O investidor bilionário George Soros declarou
em um artigo publicado no jornal norte-americano Wall Street Journal que irá
investir 500 milhões de dólares para ajudar a atender as necessidades de
imigrantes e refugiados. [2] Bill Gates, cofundador da Microsoft, já doou US$
31 bilhões para sua instituição de caridade, a Bill & Melinda Gates
Foundation, que beneficia movimentos pela redução da fome, pobreza e doença.
Gates e Warren Buffett criaram, há seis anos, a Giving Pledge (“Promessa de
Doação” em uma tradução livre”) que incentivou mais de 190 bilionários a doarem
pelo menos metade de sua fortuna, em vida ou na morte.
Larry Ellison, fundador da Oracle, criou em
1997 a Ellison Medical Foundation, que se dedica à investigação da biomedicina
e melhorias de vida à população mundial.
Ellison também se comprometeu a doar toda sua riqueza para a
caridade. Carlos Slim Helu, dono da
Telecom, já investiu mais de US$ 100 milhões em conservação ambiental no
México, doou US$ 4 milhões para educação e também ofereceu um programa para que
mexicanos fizessem pós-graduação na Universidade George Washington.
Michael Bloomberg investiu US$ 53 milhões em
um programa para recuperar a população de peixes no Brasil, Filipinas e Chile.
A tradição da filantropia americana vem de longe. Cremos que Andrew Carnegie
seja seu maior ícone e, de certo modo, definidor conceitual. Imigrante pobre,
Carnegie fez fortuna na siderurgia americana, na segunda metade do século XIX.
Em 1901, aos 66 anos, vendeu suas indústrias ao banqueiro J.P. Morgan e
tornou-se o maior filantropo americano. Uma de suas tantas proezas, não
certamente a maior, foi construir mais de 3 mil bibliotecas nos Estados Unidos.
Em 1889, escreveu o artigo “The Gospel of Weath”, defendendo que os ricos
deveriam viver com comedimento e tirar da cabeça a ideia de legar sua fortuna
aos filhos. Melhor seria doar o dinheiro para alguma causa, ou várias delas, à
sua escolha, ainda em vida. [3]
Alwaleed Bin Talal Al-Saud, príncipe da
Arábia Saudita, é um dos homens mais ricos do mundo, pretende doar toda sua
fortuna para causas filantrópicas. Em um comunicado em seu site, Al-Saud afirma
que busca construir um mundo com mais tolerância, aceitação, igualdade e
oportunidade para todos. O dinheiro vai para a Alwaleed Philanthropies, que tem
parceria com a Bill & Amp; Melinda Gates Foundation, Carter Center e Weill
Cornell Medical College, para reforçar os cuidados de saúde e de controle de
epidemias pelo mundo. [4]
Jorge Paulo Lemann, considerado pela Revista
Forbes o homem mais rico do Brasil, segue o mesmo discurso de Bill Gates de
direcionar parte de sua fortuna a projetos sociais. Por meio da Fundação
Lemann, investe na melhoria da educação no Brasil, oferecendo bolsas de estudo
no exterior para talentos brasileiros e cursos para secretários municipais de
educação, diretores e professores de escola pública.
Para os endinheirados, digamos, mais
avarentos, brasileiros ou estrangeiros, segue aqui um alerta do mundo dos
“mortos”. O aviso é do finado poeta Humberto de Campos: “se você possui algum
dinheiro ou detém alguma posse terrestre, não adie doações, caso esteja
realmente inclinado a fazê-las. Grandes homens, que admirávamos no mundo pela
habilidade e poder com que concretizavam importantes negócios, aparecem, junto
de nós [no além-túmulo], em muitas ocasiões, à maneira de crianças desesperadas
por não mais conseguirem manobrar os talões de cheque [contas bancárias].” [5]
Jorge Hessen
Brasília-DF
Referências:
[1] Disponível em http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/conheca-os-10-bilionarios-que-mais-doam-para-a-caridade acesso em 27/09/2016
[2] Disponível em
http://www.swissinfo.ch/por/reuters/george-soros-promete-investir-u-500-milh%C3%B5es-para-ajudar-imigrantes-e-refugiados–diz-wsj/42460288
acesso 12/09/2016
[3] Disponível em
http://epoca.globo.com/ideias/noticia/2015/06/por-que-os-milionarios-brasileiros-nao-doam-suas-fortunas-universidades.html
acesso 18/08/2016
[4] Disponível em
http://www.infomoney.com.br/carreira/gestao-e-lideranca/noticia/4137147/principe-saudita-decide-doar-toda-sua-fortuna-mais-bilhoes
acesso em 18/08/2016
[5] Xavier, Francisco Cândido. Cartas e Crônicas, ditado pelo espírito
Humberto de Campos, cap. 4 “Treino para morte” Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1967
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