Mediunidade:Separar o joio e o trigo


A mediunidade, digamos natural, é uma faculdade psicofísica presente em todas os seres humanos. Porém, nem todos percebemos a presença ostensiva dos Espíritos. É uma percepção à qual Charles Richet chamou de “sexto sentido”. Ela sempre esteve presente na História da humanidade desde as épocas mais recuadas. O surto de manifestação dos fenômenos mediúnicos é efeito natural da maior incidência dos Espíritos sobre os homens.
Allan Kardec diz que não se deve lidar com a mediunidade sem conhecê-la. Aquele que frequenta uma casa espírita com a exclusiva intenção de servir apenas no campo da mediunidade não entendeu ainda o papel do Espiritismo em sua vida, muito menos a oportunidade que está tendo de servir com equilíbrio na Causa do Bem. Uma Casa espírita proporciona muitas tarefas diversificadas no campo da evangelização, da assistência social, da divulgação, da administração etc.
Médium ignorante, em desequilíbrio, é médium obsedado. O grande tratamento para este mal (obsessão) que hoje dizima milhões de criaturas que se encontram em estado de psicopatologia degenerativa, com desequilíbrio da personalidade e da própria vida mental, repetimos, é o estudo da mediunidade e o trabalho cristão. O Espiritismo oferece ao homem a direção moral para que ele, erguendo-se na ordem psíquica moral e emocional, passe a sintonizar com os espíritos evoluídos de cujo contato sobrevirão efeitos aprazíveis.
A mediunidade esteve presente em Francisco de Assis; contudo, igualmente esteve presente nos seres mais aberrantes da humanidade. Nabucodonosor pereceu sob o látego da possessão (licantropia). Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo. Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali vistos frequentemente, até que lhe exumaram os despojos para a incineração. Há notícias que revelam ter sido Adolfo Hitler portador de uma mediunidade especialmente exercida em Berlim, no grupo de Tullis, entre os anos de 1914 e 1918. A mediunidade, portanto pode acentuar estados psicopatológicos muito graves por desequilíbrio do indivíduo.
Mas a mediunidade potencializou as energias espirituais de uma Tereza d’Ávila, de uma admirável Rita de Cássia, de uma abnegada irmã Dulce da Bahia, de um “cisco” Cândido Xavier ou tantas outras personalidades que na história conseguiram atrair o pensamento universal pela síntese do amor e pelo intercâmbio com os Espíritos elevados.
A mediunidade, hoje tão vulgarizada pelas novelas da tevê, é ainda pouco compreendida pelos cristãos, não obstante esteja muito bem descrita nos Atos dos apóstolos, mormente nas assertivas de Paulo quando cita os dons e os carismas dos médiuns. Escreve o Convertido de Damasco que uns vêem, outros ouvem, outros falam, outros profetizam e outros curam. Ora, os dons nomeados por Paulo e os carismas nada mais são que a mediunidade.
Nos tempos apostólicos a mediunidade atinge a culminância desde o famoso dia de Pentecoste, em que foram produzidos diversos fenômenos físicos tais como sinais luminosos e vozes diretas, psicofonia e xenoglossia. Naqueles áureos idos históricos o magnetismo curativo através do passe era muito exercitado. Através de Jesus, muitos fenômenos ocorreram. Em Cafarnaum e Jericó O Cristo aplica o passe aos cegos; em Betsaida (piscina de Siloé) levanta os paralíticos; em Gerasa liberta possessos.
