O Pássaro e a Roseira


O pássaro empoleirado no galho mais alto do arvoredo deixava gotejar de seu peito gotículas de sangue e enfraquecido e debilitado, lamentava-se olhando a roseira a baixo:
- Roseira...roseira, porque me feriste de morte? Sempre te brindei com o melhor do meu melodioso canto – Alegrando-te a solidão, cantei as mais sublimes notas para você durante todos esses anos...e agora, olhe para mim...Por quê? Por quê?
A roseira elevando o botão a florir em direção a copa do arvoredo, e empalidecida em sua cor, replica:
- Meu canoro amigo, por que me acusas? Se estou plantada ao chão, prisioneira de fortes raízes, que não me permitem andar...voar... Por que me acusas? Se na tua desatenção te feriram nos meus espinhos, que foram criados para me proteger? Por que me acusas?
O pássaro ouvindo a roseira caiu do arvoredo e morreu em meio as suas pétalas.
Dizem que as rosas vermelhas foram tingidas pelo sangue do pássaro, e até hoje são vermelhas...
Nessa pequena fábula, encerramos nossa participação, deixando à guisa de meditação a seguinte pergunta:
- Na vida quando estamos feridos pelas dificuldades; será que foram elas que nos feriram?, ou nós é que inadvertidamente nos ferimos nelas?...

Espírito Oscar Wilde
Recebido por Dan

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