Quando as crianças brincam


Quando as crianças brincam
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.”


5-9-1933
Poesias. Fernando Pessoa.
Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995). – 166

PS

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