Crônica: A volta do menino do beco














Os dias longos acinzentados na morbidade, pelo incomum e inclemente viajante dos ventos; Os dias emudecidos, até parecia que das alturas Deus gesticulou: - Psiu! Silêncio! Nessa lassidão, minha alma entrou em digressão: O panorama era de alegria, a paisagem saturava-se de multicores, no céu, radioso sol brilhava como o mais puro ouro.
A algazarra, risos, a felicidade pairava na minha visão e sentidos. De onde vieram tantas crianças? O curioso é que pareciam vaga-lumes, com suas luzes intermitentes. Suas luzes infundiam-me de paz e comoção. Nesse instante, gritei meu Deus! Afigurou-se na minha frente o menino do beco, sorriso aberto e com voz calma disse: Lembra-se de mim? Como poderia esquecer-me de você? Bateu na minha mão, na característica das crianças. Entre minha atonia e paralisia me abraçou e nesse abraço senti o amor mais puro do mundo.
O menino do beco sentou-se ao meu lado, e falou dos cuidados que tem com mãe, o irmão que lhe causa preocupação, da ajuda que tem dispensado ao padrasto inconsequente. E como num passe de “mágica” depositou ao meu lado gracioso vasinho de amor perfeito.
Levantou-se e apontando ao longe a silhueta de luminosa senhora, disse: -  Preciso ir. - Voltarei logo, logo, ainda tenho que cuidar da minha mãe. E desapareceu deixando um rastro luminoso.
Enxugando minhas lágrimas, soluçando balbuciei: - O menino do beco voltou!
Voltei da digressão e os dias continuavam acinzentados...  Mas feliz, por que além do céu, radioso sol brilha como o mais puro ouro. O ouro da vida incessante. Deus te acompanhe Menino do beco.

Alex - Dan 22/05/2020 ás 03:30min horas
In Memoriam ao menino da Evangelização 
Em 18/07/2017, postei a Crônica: O menino do beco 



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