Amor e carma

Muitas criaturas se ligam a outras por impositivos da Lei de Causa e Efeito, que geralmente faz com que o credor se uma ao devedor de si mesmo. Nas dificuldades de relacionamento, costuma-se evocar esse princípio como justificativa para as desavenças domésticas, porém, deve-se estar atento para as imperfeições próprias de cada um e que não estão relacionadas com o modo de ser do outro.
O casamento é portal de crescimento, qualquer que seja o passado dos cônjuges. Ligar-se a alguém é sempre opção de cada um, sem que signifique necessariamente anterior ligação cármica.
Quando o amor está presente numa relação, ele é capaz de suplantar qualquer carma passado, desde que o indivíduo não projete no outro suas próprias imperfeições.
O amor transcende a matéria da carne renascendo a cada nova etapa da Vida do espírito. Os vínculos afetivos entre as criaturas se fortalecem a cada encarnação, objetivando o amor puro e sincero.
Os vínculos que firmamos numa encarnação não quebram aqueles que fizemos nas vidas anteriores. O verdadeiro amor não se acaba nem diminui com a convivência do ser amado com outrem. Casar com alguém não significa prender-se àquela pessoa nas encarnações futuras. Os vínculos se fortalecem pelo amor, porém, podemos estar ligados a alguém se o agredimos numa existência e ele não se equilibrou, necessitando novamente de nossa presença em sua vida para o aprendizado mútuo.
Entregar-se ao comando do amor é libertar-se dos atavismos que nos prendem ao sofrimento. Quem se deixa viver pelo amor alcança a plenitude libertando-se de carmas passados, entendendo o sofrimento como processo educativo salutar.
Transformar seu carma negativo em positivo é colocar a energia do amor a serviço do Bem Maior. Só o amor pode mobilizar e alterar o destino no sentido do crescimento espiritual.
O amor nunca se acaba. Por mais inconsequentes sejam as atitudes do outro, o amor verdadeiro permanece, desculpando e amparando o ser amado que momentaneamente desequilibrou-se.
Quando o amor já vem ferido de outras vidas, costuma reaparecer nas uniões provacionais. Se você se encontra nessa situação, verifique o que ainda não aprendeu com a nova união. É importante fazê-lo antes que seja tarde, para sua felicidade.
As uniões ditas cármicas podem se tornar uniões felizes desde que um dos cônjuges se disponha ao amor e a tornar o outro feliz. Repense sua união a fim de não ter que retornar nas mesmas circunstâncias.
Se você não mais deseja reencarnar na companhia de determinada pessoa, não a agrida. Termine a relação sem gerar carma negativo. Aprenda a conviver, como amigos.
Perceba que o amor de Deus coloca a serviço do ser humano Sua misericórdia, para diminuir os efeitos das atitudes negativas do passado, permitindo-lhe sua recuperação.
Não espere tempo algum para ajudar alguém com seu amor, sob pretexto da necessidade de que haja sofrimento para o progresso espiritual dele. Se possível, diminua aquele sofrimento.
Aprende você e aprende o outro.
Ninguém é dono da vida de ninguém. A desencarnação promove a alforria necessária para muitos indivíduos que se sentem presos na vida a alguém. Liberte-se libertando o outro da posse excessiva.
Não se obrigue a vincular-se a alguém por pena ou piedade.
Verifique suas necessidades evolutivas e o bem que você poderá fazer ao outro lhe permitindo sentir-se em igualdade de condições com seus semelhantes. Se a vida o colocou ao lado de alguém que necessita de cuidados, faça-o com consciência de seu papel e de sua responsabilidade.
O carma do filho deficiente coloca frente a frente antigos amores e, às vezes, antigos desafetos. A mãe que se dedica ao filho deficiente é duas vezes mãe, pois coloca acima de tudo o amor pelo seu filho que é diferente dos outros.
Não guarde mágoa em seu coração. Não o manche com a tinta negra do ódio. O verdadeiro amor não se magoa, pois compreende a atitude do outro, própria de seu nível de evolução.

Jesus reencarnou sem carma para nos ensinar, através de sua mensagem, como aprender com nossos equívocos do passado.

Adenáuer Novaes



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