Certa ocasião fui visitar um
centro em Belo Horizonte. O grupo mediúnico era formado por alguns médiuns, todos sentados. Os assistidos vinham aproximavam-se um por um próximo aos médiuns. Em seguida o espírito que estava perturbando
aquela pessoa incorporava-se num dos médiuns e ali era doutrinado.
Havia entre os médiuns um
menino de apenas 11 anos, cujas incorporações me pareceram absolutamente
autênticas. O dirigente informou-nos que aquele garoto tinha sofrido muito
desde pequeno, por causa de uma mediunidade totalmente aflorada e por isso fora
encaminhado para o trabalho de intercâmbio. Condicionado às ideias vigentes nos
meios espíritas, julgava lamentável a atitude daquele dirigente. Isto se deu
até eu ir a Belém-PA conhecer o Centro Espírita do Nazareno, dirigido pelo
respeitado escritor espírita, dramaturgo, membro da Academia Paraense de
Letras, *Nazareno Tourinho.
Ali, tive oportunidade de assistir a um trabalho de desobsessão com a participação de um garoto de 12 anos. Pareceu-me um pré-adolescente tranquilo, com ar alegre de quem está de bem com a vida, apesar do respeito e do senso de responsabilidade que demonstrava para com as coisas espirituais. Perguntei ao Nazareno por que permitia ali tal procedimento, considerado incorreto nos meios espíritas.
Ali, tive oportunidade de assistir a um trabalho de desobsessão com a participação de um garoto de 12 anos. Pareceu-me um pré-adolescente tranquilo, com ar alegre de quem está de bem com a vida, apesar do respeito e do senso de responsabilidade que demonstrava para com as coisas espirituais. Perguntei ao Nazareno por que permitia ali tal procedimento, considerado incorreto nos meios espíritas.
Contou-me, então, alguns casos
de crianças que ali chegaram após anos de sofrimentos seus e de seus
familiares, por causa de uma mediunidade aflorada, e que encontraram em seu
exercício o remédio que a medicina não pudera oferecer. Sugeriu-me reler um
trecho de O Livro dos Médiuns, no Cap. XVII item 221, alíneas 7 e 8, quando, em
seguimento a um alerta sobre a inconveniência de se desenvolver a mediunidade
em crianças, encontramos o seguinte: “Mas há crianças que são
médiuns naturais, seja de efeitos físicos, de escrita ou de visões. Haveria
nesses casos o mesmo inconveniente? Não. Quando a faculdade se manifesta
espontânea numa criança, é que pertence à sua própria natureza e que a sua
constituição é adequada. Não se dá o mesmo quando a mediunidade é provocada e
excitada.
Observe-se que a criança que tem visões geralmente pouco se
impressiona com isso. As visões lhe parecem muito naturais, de maneira que ela
lhes dá pouca atenção e quase sempre as esquece. Mais tarde a lembrança lhe
volta à memória e é facilmente explicada, se ela conhecer o Espiritismo.”
“Qual a idade em que se pode,
sem inconveniente, praticar a mediunidade? Não há limite preciso na idade.
Depende inteiramente do desenvolvimento físico e mais particularmente do
desenvolvimento psíquico. Há crianças de doze anos que seriam menos
impressionadas que algumas pessoas já formadas.”
Diante de tais fatos e
explicações, percebemos o quanto é importante procurarmos ser sempre mais
flexíveis e nunca achar que somos os detentores da verdade, porque a própria
verdade também sofre modificações no bojo da evolução.
Grupo Lauro -JCE
*Nota: O amigo Nazareno Tourinho visitou o Grupo Lauro e nos brindou com seu saber..
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