas do bem, trabalhando e servindo, para reparar os fracassos da caminhada.
Jorge Hessen


Campanha do Agasalho



 Amor em Ação 2018




Sob Coordenação da Diretora Patricia 

A Educação



*1.846 +1.927

É pela educação que as gerações se transformam e aperfeiçoam. Para uma sociedade nova são necessários homens novos. Por isso, a educação desde a infância é de importância capital.
Não basta ensinar à criança os elementos da Ciência. Aprender a governar-se, a conduzir-se como ser consciente e racional, é tão necessário como saber ler, escrever e contar: é entrar na vida armado não só para a luta material, mas, principalmente, para a luta moral. É nisso em que menos se tem cuidado. Presta-se mais atenção em desenvolver as faculdades e os lados brilhantes da criança, do que as suas virtudes. Na escola, como na família, há muita negligência em esclarecê-la sobre os seus deveres e sobre o seu destino. Portanto, desprovida de princípios elevados, ignorando o alvo da existência, ela, no dia em que entra na vida pública, entrega-se a todas as ciladas, a todos os arrebatamentos da paixão, num meio sensual e corrompido.
Mesmo no ensino secundário, aplicam-se a atulhar o cérebro dos estudantes com um acervo indigesto de noções e fatos, de datas e nomes, tudo em detrimento da educação moral. A moral da escola, desprovida de sanção efetiva, sem ideal verdadeiro, é estéril e incapaz de reformar a sociedade.
Mais pueril ainda é o ensino dado pelos estabelecimentos religiosos, onde a criança é apossada pelo fanatismo e pela superstição, não adquirindo senão idéias falsas sobre a vida presente e a futura. Uma boa educação é raras vezes, obra de um mestre. Para despertar na criança as primeiras aspirações ao bem, para corrigir um caráter difícil, são preciso, às vezes, a perseverança, a firmeza, uma ternura de que somente o coração de um pai ou de uma mãe pode ser suscetível. Se os pais não conseguem corrigir os filhos, como é que poderia fazê-lo o mestre que tem um grande número de discípulos a dirigir?
Essa tarefa, entretanto, não é tão difícil quanto se pensa, pois não exige uma ciência profunda. Pequenos e grandes podem preenchê-la, desde que se compenetrem do alvo elevado e das conseqüências da educação. Sobretudo, é preciso nos lembrar de que esses Espíritos vêm coabitar conosco para que os ajudemos a vencer os seus defeitos e os preparemos para os deveres da vida. Com o matrimônio, aceitamos a missão de os dirigir; cumpramo-la, pois, com amor, mas com amor isento de fraqueza, porque a afeição demasiada está cheia de perigos. Estudemos, desde o berço, as tendências que a criança trouxe das suas existências anteriores, apliquemo-nos a desenvolver as boas, a aniquilar as más. Não lhe devemos dar muitas alegrias, pois é necessário habituá-la desde logo à desilusão, para que possa compreender que a vida terrestre é árdua e que não deve contar senão consigo mesma, com seu trabalho, único meio de obter a sua independência e dignidade. Não tentemos desviar dela a ação das leis eternas. Há obstáculos no caminho de cada um de nós; só o critério ensinará a removê-los.
Não confieis vossos filhos a outrem, desde que não sejais a isso absolutamente coagidos. A educação não deve ser mercenária. Que importa a uma ama que tal criança fale ou caminhe antes da outra? Ela não tem nem o interesse nem o amor maternal. Mas, que alegria para uma mãe ao ver o seu querubim dar os primeiros passos! Nenhuma fadiga, nenhum trabalho detem-na. Ama! Procedei da mesma forma para com a alma dos vossos filhos. Tende ainda mais solicitude para com essa do que pelo corpo. O corpo consumir-se-á em breve e será sepultado; no entanto, a alma imortal, resplandecendo pelos cuidados com que foi tratada, pelos méritos adquiridos, pelos progressos realizados, viverá através dos tempos para vos abençoar e amar.
A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo. Suponhamos cada família iniciada nas crenças espiritualistas sancionadas pelos fatos e incutindo-as aos filhos, ao mesmo tempo em que a escola laica lhes ensinasse os princípios da Ciência e as maravilhas do Universo: uma rápida transformação social operar-se-ia então sob a força dessa dupla corrente.
Todas as chagas morais são provenientes da má educação. Reformá-la, colocá-la sobre novas bases traria à Humanidade conseqüências inestimáveis. Instruamos a juventude, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos-lhe a despojar-se das suas imperfeições. Lembremo-nos de que a sabedoria por excelência consiste em nos tornarmos melhores.

