Os desafios de evangelizar

O Evangelizador nunca estará solitário!
 

Nos últimos anos, parece-nos que o interesse das crianças e jovens pela evangelização tem diminuído, ocorrendo um esvaziamento das salas de evangelização nas casas espíritas. Algumas razões dessa falta de interesse podem ser conhecidas pelas casas espíritas, outras nem tanto, mas não é nosso objetivo, neste texto, enumerá-las, por que teríamos de considerar a realidade de cada uma das casas espíritas. O nosso objetivo é expor uma opinião, com base em nossa vivência na tarefa da evangelização, para que possamos repensar como evangelizar.  
A evangelização, denominada por muitos de Moral Cristã, inclusive por nós em determinado período de nossa prática, deve ser entendida no sentido mais próximo da definição do termo evangelizar, que é o de pregar, ensinar o Evangelho, de cristianizar-se. Consequentemente, o evangelizador só pode ser aquele que evangeliza, o que nos torna contrários à definição adotada por alguns que optam por utilizar educador, monitor, etc. em vez de evangelizador, termos esses usados em escolas ou segmentos afins. A tarefa do evangelizador é mais ampla, pois, a exemplo do Cristo, lhe cabe a tarefa de aprender a amar e, em alguns casos, ensinar a amar.
O nosso desafio hoje nas salas de evangelização é o de enfrentar uma geração nova que desde a primeira idade está acostumada à velocidade das informações, aos produtos descartáveis, ao uso de tecnologia, o que a torna uma geração que perde rapidamente o interesse por atividades, pelo caráter plural que adquiriram, pois são capazes de, ao mesmo tempo, ouvir um MP4, assistir à TV e fazer lição de casa.
O grande problema, em nossa opinião, é que continuamos agindo em nossas atividades de evangelização como agíamos com as gerações anteriores, o que nos torna evangelizadores não muito atrativos para esse grupo de crianças e jovens que busca resultados imediatos e, quando não alcançados, destimula-se com facilidade.
A evangelização deve buscar uma nova metodologia para abordar os conteúdos cristãos, aliando-os às questões atuais do mundo contemporâneo, de modo que a criança e o jovem participantes da evangelização possam estabelecer essa relação e enriquecer e/ou modificar o seu espírito com os ensinamentos que lhes são transmitidos.
Nesse sentido, de posse de uma metodologia para evangelização, cabe ao evangelizador ser o agente transformador, que terá de aliar os novos métodos de evangelizar ao principal objetivo da evangelização: transmitir a boa nova para, à luz dos ensinamentos do Cristo, transformar a si próprio e a criança que lhe foi confiada na tarefa de evangelização.     
O aprendizado com afetividade, aliado ao conhecimento, em qualquer área, é capaz de transformar, e na evangelização, sobretudo, o evangelizador e a criança devem estar em constante troca afetiva e em constante troca de conhecimentos, de modo que o aprendizado para ambos seja profícuo.
Ainda não temos um método ou receita para superar os desafios de evangelizar, mas se acreditarmos e exercitarmos verdadeiramente aquilo que pregamos, transmitirmos esses ensinamentos de modo afetivo, buscando formas mais lúdicas e dinâmicas que atendam, ainda que de maneira tímida, à dinâmica mental de nossas crianças, poderemos não solucionar os problemas da evangelização, mas certamente um dos primeiros desafios que é o de levar a boa nova a essa nova geração começará a ser superado. Ao evangelizador, mesmo que solitário, cabe essa tarefa.

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