Espírito Amigo Joseph Gleber


Naquela memorável noite, nos idos de 1949, os participantes foram presenteados com a grata surpresa de conhecer o lado oculto da vida do valoroso alemão Joseph Gleber.
Segundo Scheilla, este foi o comandante ideal; conciso nas palavras, objetivo, seguro e muito respeitado por outros espíritos que lhe dedicavam grande admiração.
Os discos se acham dispostos ao lado da "vitrola" e, intuitivamente, naquela reunião, são encabeçados pela terceira Sinfonia de Beethoven.
Os primeiros acordes da "Eroica" envolvem e transportam os assistentes para a alta esfera, onde imperam os sentimentos elevados.
Joseph se apresenta materializado, trazendo em sua mão uma espécie de "lanterna", a espargir luz, de suave azul, iluminando todo o recinto.
Passa a falar de sua sintonia com a melodia, que ficou indelevelmente ligada ao seu psiquismo...
De acordo com a crítica musical da época, Beethoven pretende batizar a Sinfonia de "Bonaparte". Napoleão, para muitas figuras da época, entre elas Goethe e Hegel, seria a encarnação da grande personalidade que é chamada a mudar o curso da história mundial, para fazer triunfar os ideais da Revolução Francesa.
Mas quando chega à Viena, a notícia de que Napoleão fizera-se proclamar imperador, Beethoven, fortemente indignado, corta o nome dele do título da sinfonia. O missionário da liberdade se transforma em um reles aventureiro, a envergar o manto das vaidades terrenas. Nas palavras de Beethoven, Napoleão teria "golpeado todos os direitos humanos e ter-se-ia tornado um tirano". É nessa altura da melodia que o compositor muda o curso da Sinfonia ao ver o ídolo caído e, com a Marcha Fúnebre, enterra o sonho desfeito...
Prosseguindo em suas dolorosas lembranças, Joseph Gleber recorda que chefiava o grupo que elaborava os estudos para o projeto da fabricação da bomba atômica alemã.
Marca-se a data solene para a entrega oficial dos planos.
Através do sono físico, em desprendimento, vê-se na presença de entidades espirituais, velhos e queridos protetores que acorrem solícitos em seu socorro, lembrando-lhe dos compromissos assumidos com o "Mais Alto", os quais seriam fracassados com a entrega programada, colocando à disposição do poder, da melancolia e do ódio destruidor arma tão mortífera!
Ao despertar, em pleno uso de seu livre arbítrio, decide incinerar o trabalho que lhe roubou horas de sono e descanso, num trabalho de infindáveis e fatigantes meses.
Rememora os momentos de grande ansiedade vividos no salão festivo, quando os olhares das personalidades presentes se voltam, em enorme expectativa, para a sua tão aguardada exposição. Qual o choque dos comandados por Hitler quando, desapontando a todos, anuncia que tomara a decisão de destruir o cobiçado trabalho! Muitos dos presentes tomam sua afirmativa como insana e inoportuna brincadeira, esboçando esgares de risos nervosos. Quando se certificam de sua inabalável decisão e seriedade, apelam para o seu bom senso e responsabilidade, oferecendo-lhe vantagens materiais.
Tudo debalde! Chega a vez das ameaças de morte por traição, acompanhadas de martírios sofridos pelas torturas com instrumentos medievais.
É ao som da terceira Sinfonia de Beethoven que seu corpo, cansado, sucumbe e o luminar espírito se desprende, ao som da Marcha Fúnebre...
Durante as duas horas do comovente relato, copiosas lágrimas embaciaram os olhos dos presentes, envoltos pela emoção.
O azul acariciante de sua "lanterna" se fez aumentar, como se quisesse agradecer a solidariedade dos ouvintes ao coração sofrido do mártir, liberto para Jesus.
Foi assim que Jair e demais companheiros, envolvidos pela emoção, conheceram o Joseph ternura, criatura sensível, abnegada que, podendo hoje, pelo seu merecimento, desfrutar dos Mundos Superiores, continua conosco, a orientar e espargir suas balsâmicas vibrações a todos nós, seres necessitados.

Grupo Lauro

Um comentário:

  1. Fui operado (em cirurgia mediúnica) por Joseph Gleber há 4 anos e só tenho a agradecê-lo e ao Templo Espírita Tupyara. Graças a Deus! Obrigado.

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