(Léon Denis – Obra: Depois da Morte)
Grupo Lauro

A Luz viva da Alegria

Viveu na Terra um homem que espalhava alegria.
Deixou o oficio de carpinteiro e ofereceu-se em alegria. Ninguém sabia quem era e de onde veio a alegria que espalhava. Alguns conjecturavam: Seria o seu meigo e brilhante olhar? Seria sua voz doce e pausada? Seriam seus gestos amáveis? Seria a sua luz viva? Desconfiava-se que era um maluco. Mas quando ele aparecia numa casa ou praça, a alegria se propagava.
As crianças se aproximavam, sempre. Os jovens o escutavam As mulheres perfumavam seus pés. Os velhos o amavam. Ninguém ficava indiferente.
Dizem que todos que sentiram tal alegria brigavam menos, queixavam-se menos, tinham mais amigos e seus deveres rendiam muito mais.
Esse homem adotou muitos “filhos”. E todos se perguntavam: Do que eles vão viver. Se pelo menos tivesse um oficio...  
O homem imperturbável continuou a espalhar alegria. E nada lhes faltava.
Os “filhos” o observavam. Foram crescendo e aprendendo que o trigo vinha da terra e era preciso semear, a água vinha da fonte e era preciso beber dessa fonte. De onde vinha a alegria? Os olhos dos “filhos” o observavam, querendo descobrir...  
Os “filhos” também queriam ser como o pai. Espalhar a alegria.. Semeado as sementes da alegria...
Um dia confessaram esse sonho ao pai, que lhe disse: - Como o camponês que conhece sua gleba, é preciso conhecer o coração das pessoas. Vou leva-los comigo e vereis.
Levou os “filhos” a vários lugares. Quanto mais conheciam os corações das pessoas, mais viam o choro e a dor e quantos precisavam de alegria Quanto mais conheciam os corações das pessoas, mais amavam vê-las alegres. A alegria era o curativo das feridas da alma e o sopro renovador da esperança. Olhando brandamente os “filhos” disse: - Os filhos que seguem os passos dos pais sempre podem ir mais longe, Façam como Eu que aprendi com meu Pai.
Passados três anos esse homem foi condenado ao espinheiro na fronte e a cruz, e com alegria no olhar, e bondade na voz, levantou a fronte e falou: Pai perdoe-os, eles não sabem o que fazem... Expirou, e nesse instante a luz viva da alegria permaneceu no mundo. 
Grupo Lauro

Prece por nós

Mestre Sublime Jesus,

Deixa-nos a paz em nós mesmos.

Afastai-nos das nossas tendências.

Apieda-te de nossas influências.

Permita-nos amar a todos e a nós mesmos.


Vigiai-nos para não cairmos nos abismos dos nossos erros.

Lembrai-nos dos compromissos que te fizemos.

Alimentai-nos na confiança da fé que remove montanhas.

Olhai-nos e não permita que  nossa visão se turve ante as trevas do mundo.

Amparai-nos para que floresça em nós tua meiga e santa presença.

Perdoai-nos nas nossas fraquezas  seculares.

Que tua bondade se faça em todos aflitos.

E que possamos genuflexos elevar nosso coração em prece de louvor  a ti Mestre Sublime Jesus.

