Açude




Um homem fitava o açude, e lamentava-se da água rasa, barrenta encoberta de galhos e folhas secas. A pouca água nem mesmo serviria para a criação, agoniado - o que dirá para cozinhar o feijão de todo dia... Absorto nesses pensamentos, espantou-se ao ouvir na mente a voz triste do açude:

- É verdade, eu me sinto inútil e sem razão de existir - deixado à própria sorte.

- Você me construiu, mas, não me cuidou. Deus manda a chuva e quando ela vem me inunda em suas renovadas águas na minha secura de utilidade.

- Eu sou o que você faz de mim. O homem assombrado afastou-se pensativo e voltou-se até perder de vista o açude barrento...   

O coração dos homens é o açude dos sentimentos barrentos e galhos, e as folhas secas, da preguiça, do esforço e da perseverança. O coração do homem é o açude criado por Deus, mas, cabe ao homem a purificação de suas águas renovadas pela chuva do bem pelo bem na transformação do amor imortalidade.

Afastem de seu açude os detritos poluidores na contaminação da água potável da vida.

Cuide do açude de seu coração, pois, dia virá, em que precisarás beber de sua água. Porquê, quando estiveres com sede e a água de seu açude estiver contaminada pelo veneno da injustiça, da dúvida, da arrogância, padeceras de sede em teu próprio açude que secou.  

 

José Grosso

 

(Recebido dia 21/04/2021 ás 21h15min por ocasião da reunião do Evangelho-irradiação súplica ao mundo. Neste momento muitos irmãos do Grupo Lauro estavam reunidos em seus lares no mesmo objetivo).

 

PS

 

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