Paulo, através da clarividência, vê o próprio Cristo e se converte definitivamente nas portas de Damasco. Nos domínios dos fenômenos de efeitos físicos notamos Jesus no rio Jordão diante do fenômeno de pneumatofonia (voz direta) durante o célebre batismo. Nas bodas de Caná, Jesus transforma água em vinho. Em Betsaida e Gerasa o Mestre divino promove a multiplicação dos peixes e pães pelo processo de transubstanciação. Em Genesaré o meigo nazareno caminha sobre as águas no processo de levitação. No Tabor o Governador da Terra promove a transfiguração. Na Galileia abranda a tempestade. Sob o império dos fenômenos de efeitos intelectuais, Jesus antevê a Sua crucificação, prevê a negação de Pedro, pressagia a traição de Judas e previne a dispersão do povo judeu. No jardim de Getsamani provoca o fenômeno de clarividência e clariaudiência.
Nos tempos do Calvário os apóstolos (na condição de médiuns) sofriam inquéritos e terríveis perseguições: Pedro e João são presos; Estevão é morto a pedradas; Tiago, filho de Zebedeu, é morto a golpes de espada; Paulo é decapitado na via Ápia, em Roma; Pedro é crucificado. Mesmo sofrendo profunda estagnação e desvios, o “Cristianismo” nos presenteia com belos fenômenos mediúnicos: Tertuliano, através da sua bacia, profetiza; Francisco de Assis tem visões arrebatadoras; Lutero tem visões aterradoras; Teresa d’Ávila viaja em desdobramentos; José de Cupertino promove a levitação diante do papa Urbano III; Antônio de Pádua trazia a bicorporeidade.
Detalhe importante: a mediunidade não traz regalia a ninguém. Por oportuno, lembramos o exemplar histórico de Chico Xavier. Ele que aos 15 anos ficou órfão, aos 8 trabalhava à noite numa fábrica de tecidos, aos 12 ralava num empório, e laborou por 32 anos como escriturário no ministério da agricultura. Chico, durante três anos (dos 12 aos 15) foi acometido de coreia, ou mal de São Guido. Na década de 40 o “Mineiro do século” foi acionado judicialmente pela família de Humberto de Campos. Logo depois, como se não bastassem tantos desafios, foi submetido a uma cirurgia de hérnia estrangulada. Em 1958 teve que mudar-se para Uberaba por causa dos escândalos provocados por um sobrinho atormentado. O médium mineiro era cego de um olho e carregava uma catarata no olho esquerdo, e ainda sofria de constantes ataques de angina, e muito mais.
Infelizmente há pessoas que ao sentirem influência (ou pensam sentir) dos Espíritos creem que por isso estão prontas para lidar com os seres do além-tumba. Comumente não aceitam a ideia de que precisam se instruir sobre o tema. Qualquer médium que não tiver os cuidados necessários com a sua edificação MORAL e se colocar a serviço do intercâmbio sem o devido preparo e conhecimento cairá fatalmente presa de Espíritos perversos e brincalhões. Ninguém é obrigado a “desenvolver” a mediunidade. É absurda a ideia de que a mediunidade é a causa de sofrimentos e desajustes psíquicos. Naturalmente, os médiuns ostensivos, que já demonstram algum “sinal” desde cedo, devem ser submetidos obrigatoriamente ao estudo disciplinado e à orientação doutrinária dentro de um centro espírita que possa dar-lhe direcionamento seguro de sua faculdade, afim de separar o joio anímico do trigo da mediunidade.