Ainda caminhamos na dificuldade do entendimento, clareia nosso espírito com a fagulha do bem.

Assim Seja!

Espírito Fabiano
Prece recebida psicograficamente durante a preparação para início da reunião de desobessessão
Grupo Lauro




Origem da prece de Cáritas

Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a  luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade!
Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai!
Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor,  para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.
Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas  fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.
E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.
Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem.
Assim Seja.
  
"A prece, denominada De Cáritas, tem sido querida e contritamente orada por várias gerações de espíritas.
CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma  das grandes médiuns de sua época – Mme. W. Krell – em um grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da História do Espiritismo, em especial por transmitir poesia (que se constitui no ácido da psicografia), da lavra de Lamartine, André Chénier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do próprio Edgard Allan Poe. Na prosa, recebeu ela mensagens de O Espírito da Verdade, Dumas, Larcordaire, Lamennais, Pascal, e dos gregos Ésopo e Fenelon.
A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas, de quem são, ainda, as comunicações: "Como servir a religião espiritual"e "A esmola espiritual".
Todas as mensagens que Mme. W. Krell psicografada em transe, e, que chegaram até nós, encontram-se no livro Rayonnements de la Vie Spirituelle, publicado em maio de 1875 em Bordeaux, inclusive, o próprio texto em francês (como foi transmitido) da Prece de Cáritas.
A prece de Cáritas é a mais linda e comovente em toda a literatura espírita, mas sua origem não é muito conhecida: se perguntarem à maioria dos espíritas como ela surgiu, e o porquê da denominação de "Cáritas", poucas pessoas arriscarão dar um parecer.
"Chamo-me Caridade, sou o caminho principal que conduz a Deus; segui-me, eu sou a meta a que vós todos deveis visar"
O que se apregoa nos meios religiosos, e principalmente no movimento espírita, é que "Cáritas" é um espírito que se comunicava através das faculdades de uma das grandes médiuns de seu tempo: Madame W. Krell, no círculo espírita de Bordeux, na França de Allan Kardec. A prece foi psicografada na véspera do Natal de dezembro de 1873, há mais de cem anos.
Acredita-se que esse espírito foi no passado a figura de Irene, que foi martirizada em Roma no ano 305, quando das perseguições do Imperador Diocleciano. Canonizada por sua religião – a posteriori veio a ser conhecida como Santa Irene – ela e suas irmãs foram convertidas ao Cristianismo. Diocleciano determinou perseguição aos cristãos, e ela foi acusada de possuir "livros proibidos" e, por isso mesmo, foi condenada à fogueira, enquanto suas irmãs foram degoladas à sua frente.
Madame Krell, esquecida no presente, pode ser considerada um dos maiores médiuns psicográficos da história do Espiritismo. A perfeição extraordinária de mensagens psicografadas dos maiores nomes da poesia francesa não poderia jamais colocar o nome da médium em cheque. Na prosa Madame Kreel recebia constantes comunicações do Espírito de/da Verdade, Dumas, Lacordaire, Lamennais, Pascal, do famoso grego Ésopo, Fénelon e outros, que foram publicados no livro "Rayonnementes de la Vie Spirituelle", em maio de 1875. Ressalte-se que madame Kreel psicografava em transe, tendo colocado no papel o trabalho de Lamartine, André Chénier, Alfred de Musset, Edgard Allan Poe, Saint-Beuve, além de mensagens como "A esmola espiritual" e "Como servir a religião espiritual":
"A esmola, meus amigos, algumas vezes é útil, porque alivia os pobres. Mas é quase sempre humilhante tanto para quem dá, quanto para quem a recebe. A caridade, pelo contrário, liga o benfeitor e o beneficiário e, além disso, se disfarça de tantas maneiras! A caridade pode ser praticada mesmo entre colegas e amigos, sendo indulgentes uns para com os outros, perdoando-se mutuamente suas fraquezas, cuidando de não ferir o amor-próprio de ninguém."


Grupo Lauro