Conduta ética


J.G.PASCALE
A evolução espiritual processa-se, necessariamente, no campo moral – pelo menos é o que podemos depreender da Ética Espírita –; não decorre, portanto do conhecimento cientifico nem da maestria intelectual, embora esses predicados possam facilitar o aprendizado moral.
Talvez, entre todos os exercícios morais, o mais difícil seja o de perdoarmos aos nossos devedores. “Você me paga...”, clama o instinto de vingança. Contraditoriamente, no entanto, na oração que nos foi ensinada por Jesus, dizemos: “Perdoais as nossas dividas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.
A cada dia, à medida que prejudicamos o nosso semelhante – seja um parente, um amigo ou um estranho –, com atos, palavras ou, mesmo, em pensamentos, cometemos infrações às Leis de Deus; são débitos que acumulamos, os quais deveremos saldar cedo ou tarde. Também os outros, claro, praticam atos ilícitos contra nós e contraem dividas perante Deus. Então, em nossas preces, pedimos o perdão de nossos erros, confiando na misericórdia divina – e esperamos a remissão de nossas ofensas; porém, como fica a parte em que prometemos, igualmente, perdoar aos que nos ofenderam? A quem estamos enganando?
Encaremos o problema de frente: ainda não conseguimos erradicar do nosso coração o ressentimento, o rancor e o ódio. Onde está o amor? A verdade é que precisamos diminuir a distância entre as nossas boas intenções – que explicitamos com belas palavras, faladas ou escritas – e os nossos atos, não só por uma questão de coerência, mas principalmente porque a nossa infraestrutura moral tem por base a nossa consciência, que é onde estão escritas as Leis de Deus, conforme O Livro dos Espíritos de Allan Kardec, questão 621.

J.G. PASCALE é Filósofo, Palestrante Espírita e jornalista, ex- editor responsável do Jornal Espírita, Quando da LAKE e agora órgão da Federação Espírita do Estado de São Paulo
Grupo lauro

Nenhum comentário:

Postar um comentário