No
momento preciso das instruções, na noite de 4 de novembro de 1954, foi nosso
amigo espiritual José Silvério Horta, mais conhecido por “Monsenhor Horta”,
quem ocupou os recursos psicofônicos do médium (Chico Xavier), dirigindo-nos a
sua palavra cristã.
Sacerdote
católico na última romagem terrestre, Monsenhor Horta deixou em Minas formosas tradições
de humildade, simplicidade e amor cristão, destacando-se por fiel servidor de
Jesus, e confirmando as notícias que lhe exornam o nome, teceu, para a nossa
edificação espiritual, significativas considerações em torno da caridade, que
transcrevemos a seguir.
Filhos, em verdade, outra
virtude não existe mais bela.
Todos os dons da vida,
emoldurando-a, empalidecem como os lumes terrenos quando o sol aparece
vitorioso.
Desde a antiguidade, a
ciência e a filosofia erigem à própria exaltação gloriosos monumentos que se
transformam em cinza, a fim de que elas mesmas se renovem.
Em todos os tempos, a
autoridade e o poder fazem guerras que esbarram no sepulcro, entre sombra e
lamentação.
Só a Caridade, filha do Amor
Celeste, é invariável.
Com ela, desceu Nosso Senhor
Jesus-Cristo à treva humana e, abraçando os fracos e enfermos, os vencidos e
desprezados, levantou os alicerces do Reino de Deus que as Forças do Bem na
Terra ainda estão construindo.
Vinde, pois, à Seara do
Evangelho, trazendo no coração a piedade fraternal que tudo compreende e tudo
perdoa!...
Acendamos a flama da
caridade quando orarmos!
Em nossas casas de socorro
espiritual, achamo-nos cercados por todos os tipos de sofrimento, enquanto nos
devotamos à prece... que decorrem de tristes almas desencarnadas a carregarem consigo
as escuras raízes de ilusão e delinquência, com que se prendem à retaguarda...
São as filas atormentadas
daqueles que traficaram com o altar, que venderam a consciência nos tribunais
da justiça, que mercadejaram com os títulos respeitáveis, que menosprezaram a
bênção do lar, que tripudiaram sobre o amor puro, que fizeram do corpo físico
uma porta à viciação, que se renderam às sugestões das trevas alimentando-se de
vingança, que fizeram da violência cartilha habitual de conduta, que
acreditaram na força sobre o direito, que se desmandaram no crime, que sepultaram
a mente em pântanos de usura e que se abandonaram inermes, à ociosidade, à perturbação,
à perversidade e à morte moral...
Para todos esses corações
encarcerados na sombra expiatória, é indispensável saibamos trazer, em nome do
Cristo, a chama do sacrossanto amor que ilumina e salva, esclarece e
aprimora...
Inegavelmente, enquanto na
carne, não conseguis analisar a extensão das consciências em desequilíbrio que
se nos abeiram das preces, como sedentos em torno à fonte...
Viveis, provisoriamente, a
condição do manancial incapaz de saber quão longo é o caminho da própria corrente
na regeneração do deserto.
Cabe-nos, assim, o mais
amplo esforço para que a caridade persista em nossos pensamentos, palavras e
ações, porquanto é imprescindível avivá-la também quando agimos.
No círculo doméstico e na
vida pública, tanto quanto em todos os domínios de vossa atuação nas lides
terrestres, sois igualmente defrontados pelos companheiros em desajuste que,
como nos acontece a todos, anseiam por reerguimento e restauração.
Guardemos caridade para com
todos aqueles que nos rodeiam... Para com os felizes que não sabem medir a
própria ventura e para com os infortunados que não podem ainda compreender o valor
da provação que os vergasta, para com jovens e velhos, crianças e doentes,
amigos e adversários!...
Cultivemo-la em toda
parte... Caridade que saiba renunciar a favor de outrem, que se cale ajudando
em silêncio, e que se humilhe, sobretudo, a fim de que o desespero não domine
os corações que pretendemos amar...
Todos na Terra suspiram pelo
melhor.
A mulher que vedes,
excessivamente adornada, muita vez traz o coração chagado de angústia.
O homem que surge,
assinalado pela riqueza terrestre, quase sempre é portador de um vulcão no
crânio entontecido.
A juventude espera
orientação, a velhice pede amparo.
Onde estiverdes, não
condeneis!
O lodo da miséria nasce no
charco da ignorância em cujos laços viscosos a leviandade ainda se enleia.
Nós, porém, que já
conhecemos a lição do Senhor, aquinhoados que fomos por sua bênção, podemos
abreviar o caminho para a grande libertação, desde que a caridade brilhe
conosco, dissipando a sombra e lenindo o sofrimento.
É assim que vos concitamos a
mais intensa procura do Cristo para que o Cristo esteja em nós, de vez que
somente no Espírito Divino de Jesus é que conseguiremos vencer a dominação das
trevas, estendendo no mundo o império silencioso da caridade, por vitoriosa luz
do Céu.
Espírito José Silvério Horta
Instruções psicofônicas – psicofonia por Chico Xavier
Instruções psicofônicas – psicofonia por Chico Xavier
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