Jorge Hessen

Grupo Lauro

“Eli, Eli lemá sabacthaní.”

Na atualidade, procuram os grandes governantes, preocupados com as diretrizes do mundo, reunir-se à cúpula das organizações sistematicamente no estudo e no debate da guerra e das infelicidades que campeiam.
A violência, das mais variadas formas, atinge a este ou aquele companheiro, gerando transtornos e desequilíbrios psíquicos e até mesmo obsessões. Incontáveis são os números, incontáveis são os problemas que afligem a criatura humana e esses problemas, muitas vezes, vergastam a criatura, prostrando-a em desalento, em desesperança.
Muitas criaturas, a título de verdade, usam-na como tálamo*, criando situações embaraçosas e constrangedoras.
Muitos companheiros que estão presos aos grilhões interiores que eles mesmos criaram, envolvidos nessa situação, lembrar-se-ão da palavra de Jesus quando nos disse: “quem permanecer em minhas palavras será meu discípulo e se estiver com a verdade, a verdade vos libertará”. E se essa liberdade fará que esses grilhões se rompam e se partam, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní.”
Quando a criança na orfandade é acolhida pelo casal amoroso; quando a criança indigente nas ruas é acudida através da palavra amiga do evangelho de Jesus, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando a mãe chorosa contempla seu filho inerte na rigidez e na frieza da chamada morte e eleva seu pensamento ao alto, em busca da certeza da vida após a vida, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o enfermo hospitalizado recebe a conduta medicinal do amigo médico, do enfermeiro, do companheiro;
Quando o quebrado é reerguido, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.   
Quando o desamor traça e campeia em todos os recônditos do Universo e ali, bem distante, o mensageiro de Jesus projeta sua palavra de amor e de consolo;
Quando, bem distante, alguém se encontra em desesperança, se encontra na iminência de um ato impensado e uma voz amiga lhe diz: “Ei amigo, não faças isso” – eu não posso dizer: Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando alguém se encontra entristecido e não consegue ver a beleza, não consegue ver a grandiosidade de Deus ao seu redor e, ao virar-se, contempla um jardim observando as flores silenciosas simplesmente, singelamente a enfeitar, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando a viuvez, insegura e temerosa dos dias vindouros na solidão que a atingirá, recolhe-se à prece, recolhe-se à reflexão e dessa reflexão angaria novas forças para poder prosseguir na sua trajetória, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o mestre e o professor ensinam algumas palavras, ensinam equações, ensinam a frase e o aluno aprende;
Quando criaturas encarceradas conquistam a liberdade e se recompõem perante Deus, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando, em nome do Bendito Jesus, nos encontramos pela graça e bondade, reunidos em amor, eu não posso dizer: “lemá, lemá sabacthaní”.
Quando a criatura está na iminência de projetar seus abismos tenebrosos por não ter encontrado o pão de cada dia;
Quando a criatura não encontra dormida e alguém o abriga, eu não posso dizer: “lemá, lemá sabacthaní”.
Quando nos casebres humildes a fome aí se aloja e algum irmão naquela porta deposita o pão; Quando no casebre nasce a enfermidade e alguém deposita o medicamento;
Quando nesse abismo em que se projetam as criaturas, o desamor, as desatenções tomam proporções extraordinárias, fazendo a criatura prostrar-se, e vejo grupos de criaturas que amorosamente vão levantá-los, vão fortalecê-los, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o desamor se aloja num lar causando lágrimas e desalentos e as criaturas reúnem-se, apoiando-se uns aos outros, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o coxo, o aleijado, o pedinte estiver em farrapos, em frangalhos, estendendo a mão e ninguém lhe depositar uma moeda, mas sim levantá-los, acolhê-los, limpá-los e vesti-los, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o irmão que não tem visão contempla inconscientemente os céus e percebe em seu coração, além das nuvens, a imensidão de Deus e seu coração transborda de luz, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando nestes dias, o gólgota, essa sombra do gólgota faz com que as criaturas da Terra se encontrem em meditações, se encontrem em reflexões, e desse gólgota ressurge fulgurante, numa luminosidade divina, radiosa, espargindo para todo o mundo a vida de Jesus, eu não posso dizer: “Lemá, lemá sabacthaní”.
Quando as criaturas impiedosas ferem este ou aquele coração, causando dores inenarráveis, como colocando cravos em suas mãos e pincelando seus corações;
Quando as criaturas endurecidas, nesses momentos de claridez da noite calma, recebem em seus corações as divinas, santíssimas e dulcíssimas emanações da bondade de Jesus e eles conseguem recebê-las e seus corações brotam de esperança, de recuperação; de seus olhos brotam lágrimas de arrependimento, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando, enfim, Senhor Jesus, todos nós  que estamos há tanto tempo percorrendo caminhos de sombras, caminhos obscuros, caminhos que nos deixam obtusos; caminhos, Senhor, que nos adornam  todas nossas  passagens e nós lembramos que nesses caminhos e nessas passagens nós mesmos colocamos os cadeados, colocamos os ferrolhos; e depois, nós, como ignorantes que somos, não conseguimos encontrar a chave desses ferrolhos.
E quando Senhor, ao viver no teu evangelho todos os teus ensinamentos, é ali que me deixaste a chave do amor, a chave da vida eterna, a chave da fraternidade, a chave da bem-querença, a chave da bondade, a chave Senhor...
E nós entenderemos, finalmente, que queiramos nós ou não, somos da mesma família; que queiramos nós ou não, nós somos irmãos.
Sabemos, Senhor Jesus, que Deus não faz as criaturas em massa, as faz individualmente, com muito carinho e muito amor, e é por isso que todos nós somos diferentes e estamos em estradas evolutivas, em caminhos e andares diferentes...
Mas Senhor Jesus, nestes momentos que aqui na Terra se consagram às criaturas e as mentes de boa vontade recordarem o gólgota, nós todos aqui presentes -  e este humilde servo, Senhor, que tem a oportunidade, mesmo depois da morte, de trazer estas palavras, eu O reverencio Senhor Jesus hoje e sempre. Ave Cristo! (o espírito curva a fronte).
Que a paz esteja nos corações de todos os nossos irmãos; Do vosso humílimo  servo Bezerra.  

