Encruzilhada








Condoído com a situação da doente solitária, Vanildo contumaz pedinte de afastado bairro, perambulando de porta em porta a esmolar, na verdade pouco gostava de trabalhar.
Em determinada casa, Vanildo penalizado com a moradora enferma, resolveu utilizar todas as suas forças na tentativa de minorar-lhe o sofrimento.
Arminda, dada a fragilidade, deveria por longo tempo repousar, e alimentar-se levemente, mas substancialmente, de acordo com o caridoso regime médico.
Então, Vanildo iniciou missão (como ele próprio definiu) de arranjar os ingredientes necessários a alimentação reparadora.
Andou, andou, por dias e dias consecutivos e nada havia conseguido. O estado de Arminda era dramático, saiu novamente com as lágrimas sobre suas lágrimas umedecendo-lhe o rosto. Parou! E pensou:
- Deus, eu não peço por mim, mas, para ela.
E continuou a caminhar, vagueando. Nem se dera conta, já anoitecera cansado aquietou-se em canto qualquer e adormeceu.
Repentinamente, desperta, e a alguma distância, uma luz bruxuleante, dança ao sabor de amena brisa.
Aproxima-se, cauteloso, e nota, farto e rico ebó na encruzilhada. Ficou decidindo essa encruzilha... Com um sorriso de gratidão, disse: - Obrigado por atenderes meu apelo. Obrigado Deus! – Quem precisa de comida é o corpo.
E alimentou Arminda, durante cinco dias, após, os quais a enferma melhorou de tal sorte, que pode reiniciar gradativamente ao trabalho.
Vinaldo foi visto ainda algumas vezes nas redondezas, e depois desapareceu.
Ainda hoje muitos se recordam de Vinaldo, como Vinaldo encruzilhada.


Vinaldo, nosso abraço! José Grosso – psicografado por Dan



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