Meiga criança



Meiga criança, órfã e rejeitada;
Oh! dor intensa... seus olhinhos não viam, era de nascença.
Esmola na praça, enlaçado em seu pescoço, o cartaz que alguém havia escrito assim dizia:
"Sou cego de nascença, não posso ver."
Dia após, ele ali estava, o lindo menino. Fabrício, um senhor bondoso, todo dia depositava naquelas pequeninas mãos seu donativo.
Certo dia, olhando a criança... o cartaz... recebeu do mais alto a inspiração: – Vire o cartaz e escreva.
E assim obedeceu, virou o cartaz e escreveu. No dia seguinte, perguntou ao menino: – E então, como foi ontem?
Sorrindo o menino respondeu: – Nossa, nunca recebi tanto donativo na minha vida! O que o senhor escreveu no cartaz?
E Fabrício lia o cartaz que dizia:
"Amanhã chega a primavera e eu não poderei vê-la".
Amigos, tudo está no que "se diz" e "como se diz".
Tua palavra pode empobrecer alguém mas também pode enriquecê-la, a escolha é sua.

Thiesen
Recebido no G.F. Irmão Lauro em 07.08.82