Mensagem psicofonica  recebida por Dan por ocasião da Semana Santa
*Anatomia. Parte do encéfalo situada na base do cérebro. (É centro de transmissão; intervém na sensibilidade superficial e profunda.)

 
Grupo Lauro - psicofonia Dan

O mundo visitar

Deslocando-me no espaço
para o mundo visitar
na ânsia de levar meu abraço
num esforço quase inaudito
roguei ao Senhor do infinito
duas asas para voar...
E o Senhor de Eterna Grandeza
impulsionou-me espaço afora... 
E eu que contava ver tanta beleza 
de fato ouvi cantar a natureza,
mas vi também o ser que chora
visitei países tão estranhos
que mais pareciam mundos de degredos 
vi pastores espancar rebanhos
e vi brancos humilhar os negros...
vi hospitais superlotados
de seres desequilibrados
no auge da idiotia
vi crianças chorar a noite
tendo a fome por açoite
e seus pais a dormir de dia...
Vi mãos maternas cruzadas
sobre o peito que não arfava   
irrigado pelas lágrimas

de um menino que soluçava.
Então me voltei ao Senhor das alturas,
pois queria saber qual dia do destino
que marcava para a Terra 
o nascer da felicidade e a morte dos desatinos
respondeu-me o Senhor com bondade:
O dia já foi prometido,
mas antes terá que ser construído
por essa humanidade  
o dia perene do Amor e da Caridade.


