A história de Dráusio

Conta-se no mundo Espiritual, e está registrada em seus anais, a passagem do nosso irmão Dráusio.
Dráusio, após a partida de Jesus para os portais da imensidade caminhava certa feita pelo deserto que o levaria para Arafém. Arafém era uma pequena aldeia onde iria negociar as mercadorias, com as quais ganhava seu sustento.
E vagando pelo deserto perdera-se da trilha, extenuado Dráusio, que havia ouvido e visto o Divino Rabi, em prece contrita roga a Jesus o amparo, pois já seus lábios racharam devido à sequidão do deserto, e eis que em lágrimas clama a Jesus: Sê por mim; Então ouve a voz doce e inconfundível:
- Dráusio... Dráusio que queres tu de mim?
- Senhor, sacia-me a sede!
-Dráusio segue por vinte pés e logo na base da duna, revolve a areia e descobrirás preciosa fonte de água pura e fresca.
Dráusio saiu apressado e assim fez, ao chegar à duna sacia a sede e umedece todo o corpo, o que lhe proporcionou novas forças.
Saciado olhou o sol, que já se punha no zênite, e não mais tinha o senso de direção, e eis que novamente apela ao Divino Rabi:- Jesus: Sê por mim!
Novamente apela a voz doce se faz ouvir:
-Dráusio... Dráusio, que queres tu de mim?
-Senhor não se se vou para o norte ou para o sul, auxilia-me, norteie-me a direção a seguir eu vos imploro.
-Dráusio... Dráusio, levanta-te e deixe o por do sol a sua esquerda e caminhe, chegarás a Arafém em uma hora.
De fato, em uma hora Dráusio adentrava aos arredores de Arafém, e no largo Saul ao amanhecer expunha suas mercadorias; tecidos das mais variadas cores e origens, apetrechos de utilidades e logo pequena multidão acercou-se do mercador, e ali vendeu quase todo estoque.
Prepare-se para recolher-se, pois o sol já estava alto anunciando a hora do almoço, quando um andarilho se aproxima e olhando admirado as mercadorias, ajoelha-se e em tom de súplica lhe diz:
- Senhor, sei que os tecidos te custaram algumas dracmas, e eu não tenho moeda para pagar-lhe. Rogo-lhe em nome do Nazareno um corte de tecido para levar à minha filha, pois suas roupas estão em andrajos, e um dia... quem sabe lhe pagarei.
Dráusio olhou-o com desdém e energia e lhe disse:
- Meu amigo, caminhei por vários dias pelo deserto, passei sede, calor e me perdi: meus pés ainda se encontram doloridos, portanto nada posso fazer – vai-te daqui!
E o andarilho retirou-se em lágrimas de tristeza!
Dráusio acabara de colocar os fardos no dromedário para seguir viagem e eis que ouve a voz do Rei dos Reis:
- Dráusio... Dráusio por que não destes o tecido que te pedi?
De joelhos, Dráusio temeroso responde:
- Senhor, se soubesse que eras Tu, eu lhe teria dado.
- Dráusio... Dráusio estive contigo tantas vezes, saciei-te a sede, orientei-te na direção a seguir, dei a vida por ti, e não me reconheceste? Não te recordas? Quem vestir a quem estiver sem roupa, a mim estará vestindo.
Dráusio em prantos balbucia:
- Senhor... Senhor.
Mas já não ouvia mais a voz do Divino Nazareno, Dráusio vagou por longo tempo, a voz da sua própria consciência a solicitar-lhe:
Sê Bom
Sê Caridoso
Sê Amável
Pois somente assim, ouvirás novamente a voz de Jesus, a dizer-te:
- Dráusio... Dráusio meu amado filho.
Diante da preciosa lição, deixo a minha indagação:
- Quantas vezes já nos assemelhamos a Dráusio?


Espírito José Grosso
recebido na reunião pública no Grupo Lauro por Dan
(Mensagem Inserida no Livro Diálogos de Luz, publicado em homenagem aos 42 anos do Grupo da Fraternidade Irmão Lauro)  

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