“Eli, Eli lemá sabacthaní.”

Na atualidade, procuram os grandes governantes, preocupados com as diretrizes do mundo, reunir-se à cúpula das organizações sistematicamente no estudo e no debate da guerra e das infelicidades que campeiam.
A violência, das mais variadas formas, atinge a este ou aquele companheiro, gerando transtornos e desequilíbrios psíquicos e até mesmo obsessões. Incontáveis são os números, incontáveis são os problemas que afligem a criatura humana e esses problemas, muitas vezes, vergastam a criatura, prostrando-a em desalento, em desesperança.
Muitas criaturas, a título de verdade, usam-na como tálamo*, criando situações embaraçosas e constrangedoras.
Muitos companheiros que estão presos aos grilhões interiores que eles mesmos criaram, envolvidos nessa situação, lembrar-se-ão da palavra de Jesus quando nos disse: “quem permanecer em minhas palavras será meu discípulo e se estiver com a verdade, a verdade vos libertará”. E se essa liberdade fará que esses grilhões se rompam e se partam, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní.”
Quando a criança na orfandade é acolhida pelo casal amoroso; quando a criança indigente nas ruas é acudida através da palavra amiga do evangelho de Jesus, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando a mãe chorosa contempla seu filho inerte na rigidez e na frieza da chamada morte e eleva seu pensamento ao alto, em busca da certeza da vida após a vida, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o enfermo hospitalizado recebe a conduta medicinal do amigo médico, do enfermeiro, do companheiro;
Quando o quebrado é reerguido, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.   
Quando o desamor traça e campeia em todos os recônditos do Universo e ali, bem distante, o mensageiro de Jesus projeta sua palavra de amor e de consolo;
Quando, bem distante, alguém se encontra em desesperança, se encontra na iminência de um ato impensado e uma voz amiga lhe diz: “Ei amigo, não faças isso” – eu não posso dizer: Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando alguém se encontra entristecido e não consegue ver a beleza, não consegue ver a grandiosidade de Deus ao seu redor e, ao virar-se, contempla um jardim observando as flores silenciosas simplesmente, singelamente a enfeitar, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando a viuvez, insegura e temerosa dos dias vindouros na solidão que a atingirá, recolhe-se à prece, recolhe-se à reflexão e dessa reflexão angaria novas forças para poder prosseguir na sua trajetória, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o mestre e o professor ensinam algumas palavras, ensinam equações, ensinam a frase e o aluno aprende;
Quando criaturas encarceradas conquistam a liberdade e se recompõem perante Deus, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando, em nome do Bendito Jesus, nos encontramos pela graça e bondade, reunidos em amor, eu não posso dizer: “lemá, lemá sabacthaní”.
Quando a criatura está na iminência de projetar seus abismos tenebrosos por não ter encontrado o pão de cada dia;
Quando a criatura não encontra dormida e alguém o abriga, eu não posso dizer: “lemá, lemá sabacthaní”.
Quando nos casebres humildes a fome aí se aloja e algum irmão naquela porta deposita o pão; Quando no casebre nasce a enfermidade e alguém deposita o medicamento;
Quando nesse abismo em que se projetam as criaturas, o desamor, as desatenções tomam proporções extraordinárias, fazendo a criatura prostrar-se, e vejo grupos de criaturas que amorosamente vão levantá-los, vão fortalecê-los, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o desamor se aloja num lar causando lágrimas e desalentos e as criaturas reúnem-se, apoiando-se uns aos outros, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o coxo, o aleijado, o pedinte estiver em farrapos, em frangalhos, estendendo a mão e ninguém lhe depositar uma moeda, mas sim levantá-los, acolhê-los, limpá-los e vesti-los, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando o irmão que não tem visão contempla inconscientemente os céus e percebe em seu coração, além das nuvens, a imensidão de Deus e seu coração transborda de luz, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando nestes dias, o gólgota, essa sombra do gólgota faz com que as criaturas da Terra se encontrem em meditações, se encontrem em reflexões, e desse gólgota ressurge fulgurante, numa luminosidade divina, radiosa, espargindo para todo o mundo a vida de Jesus, eu não posso dizer: “Lemá, lemá sabacthaní”.
Quando as criaturas impiedosas ferem este ou aquele coração, causando dores inenarráveis, como colocando cravos em suas mãos e pincelando seus corações;
Quando as criaturas endurecidas, nesses momentos de claridez da noite calma, recebem em seus corações as divinas, santíssimas e dulcíssimas emanações da bondade de Jesus e eles conseguem recebê-las e seus corações brotam de esperança, de recuperação; de seus olhos brotam lágrimas de arrependimento, eu não posso dizer: “Eli, Eli lemá sabacthaní”.
Quando, enfim, Senhor Jesus, todos nós  que estamos há tanto tempo percorrendo caminhos de sombras, caminhos obscuros, caminhos que nos deixam obtusos; caminhos, Senhor, que nos adornam  todas nossas  passagens e nós lembramos que nesses caminhos e nessas passagens nós mesmos colocamos os cadeados, colocamos os ferrolhos; e depois, nós, como ignorantes que somos, não conseguimos encontrar a chave desses ferrolhos.
E quando Senhor, ao viver no teu evangelho todos os teus ensinamentos, é ali que me deixaste a chave do amor, a chave da vida eterna, a chave da fraternidade, a chave da bem-querença, a chave da bondade, a chave Senhor...
E nós entenderemos, finalmente, que queiramos nós ou não, somos da mesma família; que queiramos nós ou não, nós somos irmãos.
Sabemos, Senhor Jesus, que Deus não faz as criaturas em massa, as faz individualmente, com muito carinho e muito amor, e é por isso que todos nós somos diferentes e estamos em estradas evolutivas, em caminhos e andares diferentes...
Mas Senhor Jesus, nestes momentos que aqui na Terra se consagram às criaturas e as mentes de boa vontade recordarem o gólgota, nós todos aqui presentes -  e este humilde servo, Senhor, que tem a oportunidade, mesmo depois da morte, de trazer estas palavras, eu O reverencio Senhor Jesus hoje e sempre. Ave Cristo! (o espírito curva a fronte).
Que a paz esteja nos corações de todos os nossos irmãos; Do vosso humílimo  servo Bezerra.  

Mensagem psicofonica  recebida por Dan por ocasião da Semana Santa
*Anatomia. Parte do encéfalo situada na base do cérebro. (É centro de transmissão; intervém na sensibilidade superficial e profunda.)

 
Grupo Lauro - psicofonia Dan

2 comentários:

  1. Anônimo26.1.12

    Belo texto. Tenho em minha lembrança a humildade do espírito quando ao narrar este texto curvava-se ao fazer reverência ao Senhor. Ao presenciar isso só pude dizer, naquele instante, Adonai!

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  2. Adalberto-Rio de Janeio29.9.13

    Essa mensagem é a presença real do querido benfeitor espiritual Dr. Bezerra de Menezes...E olha, que tenho visto muitos "Dr. Bezerra".

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