José Grosso

Casas Espíritas Surreaias


É muita imaturidade um dirigente de Centro Espírita nutrir acirrada hierarquia administrativa, considerando que o Espiritismo não admite hierarquia com ranços sacerdotais. É incabível tal dirigente inflexível no exercício do cargo desconectado dos encargos assumidos. Em face dessas incoerências aparecem nas instituições as censuráveis “ilhas de isolamento” entre os grupos de trabalhadores. Tal situação se instala por ausência de fraternidade e insuficiente estudo das obras da Codificação e isso resulta nas inconvenientes interpretações doutrinárias.
Em verdade, se adotamos o Espiritismo por opção religiosa não podemos negar lealdade aos Benfeitores Espirituais. Todavia, por ausência dessa lealdade doutrinária são difundidas confusões conceituais, sempre impostas e sustentadas por dirigentes inábeis, o que também tem mantido isoladas diversas casas espíritas, transformando-as em ilhas desérticas da efetiva fraternidade.
A prática de teorias e postulados extravagantes, desarmonizados com a simplicidade e pureza dos labores espíritas, danificam o objetivo da Casa Espírita e desorientam seus frequentadores. Quem identifica e compreende essa situação deve trabalhar para modificá-la. A via mais segura, para a transformação desse cenário, é a do esclarecimento, do estudo, do convencimento pela razão e pelo amor, sem intransigências.
Elencaremos aqui neste texto, à guisa de ilustração, algumas práticas não ajustadas com o Espiritismo que, por isso, devem ser arguidas sem tréguas, lembrando aos contemporizadores que é nas menores concessões que se desestrutura o edifício doutrinário e se danifica a programação da Terceira Revelação. Em razão disso, tornam-se imprescindíveis providências fraternas e seguras por parte dos espíritas ajuizados (os não omissos), contra ideologias impostas por dirigentes autoritários, arrogantes e intolerantes aos objetivos da fraternidade na casa espírita.
Dizem os Benfeitores (especialmente Emmanuel) que são raros os centros espíritas que podem exercer a mediunidade como deve ser exercida. Seria muito melhor e mais prudente, que os grupos espíritas imaturos, autoritários e descompromissados com a lealdade kardeciana intensificassem as reuniões de estudo sistemático, meditação e comentários coerentes para busca de decisões acertadas, eximindo-se de arriscado intercâmbio com as forças do além. A prática mediúnica sem uma reforçada base cultural e moral será, inevitavelmente, um mergulho no despenhadeiro das sombras.
Um leitor informou-me que há “centros espíritas” que recomendam aplicações de “luzes coloridas” (cromoterapias), (pasmem!!!) visando “higienizar” auras e curar: “azias”, “cálculos renais”, “comichões”, “dores de dente”, “gripes”, “soluços”, “verminoses”, “frieiras”. Outros leitores disseram-me que existe casa espírita recomendando a terapia do carvão (“carvão terapia”) para neutralizar “maus-olhados”. Segundo a recomendação, para eficácia da tora de carvão a mesma deve ser colocada debaixo da cama e a família ficará imune ao grande flagelo da sociedade – a monstruosidade do “olho comprido”. Ah! Expuseram-me também que em tal instituição “espírita” também se “engarrafam e arrolham” literalmente os obsessores.
Leitores do DF escreveram para mim e avisaram-me que nas terras candangas há uma terapia desobsessiva “infalível” e poderosíssima conhecida por “desobsessão por corrente magnética”, com as mais “avançadas” e científicas técnicas exorcistas de aplicação dos tais “choques anímicos”. Disseram-me que aplicam-se outros peculiares tratamentos desobsessivos tal como as “piramideterapias”, as “gatoterapias” (?!) É verdade! Eu mesmo conheci uma pessoa que mantinha cinco gatos dentro de casa, para que tais felinos pudessem “atrair” as energias negativas da “inveja”. Revelaram-me sobre as terapias dos cristais (cristalterapias), exalta-se a “avançadíssima” técnica desobsessiva da extravagante apometria e mais um monte de terapias surreais. Afiançaram-me que se aplicam passes magnéticos nas paredes dos centros para “descontaminá-las” e ainda há evocações de “ET’s” para um possível “contato imediato”(!?)
Outro leitor escreveu-me relatando que existem dirigentes que promovem cerimônias de “casamentos”, “crismas”, “batizados”e “velórios” tudo isso no salão de reuniões públicas, além dos sempre “justificados” jogos de azar como as rifas e tômbolas. Promovem-se festivais da caridade, usam-se tribunas para a propaganda político-partidária. Isso, para não registrar aqui com maiores detalhes as bizarras técnicas das aplicações de passes com “bocejos”, “toques”, “ofegações”, “choques anímicos” (será o “descarrego”?), “estalação dos dedos”.
Para que sejam evitadas determinadas posturas de dirigentes autoritários (“donos” dos centros espiritas), que promovem confusões e tais terapias desobsessivas ineficazes em nome do Espiritismo é urgente que sejam convidados a estudar as obras da Codificação.
É imperioso entender que a prática de lealdade aos projetos e programações espiritas é processo de aprendizagem, com responsabilidade nas bases da Codificação e da dignidade cristã, sem quaisquer laivos de fanatismo, tendente a impossibilitar discussão sadia em torno dessas questões inacreditáveis. Vigilância e bom senso não fazem mal a ninguém.
Persistamos com Jesus e Kardec, sem receios de nada e de ninguém!
Jorge Hessen